AMOR DE CARNAVAL

Esse doce aroma  que ainda exala daquele corpo miúdo e moreno da cor de canela, misturado a essa afrodisíaca brisa que o mar ainda hoje me envia misturada com o perfume suave e envolvente dela. Ah doces momentos de envolvimento incomum. Éramos  peças do mais perfeito e sublime encaixe que se algum artista esculpisse nossos corpos seríamos a paixão e o amor retratados  como apenas um. Que pena que tudo durou apenas uma semana, semana de festivos  dias e noites de verão  e carnaval, você tão linda e cobiçada e eu tão jovem e casual. Eu calmamente sentado na areia naquela noite de festa de luau, enquanto tantos te rodeavam fazendo-te a corte. Não sei porque me escolhestes e viestes ao meu lado sentar. Eu demonstrava desinteresse, copo de Cuba-libre na mão, uma alegre marchinha a tocar mas sem no entanto desviar de ti meu olhar. Ainda hoje acho que meu coração te mandou recados que mal posso imaginar. Que pena que tudo aquilo tinha data certa para terminar, eras noiva e para o felizardo irias então voltar. Nego-me no entanto a pensar que aqueles nossos beijos tão gostosamente trocados de aromas corporais tão solenemente misturados, conseguistes esquecer e que não estão ainda hoje nessa tua mente aberta a povoar, esses teus pensamentos anexados as tuas melhores lembranças, daquelas deliciosas e inesquecíveis noites amorosas de luar a beira mar. Amor de carnaval não fica? Pode ser, mas as lembranças; Ah! Essas para sempre vão ficar, como foi doce nosso último beijo ao amanhecer com apenas o sol, confetes e rolos  coloridos de serpentinas a nos observar.
Lanzoner Navegante de Outono