Enfim o outono, deito-me em teu colo, no mais perfeito e completo abandono. Ainda paira sobre nós do verão um vento morno, mas já é em meu torrão natal mês de março. Pulsam então mais fortes os corações enamorados. E eu aqui tendo-te em mim fortemente presa, em uma forte transferência de amores. No mais quente e apaixonado dos abraços, nada bebemos ou comemos, apenas respiramos. Ofegantes e felizes com nossos corações afinados, Pulsando igualmente ritmados no mesmo compasso. Ainda hoje namoraremos sob a luz de um luar. És o Outono das grandes luas imponentes a brilhar. Quando os lobos não se cansam de uivar. E quão tolos são os homens que não sabem, que o lobo uiva pois está uma fêmea a procurar. Esta noite nós também não teremos sono. Ficaremos acordados esperando cair ao chão. A primeira folha que de qualquer árvore se soltar. Até que ao chão ela possa chegar. Ela marcará o livro de nossas vidas, para que possamos repetir e sempre lembrar, desse maravilhoso momento e desse jeito gostoso de amar! Essa folha haverá de durar muitos anos, Então nossos nomes nela vamos marcar. Pois em nossas vidas, muitos outonos do qual também somos donos, por nós haverão de passar. Ela a folha e o outono, serão as únicas testemunhas reais, desse amor nascido nos doces abandonos totais, de uma simples pequena e solitária folha solta no ar. Esse amor será como ela no livro a mostrar, a página desse amor que nunca irá se acabar. Como nada tenho para te dar e esse pacto selar. Respeitosamente dou-te um poema, desejando que sejas feliz hoje e em que tempo for e lugar, fiando-me que a qualquer hora do relógio da vida, estaremos a presenciar as folhas maduras e coloridas de qualquer outono nos incentivando a conjugar por muito tempo o verbo amar!
Lanzoner Navegante de Outono
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