sexta-feira, 17 de março de 2017

A PAIXÃO SABOTANDO O TEMPO

Sabotávamos sorrateiramente o tempo, visto que nosso amor louco a beira-mar era sempre pouco e para nós tudo que na paixão e no amor havia jamais bastava. Mau terminado um longo e apaixonante beijo, viriam vários outros pequenos até que um bem demorado nos sufocava. E assim nosso amor prosseguia como se não houvesse tempo e coisa alguma nos separava. O tempo tentou tirar-nos a atenção com um lindo pôr do sol a se por em alto mar, mas só isso não bastava. Veio a lua cheia tão grande e brilhante, mas não separou nosso melhor momento de amante, veio então uma profunda escuridão, mas a nossa estrada da orla branca da areia e o brilho das espumas das ondas do mar nos guiava como a segurar nossas mãos. Veio a chuva de verão refrescar  nossos melhores beijos molhados de amor, como fosse uma sinfonia à encher de melodia nosso enlouquecido coração. Deitava em seu colo meus versos e você docemente rimava, o dia amanhecia e nosso amor ainda assim não bastava. Mas um dia o tempo aborrecido sentindo que em vão sempre por nós passava, Fez você sumir do horizonte da vida enquanto eu inocentemente pescava. Hoje só me restou no final do verão e sob os ventos leves de outono, beijar uma rosa branca e atirá-la ao mar sempre no nosso mesmo lugar, onde arrastei uma longa pedra e ali escrevi nossos nomes com minha faca de pescar. E quanto à você tempo, faça o tempo que quiseres, não conseguirás tirá-la de meu coração e nem nossos nomes daquela pedra apagar e esteja certo, um dia nos encontraremos e já não poderás mais nos alcançar.




Nenhum comentário:

Postar um comentário