AS LÁGRIMAS DA MADRUGADA

O orvalho e o sereno da madrugada, são as lágrimas choradas das noites de amor e desejos, não acontecidas,  tendo o luar e as estrelas como expectadoras passivas que evaporaram nos pensamentos dos insones que estão sempre a habitar nas madrugadas pensativas! Todo choro auxilia, pois vindo da nostalgia já inserida no amanhecer sereno do silêncio do poeta que ainda percorre acordado suas fantasias em sonhos de liberdade, a juntar em gotas as palavras vazias, vindas das bocas boemias e embriagadas que a comporem seus madrigais auxilia. Parece que apenas ele já entendeu que a cada dia há uma nova montanha a escalar e apenas a sua coragem de viver é o seu incansável guia. Ele também já sabe que por culpa dos homens, pássaros amedrontados já não cantam, pois esqueceram suas canções .E já não ousa lamentar pelo choro de nostalgia na silente madrugada seja ela  de outono ou primavera tão fria, pois só faz valorizar o sorriso que virá pleno em mais um belo raiar do dia. Tomara todos chorassem ao sentir de um amor uma saudade, pois só reafirmaria que nesses doces corações ainda existem amor e bondade que ali se filia! Quem me dera toda lágrima caída do rosto de uma boa mulher,  pudessem por mim ser sorvida e em minha boca filtrada. Tiraria delas o sabor de sal, sendo sempre devolvidas em doçura encantada ao rosto da primeira enamorada que em sonhos de um verdadeiro amor ainda acreditava e assim uma vida a menos em exageros de carências não se perderia!
Lanzoner  Navegante de Outono

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