APENAS TEU AMIGO

Digo e prossigo que sou apenas teu amigo, mas não me furtaria andar ao teu lado em quaisquer paragens de desertos sem abrigos. Sem saber se já sei que do que sinto nada sabes. Pois hoje desse outrora cavaleiro de alazão alado, sei dos quês e dos porquês do que fiz e do que fazes, pois possuo e sinto nas folhas soltas do outono todos os seus tons como se nelas houvessem o odor de lilases. Por onde caminho deixo o rastro do perfume dos audazes. Quando linda sorris indiferente, dos meus parcos versos de paixão, digo que queria morrer de repente, transformar-me em uma estrela cadente e  pousar calma e docemente  em tua delicada mão. Se o acaso fizer que eu te surpreenda a chorar em uma noite nublada de encoberto luar, com esses lindos olhos claros da cor das marés. Para a tristeza não mais te incomodar, vou apenas arremessar estrelas ao mar, atirando meu coração aos seus pés. Mas se te enviar calor demais o tempo em algum dia de verão quente e sem vento. Mergulha teu corpo nas águas tranqüilas de um doce envolvimento e venha abraçar-me junto com esse mau juízo que de mim faz essa tua mente teimosa e recorrente, procurando então este confidente. Este amigo receberá então de braços abertos suas loucuras e esquecendo até das próprias amarguras te ouvirá, consolará e ao mundo se fará silente. Deste meu coração que hoje jaz tão doce mas retumbando cego a tatear em ruas escuras, com a saudade presa a paredes já tão nuas. Com um nada para esquecer que nem preciso e prometo te amar e freqüentemente insistir em dizer que sou apenas teu amigo. Entrementes só em te ver ficam meus olhos contentes. Dói-me um pouco quando demorada te ausentas. E eu? Ora eu! Apenas finjo que não ligo e que fiquem sempre vermelhas as maçãs do longínquo paraíso, pois já anda bem longe de mim nos dias de  hoje o desnecessário sizo
Lanzoner das Brisas Leves de Outono