quinta-feira, 16 de março de 2017

AMOR A TRANSBORDAR

Já navegou minha nau em brandos ventos com velas esticadas por mim em mares de nunca mais. Foram subidas e descidas de ondas a quebrar em minha proa  que já não vai muito longe do cais. Hoje apenas o tempo passa por  mim a toa quase já não navego mais, já se foram todas as flores e ramas do jardim de meus vigorosos e floridos quintais. Hoje seguro-me em frágeis colunas dessa irrealidade de  portais para suportar tormentas causadas por  indomáveis vendavais.  Vivo saudoso das brisas leves de outonos, doces outonos que não voltarão jamais! Então enquanto posso, navego fortemente o encanto dessas saudades que tenho de ti, meu céu, meu sol, minha lua tão linda, minha mágoa profunda, reflexo da  minha vida no lago do teu nunca mais! Assim como o zero é o nada indispensável em toda conta. Em mim até o espaço vazio existente nesse círculo que a vida é, agora são momentos vividos, que somados ou divididos nesses pensamentos só meus, me desaponta! Mas carrego em mim essa certeza de que todo momento vivido, sozinho ou contigo, é como uma gota caída a aumentar o volume desse frasco cheio do aroma do amor, que foi e ficou  dessa doce fragrância, que agora apenas se prestará a perfumar esta saudade a navegar entre nós dois ! Então apenas para constar, deixo a mais,  uma gota a transbordar,  para meus jardins de sonhos perfumar. Essas flores ora perpetuadas no jardim de nosso antes, durante e depois nesse tempo tão fugaz que jã não volta mais.  
Lanzoner Navegante de Outono




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