Em quais entranhas dessa selva estranha e desumana a minha inspiração e a animação eu perdi? Foi seguindo aquele brilho intenso que causando-me ímpeto tamanho, aquela luz que me atraia, como traiçoeira magia, simplesmente segui! Quem alucinou-me o senso? Onde estão meus jardins secretos? Porque levaram minha flor formosa sempre tão perto, para tão longe de mim? Já cavalgava eu meu alazão branco livre de arreios e sela eu ia de peito nu, apenas uma calça de pele e de couro cru e nos pés um mocassin. Corríamos sem tempo e hora, sempre sem destino algum, empenhado em sentimentos puros despertava o romper da aurora o que de melhor havia em mim. Já servia-se o alazão da relva tenra e verdinha embaixo da amoreira, enquanto que tingia-mos a boca inteira agora também o doce sabor da cor carmim! Encilhei-o com mãos manchadas seus alvos pelos lisos como cetim, sussurrei-lhe meus apelos de ter mais um pensamento cavalgado por mim! E já de montaria pronta envolto em agitados sonhos, promessas doces de amor a ocorrer enfim. Vivendo de verdades tendo ao meu alucinante alcance, o doce de te amar em meu tapete de sonhos, construído pelas minhas folhas de outono, em meu mais romântico jardim. Encontrei-te em vestes brancas, sorvi de tua boca rosada de amor trocado, consentido e escondido sob as sombras de um tempo de mim, sempre subservientes a esse agora teu muito mais branco, melhor e mais amante jasmin!
Lanzoner Navegante de Outono
http://www.youtube.com/watch?v=4Kja7EtC2AQ&feature=player_embedded
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