segunda-feira, 20 de março de 2017

CARTA SEM TERMINAR

Queria voltar no tempo, mas no tempo em que belas cartas de amor se escrevia. Tempo em que elas percorriam improváveis caminhos onde não chegavam os correios, mas chegavam sempre ao seu destino, entregues pelo coração. Escreveria uma das mais belas cartas feitas com amor e sabedoria. Minhas palavras nunca te deixariam um único momento só. Nada entre nós jamais mudaria e faria que no nosso amor  houvesse sempre um novo amanhecer que jamais terminasse. E como mágicas que na realidade da vida não nasce, queria que nosso melhor momento se prolongasse e que aquela doce mistura de fragrâncias de nós se perpetuasse. Mas existem outras pessoas em nossas histórias que, movidas pelo tempo nos mudam,  alterando planos, destinos e rápido como mudam as estações na velocidade do trem da vida um dia nos separou. Logo eu que agora escrevia como quem te traia, ao colocar na folha de papel vazia aquilo que meu coração sentia, sem que uma palavra sequer da minha boca pudesses ter. Agora de corações sem endereços meus parcos versos já não poderias ler. Hoje a madrugada já pesava em meus olhos, enquanto tantas palavras ao peso da pena não me deixa escrever. Sou agora apenas uma farsa de mim mesmo e que já não podes perceber, que por mais que teu nome eu escrevesse, o que na verdade queria era apenas só mais uma vez  olhar em seus olhos e deixar apenas o meu coração te dizer.
Lanzoner Navegante de Outono




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