sexta-feira, 17 de março de 2017

A VERDADE DE UM DESEJO

Na verdade, quantas vezes desejei que suas palavras fossem exatamente você envolta em  torno de meu corpo. Que fossem meus braços e minhas mãos, para que eu pudesse tocá-la como se fora um abraço longo e com amor maior que o de amigo. Não apenas em sonhos de improfícua virtualidade, mas da realidade que nos agasalha como a pele que nos cobre. Órgão maior do nosso corpo  que não tem cor, mas tem o tato, tem o toque e no toque cabe todo tipo de amor na verdade! Que mundo estranho é esse da virtualidade, onde parece que podemos sentir alguém que não está aqui ao nosso lado. Será que já se romperam as barreiras de minha sanidade se instalando em mim a tal cruel senilidade? Quero crer que não, pois ainda vive em mim os anseios incomuns nessa minha idade.  Senhor, quando perderei essa intensidade? Na verdade na vida jamais quis nada que não fosse o normal, sentar-me a varanda e apenas folhear um jornal. Mas não me contenho, não sou comum, não sou apenas um igual. Seria tão mais fácil, ser assim tão normal. Mas quero que juntos quebremos todas as regras em entregas de amor bem trocados cheios de romance consensual. Querida, quero que saibas que ainda sou brisa leve de outono, mas  sou também agora navegante do amor em tempestades a romper barreiras, sou indomável vendaval! Mas o que  apenas mais uma única vez queria era tê-la solta ternamente em meus braços, trocando carinhos de um jeito tão suave e natural!
Lanzoner Folha de Outono



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