Tanto de ti já tive e nunca me senti fartar. Pois são dos teus fartos carinhos, que nos descaminhos destas lembranças hoje me deixo levar. Em tua boca loucamente me perdia, mas guiando-me em teus olhos me encontrava. Ao tempo que entorpecido me enfraquecias, docemente eu me renovava. Perdidos do juízo, foi assim que entre beijos e abraços o tempo que este nosso louco amor nos levava e trazia dia e noite, noite e dia ao já só nosso paraíso. Já não a tenho em meus braços mas ainda tenho um céu que se faz tão azul quando em ti me ponho a pensar. E sei que sempre haverão de ali estar, uma constelação inteira a brilhar agradecendo-te pelo brilho emprestado deste teu olhar! Todavia essas estrelas a cada momento que passa para mim já são passado, estou agora a contar os grãos de areia da ampulheta ando muito ocupado. Montado e segurando fortemente as rédeas dessa vida de cometa. Esperando que os dias se façam noites e que a madrugada amanheça! Esperando que a lucidez não me abandone, para que eu jamais te esqueça! Certo que esta tarde entardeça, que a noite anoiteça, que a madrugada apareça e que toda a força do sol nos amanheça, e até que a esperança em mim enfraqueça, ainda assim você haverá de estar presente em meu coração e nesta minha já alva e admirável cabeça!
Lanzoner Navegante de Outono
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