Senhor cansei de ser apenas eu, gostaria agora de voltar a ser aquele outro. Ser um ser que apesar de demasiado sentir, jamais faça qualquer ser sofrer. Que toda a rebeldia que sempre em mim existiu contra os famigerados e podres poderes persista, sem que em meu coração ódio possa ficar. Que jamais fuja de mim a inspiração novamente e que se ela me fizer sofrer, que ela demore apenas o tempo que tiver que demorar. Que sejam aquelas poucas horas de sonho e depois passe por mim, assim como sempre passaram leves as suavemente ternas brisas de outono, carregando ou desprendendo de mim todas as mágoas, assim como soltam-se as folhas que mudam de cor nesse eterno vôo de abandono. Colorindo o chão das alamedas de minha vida, que dolorosamente nunca fui único dono, pois coração e pensamentos sempre foram de uma mulher, que em um passado distante ficou sem retorno. Foi em uma tarde de domingo sozinho que restou-me apenas mais um desatino. Não chorei por não ser mais criança, fortemente naveguei em mares de desesperanças, flutuei na troca de estação de calor do verão, aceitando os ventos que me traziam novas esperanças. Mas eles também me traziam sempre à lembrança dos bons momentos vividos com aquela mulher que do amor exalava a fragrância que à minha vida traziam alegria. Mas sou Navegante e se dessa poesia fui dono em esperança... Troco já esses nossos corpos de verão, pelos agora insistentes e já renovados perfumes desses novos ventos de outono e da mudança.
Lanzoner Navegante de Outono
Nenhum comentário:
Postar um comentário