quinta-feira, 30 de março de 2017

NA RETINA A DOCE ROTINA

Não sei se foi o acaso ou Deus, que fez meus olhos encontrarem os teus. Assim que te vi senti que seria você a dividir por dois todos os dias meus. Entre amigos em conversas de tempo perdido, virei o rosto e deparei-me contigo. Visão do paraíso, vi que me olhavas por algum bom motivo e de repente senti que queria estar com você e você queria estar comigo. Fui enfeitiçado, não sei, mas foi exageradamente doce esse meu castigo. Mulher pequena, pele morena, olhos brilhantes, cabelos longos, caídos nos ombros, boca perfeita de sorriso largo, acho que me escolheu para ser seu escravo. Ao me aproximar quase nada falamos, nossos olhos disseram  aquilo que queríamos e daí em diante simplesmente nosso amor começamos. Tantas palavras loucas e juras de amor boca a boca fizemos, tantos demorados beijos de amor trocamos. Já não conseguia mais ficar sem te ver e te ouvir, quando estava com você, nada mais parecia existir. Assim era nosso amor de namoro e assim namoramos. E na hora de se despedir quantos beijos de até mais nós contamos. Para que comer, beber, se o sabor de tudo estava nos beijos que beijamos, nas carícias que trocamos. E assim foi esse sentir enlouquecido, que até vivíamos um do outro todos os sentidos. E assim se foram seis longos anos. Enfim casamos e como boas árvores demos bons frutos que com amor polinizamos, mas mesmo assim ainda tenho saudades do tempo em que vivíamos apenas de amor sem fazer quaisquer planos e, dentro de um abraço apertado e à um saboroso beijo de amor demorado, sempre nos entregamos. Pois para nós só havia uma verdade, era essa a única rotina que desejávamos  e de fato sempre sonhamos.
Lanzoner Navegante de Outono



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