AMAR GA-ME

Amarga--me a boca já essas palavras roucas vindas de uma inspiração mouca, onde mora essa lembrança dessa paixão que em minha louca emoção já foi tão grande e agora jaz tão pouca.  Alegro-me então quando uma amiga me agradece, me acena com os olhos e me beija com o coração! Essa menina mulher com seu balanço deixa-me as vistas turvas e me entontece com suas tão bem formadas curvas onde o meu juízo sem nenhuma luta eu perdi. Ela sempre  brinca com meu imaginário e meu conter põe a prova. Depois simplesmente se afasta e se entrega a outras mãos e maldosamente me esnoba.  Mas quando parte de sua pele tenra, morena, roça meus braços e ainda te sinto aqui, me deixas imaginando nós dois dividindo um beijo de bocas ardentes e outro em sua tatuagem nesse ombro delgado, outro mais nessa boca marcada da cor de amora onde também ainda mora esse doce gosto de açaí. Acabei de misturar estas palavras encontrando -me com a inspiração exatamente aqui. Pois foi aqui  e por ti que cometo um poema de parca rima que assim como a vida se sabe onde começa, mas não  onde ou quando termina. Essa é a maior verdade essa é e sempre será de todos a igual sina. Mas fazer poema estando em dilema no para quem destinar, é como ter amor demais no peito e não ter à quem entregar, é como morrer de sede ao lado da nascente, ou nas areias que margeiam o oceano se afogar simplesmente. Vai com título  desordenado esse poema, que pode ser meu prévio epitáfio pobre ou pode ser uma solene jura de amor simples e de parecer nobre, que ao menos para esse escriba sempre vale a pena que descreva os traços dessa morena que em minha memória ousa insistir!
Lanzoner Navegante de Outono