Lanzoner Navegante de Outono
quarta-feira, 15 de março de 2017
AINDA VISITAS MEUS SONHOS
Por um breve momento, visitas-me a mente recordando palavras e juras, que fizemos em um tempo distante. Onde os verões ainda sopravam leves em rápidas brisas quentes, fazendo anunciar em folhas esvoaçantes o aproximar de outonos das suaves brisas mornas que assim como teus doces beijos ao meu pensamento retornas. Hoje sei que nada é eterno e os doces outonos idos, pelos frios momentos da solidão do inverno são sucedidos. Agora em minha primavera são diferentes as cores das flores, já não tenho seus amores pueris, isentos de malícia e duradouros em nossas mentes infanto-juvenis. Não sei como és agora. Mas estou certo de que ainda lembras da sombra da amoreira, onde conversávamos como adultos com bocas vermelhas e roxas de tão doces brincadeiras! Que saudade de ti que saudade do nosso gosto de amora! Da balança que fizemos nos fortes galhos da goiabeira, eu te empurrava com força e pedias para eu parar, e eu gostava de te ouvir pedir, quase a suplicar e então me abraçavas quando eu fazia o balanço de nossas horas parar. Que pena eu não saber que aquilo era o nosso tão bom jeito de amar. O tempo enfim nos separou dos sonhos para a razão dar lugar. Achei que seria ideal a realidade não aceitar, pois a razão ou o tempo não deveria interferir e sim deixar, que fossemos os únicos donos dos raios do sol, pingos de chuva, o brilho da lua e o doce orvalhar, que são e sempre serão motivos a dar lugar aos sonhos do que fomos e somos, mesmo que o tempo insista em passar. Isso mesmo Senhor Tempo, eu, simplesmente ouso te desafiar! Passe como quiseres, sou incapaz de te parar, mas não me farás dos bons e maus momentos esquecer. Tudo que fui e vivi e do que ainda sou, pois não desisti, de viver, de lembrar do amor e de amar. Ah tempo, és tu que me achas ousado? Porque insistes em ir assim tão apressado? Não podias ir mais lento para que eu pudesse ser mais amado e satisfeito meu corcel novamente selar. Para nas margens da ilusão do lago de minha mais doce emoção, com o vento batendo em meu rosto em tua volta cavalgar tenra relva sem obstáculos a saltar.
Lanzoner Navegante de Outono
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