quinta-feira, 30 de março de 2017

NÓS, O MAR E UM ROMANCE

À imensidão do mar e a grandeza da orla de areia onde arrebentavam frequentes ondas esparramando espuma. Mesmo ali nessa paisagem tão linda e nua, não desviaria de mim a atenção mesmo que ali ela se fizesse  sempre  tão miúda em tamanho, mas tão grande em doçura, ainda põe em alerta depois de tanto tempo passado, essa lembrança que dá alento a essa minha mente madura. Imagem serena, boca pequena, tão bem desenhada em vermelho natural cor de sangue em suaves e desnecessários contornos que lhe faz o batom na carnuda e sensual boca que abrange tanto amor e candura. Mulher tão delicada que põe a todos encantados. Nesses teus olhos tão limpos e claros já fiz tantas voltas em sonhos e neles navego nessa minha lembrança de eterna viagem. Vejo nesse sorriso de dentes pequenos o brilho raro de pérolas de tamanha alvura, mordem meus mais doces sonhos que me fazem subir as alturas. Hoje acho que só  lhe faltaram as asas para melhor compor tal formosura. Tão linda, tão leve e tão pura. É aqui, exatamente aqui do arco Iris o início e do final  o ponto, deveria ser aqui que meu pote de ouro encontro. Ao lado desta pedra na praia onde as espumas das ondas do mar obtém alcance, que me vem a lembrança talvez do seu melhor abraço, um adorável e indecifrável encontro. Nosso abraço em lembranças indeléveis do que foi o meu mais doce romance. Hoje aqui ao lado dessa pedra que as espumas das ondas do mar cobrem e descobrem num ir e vir de esperança. Sim, ainda espero aquela admirável mulher pequena com um sorriso lindo nos lábios correndo em minha direção como criança. E a emoção em mim ainda  é tanta que é incapaz de fugir de minha lembrança. Mas uma coisa é certa e aprendi de tanto as ondas da vida observar, assim como o mar traz o amor a saudade um dia ele vem buscar.
Lanzoner Navegante de Outono




NOS CONHECEMOS

Este imenso vazio que agora me atinge, já era esperado naqueles doces instantes que  a ti me ofertava, que ora ignoras em teu parco conhecimento real de mim. Simplesmente esqueces como quem, por não me conhecer finge assim. Claro, fingir é mais fácil, não se percebe. Só eu sei os anseios que povoam tua mente e o que teu coração pede. Tudo aquilo que sinto e que simplesmente também finjo não sentir. Nós teimosamente mentimos, mas nossos corações não sabem mentir. Não sei porque, você ainda dá asas a esse jeito tão antigo, sabes bem que só você em meu pensamento abrigo. Falo só de amor mas o seu nome eu não digo, pois sou homem e teu nome vai morrer comigo.
Lanzoner  Navegante de Outono




NOITE ESTRANHA

É numa dessas noites estranhas, onde uma nuvem negra cobre a lua, que uma incerteza toma-nos a mente e o coração. De repente ficamos sem as verdades nuas de duas almas que se prenderam docemente, pelos laços do acaso que essa vida fez nascer e permanecer em nós a cada novo dia, fazendo do amor sempre a mesma emoção. Parecia que com o tempo em nossa volta a conspirar, faria que  tudo que houvesse entre nós fosse uma frágil chama que estivesse sendo soprada pelo vento a se extinguir e epilogar. Mas sou audaz guerreiro ungido pelo tempo aventureiro, faço então voltar em meus pensamentos lembranças de criança que me atingem em cheio. Pensamento que me faz lembrar que mesmo sabendo do delicioso sabor do bombom, sempre queremos saber do recheio provar. Mas no final sempre achamos que algo faltou. É assim com a vida e mais ainda quando se trata de amor. Conhecemos plenamente seu sabor depois de começado, mas são dois pensamentos e nem sempre os dois são iguais. Mas nuvens são passageiras, são apenas mensagens de estação. Sempre soube que tudo poderia mudar, mas o amor que dentro de nós cabia, jamais mudaria, pois corações que de fato se juntam, não há tempo nem tempestade que derrube esta união. Firmamos então com um grande beijo mais essa renovação. Pois só eu navego meu pensamento e já mando em meu coração. As horas já passam por mim mais ligeiras, mas jamais conseguirão mudar-me em emoção, pois quem este guerreiro guarda, sequer ousa dormir, para lhe dar proteção e eu sempre lhe dedico a minha melhor oração.
Lanzoner Navegante de Outono




NOITE DE GRANDE LUAR EM SONHOS DE ENAMORAR

Deixe nessa noite o imponderável tempo achar belos sonhos em teu pensamento. Ele sempre estará a serviço de Deus, mas ele tempo, desconhece quando é o exato momento. Simplesmente passa como ponteiros do relógio de sua sala de estar, serenamente, ignorando a emoção que em teu coração possa morar. Não espere que ele saiba ler tudo aquilo que vai em tua livre ou confusa mente! Faça sempre a sua parte, seja a folha que cai suavemente neste outono ao chão. Acredite, o vento sempre lhe dará a direção para que sempre uma grande lua, somente tua, esteja na escuridão azul do céu a brilhar! Faça que do teu sonho mais contido, um firme pedido, possa finalmente se realizar! Para que Deus te possa emprestar toda a serenidade, para que seja esta a tua noite só de viver e de amar. Fazendo novamente que então um coração de criança possa em teus anseios mandar e teus sonhos docemente embalar! 
Lanzoner Navegante de Outono



NINGUÉM MUDA O AMOR

Mulher, porque nesse calabouço de amores pretendes sempre me fazer entrar, porque estás sempre a se fazer de caça para melhor poderes caçar. Porque fazes do amor um jogo, onde sempre queres e sempre consegues ganhar? E nós homens invariavelmente tolos, não cansamos de apostar. Que saudades da menina acanhada, que quando cortejada em uma palavra mal falada, se fazia ruborizar. Já não posso te chamar de pequena pois tua estatura se mudou, perdestes a pureza no olhar, entrincheirastes teus pudores e teu puro amor duramente enclausurou! Já não posso de chamar de minha menina, pois embora tão jovem venenoso cosmético já te transformou. Já me fazes tanta falta, frágil e trigueira pequena que meu coração jovem e  puro tão docemente cortejou. Não deves culpar os bons, pelo mau que apenas um em tempo inconseqüente te causou. E nessa atual juventude aturdida, deu-se espaço a más opções de vida, onde o saudável e puro romantismo tragicamente se perdeu. Acho-me agora obsoleto, já não me basta compor sonetos e tampouco fazer solfejos, para quem não quer solfejar. Isso é como ensinar canto a corvos ou no deserto pregar! Jogo ao léu estes versos e que os alcance quem os quiser alcançar, pois não posso dar mais luz a lua nem as estrelas realçar. Mas espero que mesmo entre a sombria opacidade da fuligem desta cidade perdida, em qualquer parte ainda reste saudável vida, onde hajam jovens com meigos sorrisos e algum encantamento no olhar! Ou enlouqueçam todos e caminhem sobre folhas caídas deste outono e só vejam flores ao teu redor, em alamedas que vivemos sempre a caminhar. Nessa acelerada vida que sempre está a recomeçar. Não deixes essa selva de pedra os teus sentimentos engolir, pintem-na toda com encantados lápis de colorir pois o que realmente importa nesta vida é viver e amar. Sempre que um amor se vai o tempo e a brisa um novo dia , um novo amor irão te ofertar.
Lanzoner Navegante de Outono




NEM O MAR APAGOU

Apenas o que importa é sabermos que nos amamos. Sem fantasiosos planos, sem medo de desenganos, juntos caminhamos. A verdade, a paz, a alegria em harmonia, flutuam ao nosso lado e são os encantamentos tamanhos que produzem em nós esses momentos em que amor trocamos. Como se não houvesse mais nada ao redor, com brilhos de igual valor, o tempo para quando nos olhamos. Só juntos, harmoniosos somamos a calma, parece-nos que aos nos beijarmos aspiramos e trocamos de alma. É este amor de tamanha intensidade, que me faz prever que qualquer distância em nós há um que de não ousar ter saudade! Por onde quer que eu vá, seja linda paisagem em caminho ou lugar, seja até um paraíso qualquer onde eu pise. Já não existo sem ti, te quero sempre em meus braços, pois já não há nada mais que me realize. Escrevi teu nome em versos nas areias da praia, para perpetuar em mim esse pensamento. O mar achando que era uma afronta a sua beleza inerente, bem que quis apagar arremessando suas ondas. Impedi, atirando-me sobre as espumas que vinham a frente. Mas a única parte da frase que restou, foi... Te amarei para sempre!
Lanzoner  Navegante de Outono




CASO MAL RESOLVIDO

Um caso mal resolvido é como um amor que no acaso se perdeu, mas ainda o deixamos no peito bem guardado e disfarçadamente escondido junto com toda a história que a ele pertenceu. O pior que pode assim acontecer é essa pessoa estar onde você ainda a possa ver mesmo sem olhar, mas não poder mais sentir nem tocar. Apenas restarão lembranças de bons momentos vividos que a memória ainda pode sentir ou até as promessas conjuntas que não se fizeram cumprir. A saudade é a paga da pena por não haverem resolvido seja qual tenha sido o problema. Traição não se perdoa nem se atura e ciúmes exagerado é doença que não tem cura. O coração de quem muito ama, quando perde a chama reveste-se de forte armadura. Por isso tem tanta gente atrás de um bom sexo e até por isso a morte vai se entregar. Pois não percebeu quando o bom e verdadeiro amor insistentemente lhe fez a procura, você não conseguiu mais o enxergar, mesmo tendo a frente uma tortura e um longo abismo apenas esperando  você ali se jogar. Recupera-te então ó criatura, deixa um novo amor verdadeiro te encontrar. Quando quiseres ver a alma de uma pessoa, procure dentro do seu olhar.
Antonio Carlos dos Santos 
Lanzoner Navegante de Ourono




NAVEGADOR

Hoje desta nau sou o  nauta-mor, o capitão, afinal ainda sou dono das palavras que já não sei de cor e dos ventos que docemente acalmam as dores do teu meigo e suplicante coração! Sou o velho lobo do mar. Sou eu quem assopra tuas velas para que teu barco navegue leve e possa assim me acompanhar! Não sou eu quem aqui domina, pois quem domina é o mar! Mas se escapasse deste teu peito, todo o amor que já viaja sem rumo e sem jeito, por certo me fariam naufragar. Mas em meu interior internado o internauta, hoje será ele quem irá aqui navegar! Netuno Rei do Mar deixe-me deslizar em tuas madeixas, não me ergas assim tão alto, pois me fazes mergulhar. Se mergulhar vou em busca daquela sereia que anda a me encantar. Meus olhos mudam de cor e é só o que posso de mim falar, portanto abra bem esses teus brilhantes olhos, pois neles vou penetrar, pois de qualquer jeito que os vejo sempre me ponho a divagar. Mas eu só os quero ver brandos, pois aí irei minha nau ancorar. Desembarcarei no porto de tuas lembranças e nelas procurarei encontrar, aquilo que não encontro nesta imagem postada, nesta fria página que vivo a freqüentar. Farei de ti Rainha da Internet, minha aliada grumete. E abraçado ao teu corpo,iremos juntos procurar a tempo, os insondáveis segredos que povoam este teu pensamento. E porque eles insistem tanto em fazer deste coração tão doce, ter tanto medo assim de amar, ao ponto de nesta vida sem planos, se deixar naufragar! Segura esta mão que te ofereço querida, volte a tona, deite-se em teus sonhos e livremente se entregue! Não a mim pois já vão de mim muitos outonos, entregue-se a vida, deixe-a livremente te amar!
Lanzoner Navegante de Outono




NATURAL ROMANCE

Mesmo que forçadas sejam as desejadas palavras de um poderoso romance, mesmo que todas as respostas da vida eu jamais alcance, sigo a procura de algo além do amor comum na vida. Sigo como cão usando da própria saliva para curar suas feridas. As armas que tenho são as palavras, meu olhar profundo e nunca me prender a falsas expectativas que nos apresenta hoje esse estranho mundo. O Romance divino vai além de apenas te beijar, te levar a cama e para obter recompensas te encher de carinhos. Há que se sonhar junto, caminhar de mãos dadas em direção ao objetivo almejado, escalar e ultrapassar prioridades, é não se entregar ao viver banal que nos oferece esta hipócrita sociedade. É abdicar das facilidades que a vida dos comuns promete. É navegar tormentas em barcos de papel nessa juventude vã. É saborear com prazer dividido o último chiclete de hortelã. Caminhar de mãos fortemente atadas, em uma fuga de vícios em direção a pureza, ser nobre sem pertencer a realeza. Alcançar distâncias que estejam além das intolerâncias frágeis dos inúteis e ambiciosos mortais a viver de incertezas. Fugir das futilidades atuais que torna a raça humana cada dia mais frágil e imoral. É fazer do sonho uma vida e da vida um sonho eterno de amores sem descontroles e que meus desenhos sigam além de uma paisagem pintada no papel. E que eles nos levem a uma casa com varanda e uma balança de frente para um grande lago ao pé da montanha do respeito e da felicidade. Onde a harmonia e a paz sejam nossos maiores bens. Vivendo assim a certeza de que a simplicidade de viver em um só ideal de amor apenas nos baste, agradeço então em uma prece, tendo a certeza de que ao final, fortemente abraçados, ainda estaremos lá naquele mesmo lugar a observar o mesmo céu azul que teimosamente aparece..
Lanzoner Navegante de Outono



NASCENTE MORENA

Abrindo a porta do meu sonho, entra a morena tão linda e serena com sorriso de bem-vinda sempre igual. Dona de longos e crespos cabelos negros, caídos sobre os ombros delgados escorrendo pelo bem formado colo bronzeado, vejo então o lindo, perfeito e sadio vão dessa separação natural. Foi da seiva do seio da terra que alimenta que me isolo deste solo nesse colo que meu coração consola. Do botão da blusa que empurrado pela paixão salta fora provocado pelo meu desejar que aflito em  meu olhar  te devora. Provo do alimento primeira semente, e no brilho do olhar da menina esperta dos teus olhos, me ponho a divagar nas curvas desse teu corpo delicado e quente. Vejo então a vertente da cristalina nascente que desce escorrida de montanha imponente, forma riacho, ribeirão, lago, lagoa, faz um rio gigante onde mansamente desliza sem remos minha valente canoa. Me lanço todo nessa doce aventura, sem barreiras, sem censura. Viajo atento para as corredeiras que vem adiante e, mais a frente deslizo em uma cachoeira abundante, a banhar a linda cabocla na natural piscina que dona de corpo esguio moreno e ardente, deixa a água que sorvo aos demorados goles tão deliciosamente oxigenada enlouquecendo-me em sonhos deste meu coração viril e valente. Sou de outono, sou navegante, navego suave nesses lindos lábios vermelhos demoradamente febril e quente. Esse é o início da junção do tremor, delirante e doce sabor de amor ao coração, do gozo em emoção a burlar a razão da força  que enreda toda a minha mente. Me deixo levar nessa corrente, já não sou o homem maduro, remeto-me ao passado de juventude tão deliciosa  sagaz e inconseqüente! Nada mais ao meu redor me importa, só quero embrenhar-me nos braços dessa minha deusa morena, de colo farto e boca pequena, doce desejo que me alcança, me toma como criança, me escolhe, me  prende, me enreda, me enlouquece, me engole, me cansa e deliciosamente me acolhe em seu corpo, onde deliro até onde a minha fértil imaginação em fantasia me lança. Só nós, só o desejo aliado ao mais sadio momento de amor, nos deixa nus de pudores como qualquer indefesa e inocente criança. Eis o poderoso rio que sempre na mesma direção avança. Vai ao mar, amar, de amor, sem parar em seu leito sinuoso de amor levando em seu bojo a minha mais desejada esperança! Mergulho fundo, pois quero afogar-me  dentro desta nossa noite inesquecível  agarrado  antes que se perca de nós essa mais valiosa lembrança!
Lanzoner Navegante de Outono




NAS HORAS DIFÍCEIS

Não saber falar difícil, usar palavras bonitas
Pode até mostrar aos donos de boa verve
Que nas horas de grande angústia na vida
São das mais simples e humildes palavras
Que o intelectual se serve

Quando nos toma uma profunda emoção
Falando palavras simples ou difíceis
Quem realmente fala, é o nosso coração.
Erga-se na fé em Maria mãe de Jesus
Pois até mesmo a palavra mais simples
O Amor! Nos serve de inspiração!
Lanzoner  Navegante de Outono 



NA RETINA A DOCE ROTINA

Não sei se foi o acaso ou Deus, que fez meus olhos encontrarem os teus. Assim que te vi senti que seria você a dividir por dois todos os dias meus. Entre amigos em conversas de tempo perdido, virei o rosto e deparei-me contigo. Visão do paraíso, vi que me olhavas por algum bom motivo e de repente senti que queria estar com você e você queria estar comigo. Fui enfeitiçado, não sei, mas foi exageradamente doce esse meu castigo. Mulher pequena, pele morena, olhos brilhantes, cabelos longos, caídos nos ombros, boca perfeita de sorriso largo, acho que me escolheu para ser seu escravo. Ao me aproximar quase nada falamos, nossos olhos disseram  aquilo que queríamos e daí em diante simplesmente nosso amor começamos. Tantas palavras loucas e juras de amor boca a boca fizemos, tantos demorados beijos de amor trocamos. Já não conseguia mais ficar sem te ver e te ouvir, quando estava com você, nada mais parecia existir. Assim era nosso amor de namoro e assim namoramos. E na hora de se despedir quantos beijos de até mais nós contamos. Para que comer, beber, se o sabor de tudo estava nos beijos que beijamos, nas carícias que trocamos. E assim foi esse sentir enlouquecido, que até vivíamos um do outro todos os sentidos. E assim se foram seis longos anos. Enfim casamos e como boas árvores demos bons frutos que com amor polinizamos, mas mesmo assim ainda tenho saudades do tempo em que vivíamos apenas de amor sem fazer quaisquer planos e, dentro de um abraço apertado e à um saboroso beijo de amor demorado, sempre nos entregamos. Pois para nós só havia uma verdade, era essa a única rotina que desejávamos  e de fato sempre sonhamos.
Lanzoner Navegante de Outono



NÃO ME CONHECES

Se é fato que de tudo ou nada que de mim conheces, como podes querer julgar atos que não vês e o que de fato vai plenamente vivo em meu coração. Se não imaginas sequer os meus talvez, como podes querer entender os meus sim ou os meus não. Não há quem de fato conheça alguém em seu todo, apenas pelo que diz, pelo que escreve ou até por aquilo que quer dizer em poesia, poema ou até em uma suavemente linda canção. A única coisa que podes de mim ter certeza é que como qualquer um guardo segredos e raramente minto e tudo aquilo que escrevo ou falo é de fato aquilo que realmente sinto. Tenho momentos de felicidade mas tenho também outros de profundo absinto! Do amor até podes entender, que temos momentos de extrema intensidade sem que ali houvesse explicada lucidez e outros de amores perdidos, devido a ciúmes cheios de insensatez. E assim vamos vivendo acertando ou errando, mas sempre amando, pois para quem sempre amou de verdade jamais houve talvez, pois sempre acreditei que quem engana quem ama é dono de imensa estupidez.
Lanzoner Navegante de Outono




NÃO AGRADEÇA

Jamais agradeça a esse velho jardineiro de palavras que chamam jasmim. Sou eu quem devo agradecer todo esse perfume que quando visitas minha página deixas impregnado em mim. Esse teu doce sorriso encantaria até o duvidoso narciso. E se em algum momento lúdico eu disser também que te amo, agradecer jamais será preciso. Quantas cores tens tu e todas as tuas amigas flores, nestes corpos que valorizam as plantas? Já muito fazes, pois enfeitando o meu jardim também me encantas. Arranham-me um pouco teus espinhos, só espero que meu sangue haja o suficiente e esperado fertilizante, para deixá-las cada vez mais lindas e brilhantes, para que a alegria, a saúde e a felicidade, aliadas do amor, sejam seus maiores amantes!       
Lanzoner Navegante de Outono




NADA A LAMENTAR

Não, não lamento nada, pelo fardo que a vida debitar-me em suas entregas. No amor só devem existir sentimentos comuns e não necessariamente regras. Você passou, eu passei e ainda me lembro do último beijo que te dei em um momento feliz de mútua entrega. Que eu jamais me perca agora nos descaminhos que me ofereceu minha solitária musa que se fez perdida em sentimentos confusa, mas que ainda enfeitiçam e enlouquecem a pouca razão que em minha mente habita e que do meu coração usa e abusa. Mas hoje já me sirvo mais dos irônicos sorrisos de negação fingidos, do que dos sim que já não faziam mais qualquer diferença ou sentido! Embora ainda me doa o sentimento de perda, não condeno ninguém ou nada, pois sei que muitas pedras já ultrapassei nessa minha longa jornada, pois tudo foi aprendizado e acho que ainda  falta muito para ter minha vida diplomada. Atiro hoje ao léu todas minhas mágoas e para recomeçar ao anoitecer lanço um eterno namorar desse luar, que sempre deixa um novo reflexo na imensidão do oceano, que teimosamente insiste em movimentar suas águas, tentando deixar nas areias das praias todas as tristezas nele arremessadas.
Lanzoner Navegante de Outono




MÚSICA E EMOÇÃO, FLOR DA INSPIRAÇÃO

Ainda emociona-me a voz suave, doce e serena, que há nas belas canções de amor. Baseado nelas que me ponho na memória de  romances saudoso a dissertar. Ouvindo duetos do homem e da mulher a cantar, navegam meus pensamentos em fantasias criadas por este coração que como bandeira desfraldada, tremula fortemente ao vento que enviado por Deus me faz navegar! A musica tem em seus suaves acordes a desejada magia que fornece aos poetas as palavras rimadas, que ele humildemente empresta a contumaz fantasia que  em sua mente há e que no altar sublime da vida ele vai então depositar. Mas se não tiveres alguns minutos para os apelos da vida e do ver, ouvir e a sua canção também cantar e ao amor se render. Vá entrega-te as futilidades do tempo e arrependa-se até se fartar. Entregue-se depressiva em tua sala de estar a lamentar e se perder. Assim como na música o nobre cantor te concede o bis, sempre haverá uma segunda chance, pois quando o amor te perdoa é essa a tua chance de ser e de fazer feliz. Ame-se que a vida te fará amar. A vida sempre te dá outras alternativas e da próxima vez procure aprender, que com os olhos da mente fechados nada conseguirás perceber e pouco da vida poderás alcançar
Lanzoner Navegante de Outono




MULHERES, SÃO OLHOS

Mulheres são sonhos, são o retrato fiel da beleza em exuberância, são a eternidade da esperança. Mulheres são expressivas, determinadas e exclusivas. Mulheres são olhos, olhos puros ou maduros, olhos que pedem, olhos que exploram, olhos que medem, olhos que somam, olhos que imaginam, olhos que querem, olhos que sempre o muito desejam, olhos que pedem, olhos que cedem, olhos que falam, olhos que amam, olhos que aceitam, olhos que se entregam ou se negam, olhos que percebem, olhos que pressentem, olhos que se auto-reprimem, olhos que sorriem, olhos que choram, olhos que demoram a perder o brilho, olhos que assustados em sua timidez se recolhem, olhos que quando odeiam ou querem não se escondem, olhos que desafiam, olhos que enlouquecem quando ardentemente desejam. São olhos que te aprisionam, mas também te ignoram se não fores a elas devotado. Mulheres são olhos de todos os tipos e cores que querem apenas um amor de verdade! Aí serão olhos que imploram, olhos que quando conseguem o que querem, são simplesmente mulheres em olhos que adoram. Serão olhos de namorada, olhos de noiva, olhos devotados de esposa, olhos eternos de mãe, olhos que perdoam, olhos que sempre apóiam. São e sempre serão, portanto olhos em todas as suas nuances, mas se perceberem a qualquer momento que acabou o romance, serão olhos de quem sofre e olhos de quem apenas por algum tempo choram, pois são olhos que se recuperam, olhos que querem um amor para a eternidade e esses são os seus olhos da procura da felicidade! Então são olhos que desejam e procuram e imploram o amor, são olhos que não sabem mentir. Elas podem até fingir mas seus olhos não, pois apenas são...Os Olhos da Verdade!  E só poderá ter para sempre os seus olhos de paixão presos em sua visão,  o homem que lhes der em troca e em definitivo o seu coração e que quando se for deste mundo neles deixarão saudades!  
Lanzoner Navegante de Outono




quarta-feira, 29 de março de 2017

MUlHER, SONHO E SEDUÇÃO

Na linda imagem de mulher que me seduz, veio o sol roubar-te a luz. Anoiteci nos suaves contornos do teu vulto e veio a lua dar-me indulto! Despertei ainda embriagado do doce licor que tomou minhas lembranças, mas ao acordar pressenti uma sutil ausência de esperança., Será que apenas sonhei, ou ontem o enorme cansaço levou-me ao sono e a um puro sonho de criança? Foi assim que vi deslizarem leves folhas de outono ao vento, que enfim giravam em torno de mim como se quisessem me abraçar. Apenas por um momento pensei que vinham em minha direção escrevendo teu nome, como a recolocar-te em meu pensamento! Acomodei-te confortavelmente em meu coração de tão imensurável sentimento! Acordei! Só poderia ser um sonho, pudera, assim de tão irreal quimera!. Tinha que haver ali uma ilusão, senão o que faria agarrada em mim tão linda flor. Eis que sou brisa leve de outono e és toda a cor de Primavera. O que restou, senão a promessa de um novo anoitecer de sutil quimera. Que não se envergonhe esse homem, desta lágrima que lhe escorre no rosto e que tem a promessa breve da espera. Vem nele a força de dez tigres pois pelo amor tem o bom gosto de ofertar a mulher amada sua melhor emoção. Não teme fundar sua própria estrada sem que lhe importe da turba a insatisfação.. Conduz sempre bem o trem de sua vida pois tem como maquinista um hercúleo coração! Um homem só é verdadeiramente homem, quando sabe apreciar os bons dotes  de uma mulher, das flores o aroma e aprecia com prazer o enlevo e a emoção advinda dos suaves acordes de uma doce canção.
Lanzoner Navegante de Outono






MULHER MENINA

Gosto de mulher sapeca que tem jeito de criança, que tem sabedoria de mulher mas ainda nos cabelos faz trança. Vive brincando feito pequena tendo nos colos uma surrada boneca. Ela salta livre no ar e em sua juventude se lança. Ela tem sempre uma palavra doce pra te encher de esperança. Tem gostosa doçura na voz, e no olhar um brilho cheio de falas e quando sinuosamente caminha, enche de frases minha imaginação e assim tão docemente inocente possui o meu possessivo coração. Não guarda malícia alguma  em todos seus movimentos e enquanto minha mente aprisiona sua imagem e guarda seu nome pra sempre,  nessa minha interminável quimera, enche de vida o meu coração. Mas minha vida já sem tempo não a espera, assim a deixará eterna nos meus pensamentos e possuí-la inteira, quem me dera, essa Inefável emoção.
Lanzoner Navegante de Outono




MULHER, DONA DOS SEUS DIAS

Nada mais poderosa e sadia do que despertar e saber-se senhora do teu dia, tendo uma mente livre e autônoma, que sabe ser das suas decisões única e exclusiva dona. És pois como a correnteza de caudaloso rio. Vá, supera pois obstáculos, rompa com todas as tuas forças tudo aquilo que tentar impedir o teu curso natural. A qualquer hora assim como o rio a arrebentar pedras, estarás ali igual em plena e vigorosa atividade, em teu percurso dando de ombros as forças contrárias a sua felicidade habitual. Portanto apenas uma coisa em tua mente guarde: Não haverá em ti paz, antes que conquistes com a ajuda de Deus em tua mente e coração, a verdadeira LIBERDADE.
Lanzoner Navegante de Outono




terça-feira, 28 de março de 2017

MUDANÇAS DE OUTONO

Senhor cansei de ser apenas eu, gostaria agora de voltar a ser aquele outro. Ser um ser que apesar de demasiado sentir, jamais faça qualquer ser sofrer. Que toda a rebeldia que sempre em mim existiu contra os famigerados e podres poderes persista, sem que em meu coração ódio possa ficar. Que jamais fuja de mim a inspiração novamente e que se ela me fizer sofrer, que ela demore apenas o tempo que tiver que demorar. Que sejam aquelas poucas horas de sonho e depois passe por mim,  assim como sempre passaram leves as suavemente ternas brisas de outono, carregando ou desprendendo de mim todas as mágoas, assim como soltam-se as folhas que mudam de cor nesse eterno vôo de abandono. Colorindo o chão das alamedas de minha vida, que dolorosamente nunca fui único dono, pois coração e pensamentos sempre foram de uma mulher, que em um passado distante ficou sem retorno. Foi em uma tarde de domingo sozinho que restou-me apenas mais um desatino. Não chorei por não ser mais criança, fortemente  naveguei em mares de desesperanças, flutuei na troca de estação de calor do verão, aceitando os ventos que me traziam novas esperanças. Mas eles também me  traziam sempre à lembrança dos bons momentos vividos com aquela mulher que do amor exalava a  fragrância que à minha vida traziam alegria. Mas sou Navegante e se dessa poesia fui dono em esperança... Troco já esses nossos corpos de verão, pelos agora insistentes e já renovados perfumes desses novos ventos de outono e da mudança.
Lanzoner Navegante de Outono




MORENA CAIÇARA

Boa noite morena caiçara, quantas conchas você conta nos encantos quando em ti desponta formosa a luz do luar, que encontra em teus olhos morenos tão lindos de marear, as cores do amor castanho que um dia ousou à este pobre poeta timidamente mostrar. Percebo que nesse teu lindo colo coberto de contas, há um coração cheio de amores e segredos que não quero escutar. Já não vou a tua praia tenho medo de te amar, depois entrar no desassossego de me prender e nunca mais me soltar. E esse teu amor que me parece tão doce e leve, bata à porta sem tranca desse meu coração bobo e entregue então me faça apaixonar. A paixão só é boa quando é forte e, talvez eu não tenha mais esse porte, para os dotes desse teu amor suportar. Sei que de mim duvidas e teu melhor dom sempre foi duvidar. Não duvide só de quem diz que te ama, duvide também de quem não te pode alcançar. Então só quero que faças  comigo, tudo o que fazes na hora de amar, ou então deste meu peito amigo,  faça apenas  a sua melhor sala de estar!
Lanzoner Navegante de Outono







MOMENTOS DE ABANDONO

Hoje vivo de  momentos, momentos que em mim você também buscou, me entreguei aos seus encantos, sem nem  compreender que era pouco o que me davas e, na verdade  eu só estava dando minha vida pra você, porque isso era o que meu coração pedia. E nos momentos divididos para mim nada restou, pois se de fato fossem sentimentos iguais, te amaria muito mais. Fiz então grandes momentos só de entregar sem receber. Mas nada disso importava pois o  que importava em mim era você. Apenas quando então você partiu, foi que  pude perceber, que já não havia meus momentos, só havia os teus. Hoje me encontro perdido sinto falta de nós dois. Mas se o tempo um dia te fizer voltar,  não me procures, hoje tento te esquecer, mesmo que meu coração diga, que ainda te amo e sou nada sem você, prefiro ser somente nada hoje do que voltar a não ter nada hoje, amanhã ou nunca mais.
Lanzoner Navegante de Outono




MINHAS VERDADES

Meu cavalo alazão é minha vida, que cavalgada em minhas verdades feliz se faz presumida, em imensas pastagens de tenras relvas de irrealizados sonhos em trotes de intermináveis e exageradas emoções, vai inteira a procura de dar e receber carinho em poesias, poemas e canções! Hoje percebo que sempre vivi em um mundo paralelo, onde tudo se mostrava belo, que não passavam de sonhos, baseados em irreais expectativas epilogando em cruéis desilusões! Hoje  exatamente o que mais me falta neste final de noite de temperatura quente, onde encontro-me com alma vazia é dessa tamanha ausência e de alguma presença ter noção, que me completariam em um simples afago, um sólido beijo de amor puro, um abraço, um toque feminino sem posterior intenção, Senhor! Porque distribuí tanto mas pouco recebi dessas porções de amor ofertado? Onde nessa interminável carência, sempre fui apenas doador e apenas hoje percebi, neste momento em que minha mente se encontra em total desalinho, que por mais habitantes que existam neste planeta, a cada dia se aprofundam mais em solidão e na mais completa falta de carinho, fazendo com que este teu povo meu Deus! Se torne a cada dia mais infeliz e mesquinho. Perdão Senhor, mas meu alazão e eu, seguiremos doravante procurando outro caminho. Procuraremos uma rainha em, simplicidades, que tenha amores de verdades, uma mulher de mãos suaves, que apenas em seu coração me de abrigo, me guarde em seus sonhos e que em afagos, jamais me deixe sozinho! O que lhe darei em troca? Apenas o que sempre tive para dar. Um Amor de peito aberto e os suavemente fortes, abraços compridos de ternura e recheados de puro enlevo e carinho! Senhor peço apenas que me guardes, pois continuarei a minha luta contra falsos profetas, pastores, missionários e enganadores, que vendem tristezas e horrores para depois vender falsos  milagres! 
Lanzoner Navegante de Outono

    

MINHAS PRECES

Minhas preces sempre foram breves para que a vida tivesse tempo de deixar este nosso amor não errar endereços e sempre ser bem entregue. Minhas preces não eram pra você nem pra mim, eram apenas para que o mundo soubesse que nosso amor jamais teria fim. Para que nada entre nós mudasse, mesmo que o tempo forçosamente por nós passasse, sempre teríamos um ao outro em um novo dia, um novo amanhã onde tudo recomeçasse, pois sempre nos entregávamos  e deixávamos que apenas o nosso amor falasse. Hoje depois de tanto tempo de amor sem promessas e planos, se uma simples lágrima rolar, jamais será de dor, mas sim da paz que nos toma quando lembramos das preces que fizemos e pelo muito que recebemos quando nos amamos. Pois hoje sabemos que histórias de amor terminam, mas nós jamais terminamos.
Lanzoner Navegante de Outono




MINHA ITALIANINHA

Engana minha dor a morfina, dessa ferida que meu sangue não refina. Um reles soldado prestes a receber medalhas, não me alegro ao escutar ainda que ao longe o barulho das metralhas. Entorpece-me a mente, persistente  a lembrança dos encantamentos desse teu belo e frágil corpo a se fazer presente, mesmo sabendo que aqui não estás. nem ao porto contente me esperarás. A iluminar minha alma, apenas o brilho que há no sorriso esculpido com beijos admirados deste teu olhar meigo e profundo! Minha querida italiana te quero tanto e quero  viver pra sempre contigo em um novo mundo. Erro ao acreditar, que todo grande amor deve eternamente durar, e após teu evento me perco em você e te encontro apenas no meu delirante pensamento. Enlouquecido te procuro dia após dia, certo de que neste turbilhão de sonhos e ilusões, ainda resta para o amor uma avivada centelha desta avassaladora paixão. ergo-me na cama., vejo que no porto não estás, não deixam acompanhar-me minha doce italiana. Desembarco com honras em meu país, entrego fardas e brasões e meus fiéis companheiros, baionetas caladas em fuzis. Fui apenas um pracinha obrigado a lutar uma guerra que nunca quis. O que quero ter em meus braços e que venha pra mim sem embaraços, minha italianinha Gioconda adorada, ficando sempre  ao meu lado em meu amado país.
Lanzoner Navegante de Outono




MINHA ETERNA LOIRINHA

Gosto de mulher sapeca que tem jeito de criança, formada em sabedoria de mulher, tenra pétala de bem me quer, cabelos loiros a lhe escorrer lisos pelos ombros, pois já não cabem neles mais trança da menina traquinas que sem música dança quando cisma e quer. Linda em olhos grandes feito boneca confia muito em mim e mirando meus braços então ela salta livre no ar e se lança. Apertada junto ao meu peito, já não é mais como era antes e agora me faz ficar meio sem jeito. Logo lhe vem uma palavra que rápido meu coração alcança. Assim vai mudando tudo a sua volta, pois tem sempre uma palavra doce pra me encher de esperança. Tem gostosa doçura na voz e no olhar sempre um brilho cheio de falas e quando sinuosamente caminha enche de frases minha imaginação. Sentada na macia relva do campo, deitando minha cabeça em seu colo, faço silente todos meus traços conforme manda meu já encantado coração! Mal sabe que é por ela que escrevo, tendo como enredo essa antiga amizade, que vem desde tenra idade como a minha melhor emoção. Meu amor então de súbito a ela confesso. Ela estremece, fica sem jeito e ao mesmo tempo enternece, sorri, beija-me o rosto e sai caminhando como se achasse que estava eu brincando e que nada houvesse. Ela já sabia que há muito nos amávamos, apenas não entendia de que jeito eu a queria. Correu como se criança ainda fosse, olhava para trás e sorria como se estivesse com o meu amor brincando. Eram longos demais os meus dias e a ânsia de ter apenas pra mim aquela linda pequena, de pele tão suavemente tenra e de olhar tão doce a minha linda flor em botão tão pequena.. Ao serviço militar fui chamado e ao voltar soube que por doença em família ela sem deixar endereço havia mudado. Hoje ainda a tem como antes o meu coração bem guardado. Lembro todos seus movimentos e enquanto minha mente aprisiona sua imagem que não me deixa, como se ainda a tivesse aqui bem ao meu lado o seu sorriso e o perfume que havia em suas agora cortadas madeixas. Ainda tenho o velho caderno onde uma perene dedicatória onde seu nome para sempre ficará guardado. Pobre do homem que não preza seu passado. Como cicatriz todo o meu corpo a terá para sempre e assim nessa minha interminável quimera, ainda há momentos que sinto a presença dela. Mas como a vida tem pressa e não espera nem por um breve momento, decidi enfim deixá-la eterna nos meus parcos versos de lamento que voam pelo ar como poeira ao vento. Ela como menina traquinas vive ainda a brincar com meu senso. Saudade que ainda hoje anda assim tão doída em mim quando nela penso.
Lanzoner Navegante de Outono




segunda-feira, 27 de março de 2017

MEU DESTINO É VOCÊ

Está decidido. Vou partir rumo a imaginada e lendária terra do sempre feliz e sem final! A ilha dos sonhos sem fronteiras? Sim, mas viajo acordado e feliz ciente de tudo que na vida a minha maneira sempre sonhei e quis, todavia sempre fugindo do mal. Não ousarei mais fingir ser feliz. Irei pra bem longe dos relacionamentos que sempre tem um começo um meio e um fim. Onde eu possa residir apenas em você e você domiciliada confortavelmente em mim. Irei para longe das pessoas que fingem se importar com alguém e que na verdade só pensam em se dar bem com o vil metal e afins. Vou rumo a uma aventura sem final, sem testemunhas, sem julgadores, sem amigos traidores, sem pessoas que tem como propósito apenas se dar bem na vida e sentem apenas da boca pra fora, cujo patrimônio maior é não ter apego a nada e vivem a mentir sem medir tempo e hora. Vou navegar em águas mansas e claras, com golfinhos a me guiar no oceano azul que é só meu agora.. Vou seguir meu pensamento aventureiro nessa incontrolável vontade de em algum lugar deste minúsculo planeta encontrar o meu verdadeiro lugar. Vou seguindo em direção ao insondável e inimaginável mundo ideal, de cara limpa e sem ácidos a me controlar. Terei apenas o céu como testemunhas e as estrelas a me nortear, deixando o amor que carrego no peito ordenar as desfraldadas velas do barco do meu destino e ao sabor das brisas leves do meu tempo de menino volto livremente a navegar. E com o doce sabor do teu beijo sentido em mim novamente, te encontrarei finalmente onde nosso amor de sonhos deverá até o fim de nossos dias morar. 
Lanzoner Navegante de Outono




MERGULHANDO EM SONHOS

Mergulhe esses teus anseios nos mais lindos sonhos de amor mulher formosa, pois sempre estarão a te esperar  enfeitando-te o caminho e a mesa, o vermelho da rosa. No gelo um bom champanhe iluminado por  fagulhas de amor em vela acesa, pairando no ar um romantismo a toda prova e de bom senso aliado ao inebriante perfume do mais aromático incenso. São sonhos a realizar, tão fáceis de viver e de sonhar. Agora venha minha flor morena, segue da melodia o compasso, venha  me fazer feliz você está a apenas um passo de também encontrar-se em meu abraço. Bailando te levarei ao mais belo lugar do mundo, onde nos olharemos nos olhos por um longo momento profundo, já sem nos importarmos com o tempo, onde sem som algum deixaremos bailar apenas o pensamento. Jamais foi preciso te ver pra te sentir, nem te tocar para te ver em meu mundo. Quando de propósito passo e paro em teu portão, sei  que em casa estás conforme bate meu coração. Misturarei tuas dúvidas com as minhas e em um longo beijo a segurança da certeza te devolverei, E em sussurros de meu amor silente, te provarei que doravante seus olhos verão apenas e tão somente, as belezas que em teus caminhos colocarei novamente.
Lanzoner Navegante de Outono




MEMÓRIAS

Toma meus sentimentos uma repentina nostalgia, ponho uma música a tocar e inspirado em tua essência começo a pensar em uma outra história pra nós cheia de magia, mas só ouso descrever apenas sobre um tempo em que  somente nós havia. Sobrepujávamos debochadamente o tempo, éramos leves e rebeldes e nosso amor embora transbordasse, nenhuma gota de nós se perdia. Do nosso tempo éramos únicos donos e eu sempre te dizia: deixa passar tantas quantas forem essas coloridas folhas soltas ao léu nesses ventos leves e mornos desses outonos, a gente sempre será aquilo que sempre fomos. Deitávamos nossos corpos em nossas verdades e nos entregávamos a vida na mais silenciosa troca de olhares e beijos no mais completo abandono. Sempre quis acreditar que tudo que se fez em mim se fez em você primeiro, mas ninguém poderá mudar o fato de eu ter te amado assim tão de repente vítima desse teu olhar certeiro. Pois foi na primeira troca de olhares, que me senti preso a meiguice desses olhos e de repente me vi te amando e loucamente apaixonado pelo seu jeito tão singelo, simples e brejeiro. Que pena que no trem de sua vida fui apenas mais um mero porém contumaz passageiro. 
Lanzoner Navegante de Outono




MANTO DA VERDADE

Faça das tuas verdades um manto no verão para que com ele te aqueças no inverno. Não existem Países de Maravilhas, mas ainda existem Alices. Todavia a felicidade pode vir num daqueles dias que vc acredita que serão os mais tristes. Não procure lógica na vida, aprenda a usar os atalhos e caminhos corretos, todavia não há garantia de serem totalmente certos! Trace tua própria filosofia, adormeça apenas com teus olhos e assim quem sabe deitada em tua verdade, não encontres assim a tua almejada felicidade. De absolutamente certo na vida existe apenas um começo e um fim. Afasta-te portanto do que não te faz feliz, norteia tua vida na fé, deixando que suas atitudes façam a tua sorte enfim.  
Lanzoner  Navegante de Outono




MAIS QUE UMA BREVE POESIA ESCRITA

Mais que uma breve poesia escrita. Mais que a palavra bendita! Mais do que o constante e necessário amor repartir! O importante é sentir. Que o melhor sempre está por vir. É viver no propósito de sempre crer. Que haverá sempre um novo amanhecer! Dando-se a oportunidade de reparar algo de ruim que à alguém fizestes, mesmo sem querer! E o mais importante é que mesmo  navegando em mares de incertezas, sempre existirá em ti a prodigiosa teimosia de saber, que o fruto do ventre de uma certa Maria, faz sempre ressurgir em ti uma nova vida pra viver! Para amar, doar e amizades receber. Pois até mesmo sem ter a convicção de existir realmente alguma verdade naquilo que muitos estão a dizer, Acreditarás sempre que nestes breves e contínuos caminhos a seguir todos os dias, haverão a encantar teus momentos poetas e poesias e sempre uma única mão que as guia, só se perdendo quem dela desvia, e que mesmo assim estará sempre lá neste caminho reto onde sempre haverá essa inexorável luz!  De exemplo de amor e humildade! E o nome de quem a carrega simplesmente é:  JESUS!  
Lanzoner Navegante de Outono




MADRUGADA FRIA

São três horas desta madrugada fria e insone, que quase vazia de sons, faz-me sentir a voz de quem há muito não vejo e nem ouço o nome.  Dessa nossa música sem piano cujas notas já não solfejo, já nem sei em que tempo de verbo jaz o muito que não escrevo. Falta-me ainda a inspiração que desejo, falta-me toda ternura que havia em ti, assim como esse seu ardente e incomparável e agora perdido beijo. Hoje qualquer sussurro meu ou teu, soaria como um gemido e nessa madrugada calma, por todos os insones seria ouvido. Mas assim como essa tua ausência ainda se faz em mim assim tão presente dessas horas tardia, confunde-me a mente, sentir seu cheiro, nessa pele macia, desse sentido que meu coração acaricia. O seu gosto em minha boca permaneceu, mas o meu pensamento cruel te afasta e essa vontade de enlouquecer, aos poucos me enternece e me acalma. Como se independente do que quero, o tempo passasse e silenciasse o que já vai hoje descontrolado, enraizado em mim nesta sua ausência que minha mente assedia, acelera meu coração e que faz essa indesejável, fiel solidão companheira sem fim, roubar-me as palavras esvaziando-me a alma. Saudade, Inevitável sentimento! Para tal doença não há lenitivo. Fui e sou escravo deste amor perdido. Acordado pensando em ti eu sigo e se em meu sonho estás sempre comigo, creio que assim será enquanto neste plano estiver teimosamente este meu reles corpo vivo.
Lanzoner Navegante de Outono




LUÍZA, TÃO BEM-VINDA , ME REALIZA

Tão linda e tão bem-vinda que como refrescante brisa, passa por mim como dádiva da natureza beijando-me suavemente o rosto e pela minha boca desliza, acaricia minha alma, abranda meu coração, juntos somos rara emoção, só em te ver, ou te ouvir meu dia se realiza. Ah minha querida Luíza, tão deliciosamente humana e tão proibida, tão real em uma sintonia divina e hoje tão virtual, embora mexa até com minha sanidade, assim tão mulher, tão natural e sem pintura, pele macia e de boca rubra e doce como a fruta mais madura.  Tenho-te tão sedenta de movimentos e de aventura e, tão suavemente menina, que embora não me pertença, faço-a totalmente minha em nome de uma vida que nos une e se alinha. Fazes tudo ser tão simples mas incomum que faço dos meus pensamentos os teus e faço dos seus os meus, não somos dois, somos agora um. Venha agora ou ao romper da aurora, assoprar em meus ouvidos esse teu amor feito de gemidos, que não são de dores, são divinos vícios seguidos de bons sabores nesse teu beijo, que em minha mente se eterniza minha Luíza. Hoje em meus devaneios esse é um nome que carrego e uso tanto como se já fosse verbo em minha mais doce emoção. Então eu digo, Luíza, eu queria até morrer de amor contigo, no paraíso e, se no amor não devem existir nós a desatar, eis que todos somos livres para amar e o nosso pensamento pode possuir asas e pelo azul do firmamento sentir que esse mundo é nosso e mal algum pode nos alcançar. E se é mesmo um coração isso que carrego no peito, pouco me importa da sociedade o conceito, sigo meus planos e faço o que para mim é perfeito, pois quem não usa a liberdade que tem, nunca será feliz direito. Se for pecado amar assim, que me puna o tempo por possuir tal defeito. Penso que não pode haver lei no mundo que proíba essa paixão e se me engano então, somente a Deus  devo pedir perdão!  
Lanzoner Navegante de Outono




LUAR SEM DONO

Dessa lua invadida que nunca terá dono, nessa telúrica noite suave de outono, deito em ventos brandos minha nau a navegar ao léu tendo a cobrir-me todas as estrelas do céu. Como fora o último navegante dos luares patronos e em minha já pobre inspiração, deixo-me flutuar nas lembranças dos meus namoricos de suaves beijos mornos. Onde o mundo era meu por convicção plena. Tudo era eterno, breve, leve, paixão da juventude ora inquietante, ora serena. Amar assim valia a pena, quantos lábios não beijei, sempre a boca pequena. Defeitos! Nossa como os tenho! Virtudes, sabe Deus! Acho que já amei tanto e com tenacidade tamanha, que até deixei que me levasse o tempo, a juventude perder. Sempre fui um homem simples e talvez seja por isso, que não consegui enriquecer. Mas o que isso importa, pois sempre vivi a vida, do jeito que quis viver. Ora amigos, haveria aqui alguma avis rara assim tão preciosa, pura e cara que é  preciso se ocultar? Onde está esse anjo que eu também quero abraçar! Serias tu a tal? Logo tu, que vês nos outros qualidades que são tuas, doce princesa angelical! Não posso me estender, tenho muito a fazer e por isso ando ocupado. Empresta-me já tuas asas, chegarei mais rápido indo assim alado a outras casas. Gostei deveras de um dia ter te encontrado. Como metade de mim já te entreguei, nada te darei além  do que já te dei e adeus. Fica então com a benção do Senhor do amor, nosso amado Deus!
Lanzoner Navegante de Outono




LOUCA MANIA DE TE AMAR

Tanto de ti já tive e nunca me senti fartar. Pois são dos teus fartos carinhos, que nos descaminhos destas lembranças hoje me deixo levar. Em tua boca loucamente me perdia, mas guiando-me em teus olhos me encontrava. Ao tempo que entorpecido me enfraquecias, docemente eu me renovava. Perdidos do juízo, foi assim que entre beijos e abraços o tempo  que este nosso louco amor nos levava e trazia dia e noite, noite e dia ao já só nosso paraíso. Já não a tenho em meus braços mas ainda tenho um céu que se faz tão azul quando em ti me ponho a pensar. E sei que sempre haverão de ali estar, uma constelação inteira a brilhar agradecendo-te pelo brilho emprestado deste teu olhar! Todavia essas estrelas a cada momento que passa para mim já são passado, estou agora a contar os grãos de areia da ampulheta ando muito ocupado. Montado e segurando fortemente as rédeas dessa vida de cometa. Esperando que os dias se façam noites e que a madrugada amanheça! Esperando que a lucidez não me abandone, para que eu jamais te esqueça! Certo que esta tarde entardeça, que a noite anoiteça, que a madrugada apareça e que toda a força do sol nos amanheça, e até que a esperança em mim enfraqueça, ainda assim você haverá de estar presente em meu coração e nesta minha já alva e admirável cabeça!
Lanzoner Navegante de Outono




LOUCA INSPIRAÇÃO

É na madrugada silente onde a quietude é plena e o luar se demora, que a inspiração viaja afoita esperando que o poeta insone sem perguntar seu nome a possui e a devora. É um possuir consentido, uma troca de confidências e de palavras confusas que juntas como um casal de enamorados fazem o amor brotar delas. Escancaro então deste meu bem aventurado peito para todas as portas e janelas. Vejo lá fora um amanhecer claro e manso, astro rei escondido teima em não aparecer. Mas eu, bicho do mato, sei que o dia será belo de fato, agradeço a Deus por mais um ato no palco do seu teatro, troco chinelos por sapato, acordou feliz meu coração. Soergo-me em minha persistência sublimo minha existência vou a casa do pão. Pessoas desviam olhares outras olham pro chão, elas já não se cumprimentam perderam a educação. Vejo mulheres na fila e vendo seus olhos cansados, percebo que lhes é pesado o fardo de viverem se doando e não recebendo a mais doce emoção. Entristece-me vê-las assim, mas lembro que se algo lhes falta, foi culpa de sementes da paixão mal plantada em terrenos inférteis, gerando ao invés de amor e carinho, falsas expectativas, vida em desalinho, um jeito de amar sozinho e agora sobra em mim comiseração. Ora escravas do lar senhorio, apenas em obrigado leito frio sonham com amor e emoção. Para não me entristecer de fato, embrenho todo o meu corpo no mato, lavo minha alma no rio, amo forte a mãe natureza em toda a sua beleza e retorno ao lar renovado, sabendo que continuarei olhando nos olhos de quem caminha ao meu lado em qualquer situação. Não me importando com as palavras turvas, pois sei que a minha não faz curvas pois saem da verdade existente em meu já cicatrizado coração.
Lanzoner Navegante de Outono




CONVERSA DE AMOR EM POESIAS E RIMAS

Meu amor me mostra o infinito? Como posso, se este amor já é o meu mais agudo grito. Agora és unicamente minha e serás para sempre, seu corpo embrenhou-se na selva de minha mente. Já não posso te esquecer, vivo aflito. Sem você nada mais que vejo é assim tão bonito. Sem você a solidão residia em mim sem que eu soubesse. Você ressuscitou o meu mais doce prazer de viver. São tantas coisas que nesses momentos se diz. Você meu amor é hoje a felicidade que meu coração aquece. Hoje penso em mim e faço apenas aquilo que sempre quis, -- Amor diz que me ama, por favor diz!!! Eu mudei o escrito, pra ver se ficava mais bonito. -- Só que nada muda o que já foi dito! -- Se foi Deus que escreveu nossa historia ninguém muda -- O importante é que nossa historia já estava escrita. -- E quem a escreveu? Foste tu ou eu? -- Pelo pouco que te dei e pelo muito que vc. já me ofereceu? -- Quem foi que nessa história se intrometeu -- E ela a felicidade diz: Tudo bem se foi ele, Deus! -- Ele sabia que eu vivia infeliz -- pobre de mim, quem sou eu? A contestar o que ele escreveu. -- E resolveu me presentear para que, meus dias fossem mais cheios de vida -- Mas você tem tanta vida aí! Basta olhar em sua volta!-- Agora tenho-a pra dividir com você, campos prados, árvores belas, pássaros no amanhecer a te cantar na janela! -- Sim, mas antes deles nada tinha brilho pra mim. -- Nem os riachos limpos e mansos para engolir teu corpo como felpuda flanela? Nem o barro que pisas ao fundo e que te massageia para te fazer mais bela? Aqui não te desvias de caminhos para carros passar, vives livre o teu doce caminhar. Portanto se existe um paraíso é este o teu lugar. -- Hoje sou livre para te amar ! -- A mulher que amo só poderia assim morar. -- Ah como te amo minha vida! -- Sem a riqueza que enlouquece. -- Mas tendo a lua que a ilumina e o sol que lhe aquece. -- Ao deitarmos soltos à verde e rasteira relva, ela nos enleva e um grande amor acontece! -- Porque reclamas? Tens em ti a vida que uma rainha merece. -- Erga as mãos e olhos para o céu! -- Veja quantas estrelas estão a cintilar, obedecendo dos teus olhos o brilhar. -- Ah mãe natureza ensina-a a te amar! -- Ela vive como rainha nesse lindo sertão de amar! -- Devolva-me a poesia, para eu nela uma roupa melhor colocar! -- Embora seja a simplicidade que nos ensina a amar! -- Aí, não estão carros a te atropelar, poluição a te incomodar. -- Porque te queixas tanto meu lindo lago a alagar? Por acaso querias ser o mar? -- Debater-se na imensidão com barcos a te trafegar? -- Copia e me devolve esse amor e pare de reclamar! -- Eu te amo como um amor gentil, sabe amar. -- Porque insistes em me torturar! -- Não reclamo já disse pois amo-te a me perder! -- Quero você minha vida, nunca vou deixar de querer! -- Mas se jamais conhecestes o amor, como podes saber? Como podes saber que amas, alguém que não podes ver? -- Vejo-te a todo momento em meus pensamentos! -- Quando o amor acontece em fato, ele ferve! -- Seja no mais rico castelo ou no mais humilde casebre! -- Para seguir no amor, deixa que ele te dirija, deixa que ele te envolva, deixe que ele a carregue! -- Mas como pode se não me ouves, não me vês! -- Mas meu amor eu te sinto! -- Se me sentisse de fato, não duvidarias das cores do amor que pinto! -- Mas não duvido, só te quero, não entendes meus anseios? -- Nesse meu desejo de te amar, vai a minha pressa-- Meus medos não conhecem o escuro, eles preferem assim como o rio, deitar este corpo entre campos em um verdejante leito sem lençol a cobrir o impuro cio. Quero refletir em meu espelho esse por do sol grande e vermelho, quero ver no céu as brancas nuvens como fora um corpo de mulher, tenro e sadio. Vivo de palavras tolas escritas rimadas viajando em um sentimento puro, cujos dedos tocam teclas à esmo, nesse meu quarto escuro. Mas jamais defina o amor como o infinito.  O infinito é o firmamento e ele pertence a Deus!  Eis que a vida não é assim, pois tudo  que começa um dia tem seu fim. Espero que nosso amor tenha consistência e vá além. -- Apenas haverá além, Se for vontade suprema! -- Mas se existe amor já não é para alguém essa a vontade suprema? É incompreensível para mim esse tema. -- É matemática, sem equação sem solução, é zero sem problemas! 
Lanzoner Navegante de Outono




LEMBRANÇA QUE NA MENTE DANÇA

Quando se for essa exagerada canícula que o verão nos traz, desejo que a chegada do outono faça com que boas novas lhe tragam os ventos que seus negros cabelos balança. E que eles façam também nascer em teu corpo passos de uma nova e insinuante dança. Recupera então todo o ritmo escondido e contido em sua indelével lembrança, pois teu coração renova grandemente suas forças, quando o cupido certeiramente te atinge com sua encantada lança. Leva-te aos sonhos de músicas do amor, que agora bailam suavemente em tua mente enquanto enlaça-te o encanto que move-te os membros como um títere por cordas manuseadas por Deus! Esse teu lindo e delgado corpo encanta a todos quando danças. Agora já  nos braços de quem verdadeiramente és por teus sonhos movida, suavemente deslizas nas pistas dessa tua antes inerte vida. Agora já doce e alegremente permeada pelo que sempre esperavas, a felicidade que andava esquecida.. Não temas doce pequena. pois sonhos não morrem,  apenas como crianças puras e traquinas, escondem-se em nossa mente. Novos ventos em sussurrantes apelos, a farão despertar fazendo balançar novamente esses teus longos e perfumados cabelos. Pena não ser eu o dono desse vento ou seu par nessa dança a te aparar e movê-los!
Lanzoner Navegante de Outono




LAGRIMAS DE PRINCESA

Moça, porque esta lágrima vem assim em ti sem nenhum aviso, ocupar o lugar talvez de um meigo sorriso, assim de covinhas lindas, capazes de me fazer perder o siso? Porque não te aproximas mais meu querido amigo vento, empurra-me o corpo que já anda se movendo lento? Porque Senhor Sol que tanta luz já me deu, nessa tarde fria de inverno teimoso não apareceu? Porque meu coração de sentimentos tantos, hoje já pouco me aquece? Será que esqueceu do amor os caminhos? Caminhos que a mente não esquece. Senhor do Tempo, deixa-me libertar da princesa na torre, seus reais desenganos e descobrir porque esta teimosa lágrima teima em cair assim sem motivos e planos. Será talvez que tens objetivos de causar-me assim menos danos. Ou talvez ache que assim fará maior os montes do sal, que já habita  neste velho peito de tantas mágoas navegadas em bravios oceanos. Que antes como ondas outras em belos rostos de mulheres de marés de outrora, insiste em debater-se em minhas rochas agora? Aquela verdade em mulher que jaz em minha vida mesmo levando em conta a sua rara beleza, para mim teu nome sempre será a tristeza, que quis fazer em mim sua infiel residência. Te digo não seja insensata, tua beleza nunca te fez menos ingrata. O teu tempo já passou antecedendo em mim tua ausência. Só você não percebia o amor que lhe oferecia a vida na minha suave presença! Se vens agora saber a verdade, saiba que acabou em mim o teu prazo de validade. Hoje já não me importam belezas  da vida o que quero é  apenas franqueza aliada fiel da minha realidade! Acorda guardião da torre do mau reinado que te conduz, liberta já essa princesa te ordeno em nome do reinado do verdadeiro senhor da cruz.
Lanzoner  Navegante de Outono



LABIRINTO DAS RIMAS

Se um dia em qualquer breve instante que seja, já perdido no labirinto das rimas e num etéreo momento a poesia calar-se de vez em mim. Queria houvesse silêncio em minha mente e coração afinal. Pois liberto então dos sentimentos que moviam a emoção que me era tão natural, jazia! Tomara agora soubesse que a poesia perfeita já havia sido feita, assim já em mim então a luz se faria! Mas sublime mesmo seria saber que mesmo com a minha vida em epilogar, houvesse na alma de uma linda jovem, que ainda mantivesse em seu coração a pureza de sentimentos a guardar, percebendo minha ausência, deixasse apenas uma isolada e diáfana lágrima de cristal, em seu tenro rosto, suavemente por mim em doce clemência a rolar. Pois eis que comigo a promessa das rimas partia. E presa na ilusão que ainda nela havia para o seu jovem amor com não pouca insistência encomendara uma breve e inacabada poesia. Mas agora já em meu translúcido espectro somente uma coisa me bastaria. Que me fosse concedido pelo grande pai, o dom de ver que entre as rosas do meu já maltratado jardim, ainda havia ao menos uma que isolada chorava por este velho e pálido jasmim. Restando agora uma última oração: Senhor humildemente te imploro enfim: Prepare agora solo fértil para que germinem fortes, todas as sementes espalhadas por mim!
Lanzoner Navegante de Outono



JOGO DE AMOR

Aqui preso nesse viciado e eterno jogo da vida. A croupier apenas me observa, não vai nela qualquer emoção e você que apenas observa não pense que eu tenho do jogo todas as cartas á mão. As únicas cartas certas que tenho são de amor no coração e é assim que pretendo sonhar e jogar esse jogo sendo apenas um eterno amador em ação. Mas se for você minha bela aposta não me canso de apostar, pois a muito tempo que andas em minha retina a brilhar. Não temo adversários que contra mim vão jogar, tenho como trunfos apenas o meu silêncio e o meu jeito com gosto de promessa de amor sem trapaças no olhar. E se o acaso me fizer perder, não me julgue um perdedor, apenas empresta-me teu respeito para que eu torne a jogar. Sou um mero sonhador que insiste em no amor apostar e insisto pois nesse jogo não acredito em azar. Mas se  novamente eu me perder, tente acreditar, tendo agora como última chance apenas teu amor, prometo que seremos dois a ganhar. Te levarei aos mais demorados e incomuns sonhos que ninguém jamais ousou imaginar. Te pagarei assim desse jeito todas as moedas desse amor sem jeito que você ousou me emprestar. E tendo você, meu mais desejável prêmio, abandono de vez esse jogo da incerteza. Agora meu único vício é você,  minha mais feliz boemia nas noites de amor nessa nossa sorte de carta marcada, de amor delirante na indisfarçável alegria de amantes. Abandono portanto aqui essa vida de jogador de antes, desejando que assim também lhes sorria a sorte meus caros principiantes.
Lanzoner Navegante de Outono




JEITO SIMPLES DO CAMPO

Do jeito mais simples que existe, é assim que queria viver! Se pudesse e se meu Deus quisesse, deixava tudo pra trás, pegava a minha trouxa de roupa e ia esperar o trem. Pra onde eu ia? Pra onde canta a cotovia, onde pudesse ter bicho de cria, onde homem ainda é José e mulher ainda é Maria, Onde apenas os passarinhos fazem a sinfonia, onde possa andar livremente, sempre feliz e contente sem ter que esperar sinal abrir pra de carro me desviar. Sentir só cheiro de mato e de um riacho a correr, pisar descalço na grama ao lado de quem me ama, comer jabuticaba como amor até me fartar. E a sombra das cerejeiras esticava minha rede rendada sentindo o perfume da vida que o gosto da terra nos dá. Existe coisa mais linda que um vasto campo de milho com cabelos a balançar ao vento! Por baixo perfeitos grãozinhos enfileirados por Deus. Por essas e por outras é que eu sempre penso: Sentimentos que para alguns são sublimes, para outros podem parecer simplesmente ironia! Quando jovem ouvia muitas vezes eu te amo, pouco acreditava, talvez estivesse agindo de forma errada, mas do amor de verdade, pouco ou quase nada sabia! Hoje a maturidade me ensina um jeito novo de amar a cada dia, e por mais que possa parecer irônico, aquele que mais me emociona e ainda me faz pensar é o puro amor simples e platônico das caboclas e dos caboclos nas festanças dos arraiás. Que não me faltem então carinhos e que não me espetem os espinhos dos meus doces ananás. Voltaria então pra casa festivo, tirava as botas e pisava no meu rancho de chão batido e esperava feliz mais um dia de amor chegar. 
Lanzoner Navegante de Outono




JARDINEIRO DE PALAVRAS

Minhas diletas flores, jamais agradeçam a esse velho jardineiro que chamam jasmim. Sou eu quem devo agradecer por todo esse perfume que quando visitam minha página deixam impregnado em mim. Esses vossos belos sorrisos encantariam até os desvanecidos narcisos. E se em algum momento lúdico eu disser que as amo, retribuir não será preciso. Quantas cores tendes vós telúricas amigas flores, nestes delicados corpos que valorizam tuas plantas? Já muito fazem, pois enfeitando-me o  jardim também suavemente esse velho jardineiro de palavras encantas. Em verdade nessa entrega de carinhos sem dor, arranham-me um pouco teus espinhos. Esparramadas em meus bem arados caminhos, valiosas como diamantes Só desejo que neste meu sangue hajam suficientes e pródigos  fertilizantes,  fazendo com que fiquem cada dia mais lindas e brilhantes, para que apenas a alegria, a saúde, a felicidade, aliadas do amor sejam seus maiores amantes!       
Lanzoner Navegante de Outono


JARDIM DE SOLIDÃO

Hoje vejo neste meu imenso jardim de solidão, que até a admirável  e mais exuberante rosa vermelha, que um dia já foi um mero e frágil botão, mostra-se forte e rija e não precisa mais de proteção! Benditos sejam seus espinhos que as protegem tanto assim! Só quero e devo agradecer hoje, o prazer e alegria que essas amigas proporcionam ao meu coração, dando-me a oportunidade de ter em minha página tantos meigos olhares, dom que lhes foi concedido por Deus em um momento único de sublime inspiração. Olhares que já inspiraram tantos versos  de admiráveis canções. Mulheres de fases que mesmo em breves momentos, vivem todos os seus sentimentos com muito amor em ternuras! E por mais emocionais que sejam, isso as fazem pra mim tão puras! Algumas já se viram tentadas a abandonar-me, mas ouviram a voz do coração! Tenho muito que agradecê-lo pois não quero minhas flores, fora do alcance de minha visão. Sem elas, o que seria desse pobre e branco jasmim? Estarei sempre em você, se você estiver em mim. Não gire nunca o dial, quero estar sempre em tua sintonia mesmo que virtual! Perdê-las talvez fosse agora, antecipar o meu fim! Fiquemos todos com Deus e tenhamos belos dias afinal! Perdoem as rimas pobres que faço agora, acontece que o tempo já é para mim tão veloz e eu ando já tão lento! Fiquem com Deus e com a grandeza do firmamento! E já é tão leve o breve que se escreve, que não sei se devo a poesia ou se ela me deve! Duram instantes que parecem dias. Acabo de fazer e refazer e meu senso crítico me diz serem assim tão vazias! Que não sei se devo Concordar com meu senso, ou pensar que anda ele a exigir de mim em demasia?  
Lanzoner Navegante de Outono



JARDIM SECRETO

Vou entrar em seu jardim secreto, invadir seus sonhos, descobrir seus desejos, assoprar seus cabelos e roubar teus beijos. Vou entrelaçar nossos dedos te prender em desejos, te transferir meu amor e te abraçar como louco. Vou te assoprar nos ouvidos, todos os meus sonhos até o mais contido, escondido ou solto. Te amarei sem planos até perder os sentidos. Vamos caminhar apenas em ocultas e estreitas veredas do bem, em nós o não agora só se dará em caminhos perdidos, pois nesse agora nosso secreto jardim, o mal querer não será permitido. Nossas flores jamais morrerão, será um eterno florir de amores expandidos, me perderei em encantos e nessa imensa candura que há em teus olhos, te apontarei um narciso e dessa linda boca brotará mais um leve sorriso! revelando lindas covinhas nos cantos de lábios, que igual não poderá outra haver. Junto-a suavemente a minha para dar mais alvor ao alvorecer. Te cantarei em versos e prosas, me deixarei cavalgar por todos os campos de rosas. Serei totalmente teu, serás totalmente minha. Fecharei de espinheiros as entradas desse nosso único e exclusivo mundo. Nosso amor será eterno, irrevogável, amor raso e profundo, borboletas nos trarão o vento, vento quer nos trará a melodia doce do dia. Ao anoitecer a luz nos trarão os pirilampos, dias e noites serão iguais, nesse jardim só haverá lugar para o nosso amor de encantos musicais. Se em noite escura sem luar e fria, em ti surgir melancolia, serei teu palhaço abdico então de minha felicidade apenas para te trazer alegria. Se mesmo assim desses belos olhos, lágrimas derramarem-se um dia, sorverei todas, sejam assim como todo o sal que houver no mar no ar em maresias. E em minha boca as filtrarei fazendo-as doces para nosso jardim irrigar. Faremos do futuro um eterno namorar de constante frenesim, mas se um dia o indomável tempo de tanto correr e a morte nos alcançar enfim, Tu te transformarás em gardênia e eu em jasmim, pois brancas serão nossas cores assim. Só não mudaremos nosso perfume de anis igual, pois isso será o ofício de colibris, que nos beijarão todos os dias levando o pólen da nossa eterna alegria à corações juvenis, expurgando-lhes herdados vícios, que rondam corpos impunes, que se perpetuam no mal. Dá-lhes Senhor antes que tarde seja um jardim exatamente igual.
Lanzoner Navegante de Outono




JÁ NÃO BRINCO DE AMOR

Mesmo que ainda resida em mim um travesso coração de menino, já não ouso brincar mais com o amor de amar, doce e de bom sabor remédio a qualquer um receitar insisto em negar. Possui algumas contra indicações que quase todos conhecem e que sem a devida medida usam e abusam por diversas razões, mesmo sabendo que em algumas situações podem até lamentar. Apenas dele faço bom uso para ajudar a despertar em alguém o que as vezes anda adormecido ou perdido, ou até tenha enveredado por outros caminhos. Portanto não me acuses se enganada julgues que de ti abuso, usando o amor em desatino. Pois se te marcarem meus fiéis traços a descrevê-la, somente empunhando a pena com carinho, a culpa será toda da tua encantadora estampa e deste teu doce coração feminino! Que culpa impingiríamos então ao velho lobo que insiste  em só uivar para lua, apenas obedecendo ao seu instinto canino. Enquanto sua companheira pacientemente o aguarda no covil a espera do seu contumaz carinho! Seriam eles assim realmente irracionais? Ou talvez Deus tenha lhes dado o dom de conhecer melhor do destino?
Lanzoner Navegante de Outono


domingo, 26 de março de 2017

INTERMINÁVEL DESPEDIDA

No final da noite na silenciosa madrugada, fecharei este álbum de fotografias de pessoas amigas, umas que se mostram, outras escondidas, que já não são para mim, assim tão desconhecidas! Elas, que declaram-se amores e amizades, como se conhecessem fora dessa tal virtualidade! Vejo nelas uma infinidade de sentimentos, onde pode haver alguma inocente mentira, mas também existem belíssimas verdades. Estranhamente, talvez somente aqui exponham suas alegrias, frustrações, sanidades, loucuras e as mais liberadas e consentidas igualdades. Aqui quase tudo é permitido nada lhes é negado. Algumas questões ficam sem respostas, uns são admitidos, outros são descartados. Até existem uns que se odeiam acreditem!!! Como nós seres humanos, podemos ser assim tão intensos, tão pródigos e volúveis em sentimentos, até aqui nessa casual virtualidade. É exatamente isso que me encanta! Essa ausência de ser. Faça o que sempre quis, mas por Deus seja feliz! Vou fechar este álbum de fotografias agora, vou dormir e sonhar, quem sabe sonhando eu consiga ser pleno e verdadeiramente feliz! E porque não viver uma fantasia, quando a realidade as vezes é tão amarga! Ah vais me criticar! Não se prenda, interfira! Mas antes te advirto: Meias verdades, são também meias mentiras!  E como dizer o que se pensa ao menos aqui,  onde ainda é uma coisa permitida,  para terminar quero declarar que todos são para mim pessoas do bem e tem que ser respeitadas, e suas atitudes e palavras bem recebidas. Não isso não é uma despedida! É mais um dos devaneios que tenho, assim como tem sido durante toda a minha vida. Entre textos, frases, poesias, poemas existem emblemáticos dilemas. E isso porque sou um homem muito bem resolvido em todos os aspectos e prováveis problemas, imaginem aqueles que são indefinidos e em vários aspectos  lhes judia o sistema ! Deixe estar cada um com seu dilema, Ou não teria Shakespeare nada para entender com o seu ser ou não ser? Pelo menos eu tenho certeza do que sou e assim serei até morrer!  Enquanto houver um louco, um poeta, haverá fantasia em um delirante amante. Enquanto houver sonho, amor e uma única lembrança, haverá uma esperança em cada dia, que deverá  ser lapidada como diamante.   
Lanzoner Navegante de Outono