sábado, 29 de abril de 2017

SENHOR TEMPO

Senhor tempo, já pouco me importa teu peso, já faço sozinho meus traços sem o meu lápis forçar, não temo quebrar pontas pois sei muito bem apontar, Dos homens conheço os medos, de mulheres segredos, de teu ofício os enredos, mas não me deixarei enredar. Sou filho de outono e é nas suas brisas leves que me movo, não invado estações pois teu tempo sei respeitar. Mal sabes o bem que me fazes ao se fazer assim depressa passar, amo as senhoras das fases pouco me importando de usar frases para lhes conquistar, das mulheres conquisto respeito e da lua sempre o mais belo e brilhante luar. Tolices! Tu tempo, não tens esquinas, espécies ou lugar, tu apenas passa e a nós mortais só nos cabe viver-te bem e saber que se tudo na vida passa, tu és sempre o primeiro a passar. Podes tirar-me minutos, horas dias, meses, anos; Só não podes me tirar a fé que tenho em Deus, os amores que vivi e os que pretendo amar. Vamos, passa! Podes até envelhecer-me o corpo mas por dentro jamais poderás me mudar. Nada pra mim foi passatempo, dos amores que me entreguei sempre fui verdadeiro e importante, me deixei dominar como menino e amei com a força de um gigante. Aí sim tu dominas, pois podes deixar lembranças lapidares ou não de meus momentos de amor, nesses meus dias de ourives onde dei força e brilho aos meus diamantes. E como diamantes são eternos para sempre minhas palavras haverão de navegar. E com a graça que Deus dá de graça, em um outono qualquer onde eu não mais esteja, alguém de mim há de se lembrar, seja um amigo, ou uma adorável mulher. 
Lanzoner Navegante de Outono 




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