quinta-feira, 6 de abril de 2017

OUTONO A SE APROXIMAR

Agitam-se as cortinas do meu quarto e também da sala de estar. É noite recebo em meu rosto a brisa do amor com o cheiro das flores da dama da noite que só as jovens narinas da juventude conseguem inspirar. Aproxima-se assim silente o outono imponente, estações que no trem de minha adolescência muitas já vi passar. Doce aroma de brisas leves a beijar-me o rosto, com a fantasia de amores que não possuem posto nem donos! Renovamos nosso amor em um longo beijo tão quente como o calor do verão que se afasta pra lhe dar lugar. Outono, para mim não és estação, és pura emoção já vividas por mim em mil quimeras de amor a repousar em mim em abandonos. Algo andou errado em ti, pois não devias anteceder o inverno e sim as doces primaveras. Ah doce aurora de minha vida da dança das folhas soltas ao vento sempre a fazer de corações enamorados profundo suspirar. Tu Outono deverias ter um imenso durar e embora sejas breve e leve, sempre passes por mim, não me deixe por ti passar. Rejuvenesço em ti e por ti me deixo tomar. És o portador dos aromas de ternas donzelas que encantam o ar e dás as mulheres o equilíbrio  que nos enfeitiçam com insinuantes e diferentes jeitos de andar. Só a ti me declaro e as outras estações jamais me verão desse jeito versar. Mulher sempre que quiseres podes até  minhas palavras guardar. Mas apenas se para ti fizerem algum sentido e se essas brisas leves as cortinas de teu amor se fizerem balançar. Sei que assim de mim também te aproximas e irei novamente te amar. Ah minha tão distante e presente pequena! Só se deve dizer que se ama se realmente valer a pena falar!  Sempre entenda o que digo e jamais me definas quando fizer meus traços sem a pena em minhas mãos tomar. Faça de mim o teu livro e leia-me apenas nas entrelinhas em seus momentos de divagar. Já sei que ao final tudo ficará no esquecimento, seguindo ao sabor dos ventos de  amores que se vão apenas como o tempo que  passou  e tudo escondeu. De um amor que se jaz perdido ao chão vai assim como folha morta, mas nunca sem antes  deixar seu colorido bater em muitas portas. Senhor quando daqui me for, não me livre das dores, deixa que eu caminhe pela última vez livre e descalço, em alamedas de folhas úmidas caídas nessa imensidão de cores. Quero que apenas mais uma vez essas brisas venham meu rosto beijar, como se fossem despedidas em versos contidos em beijos brandos e breves de meus namoricos de doces sabores e que anjos apanhem apenas uma para em nosso livro diário, apenas os momentos felizes marcar..
Lanzoner Navegante de Outono




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