domingo, 2 de abril de 2017

OLHOS DIFERENTES 

Deus deu-me dois olhos diferentes pois sabia, qual era a minha missão, com o olho direito eu sorrio pra vida, com o esquerdo eu fiscalizo severo a minha mais insensível emoção. Vivendo só do bom caminho me mostraram a direção, seguindo então o meu destinado norte, jamais abusei da sorte, vivi com moderação. Então ao Papai e a Mamãe dou o maior valor, além de diferentes eles até mudam de cor, não me deram riquezas na vida, mas me deram sorte no amor, se era esse o seu brilhar e endereço, só a Deus então agradeço! Pois com eles me deito em minhas verdades e não devo nada a ninguém. Olho sempre de frente pra vida e ela olha pra mim também. Nos momentos de tristeza, jamais precisei de colírio, pois as lágrimas que os banharam mantiveram sempre neles o brilho. No sol eles eram verdes, a noite eram cor de mel, moças viam neles meiguice e eu as via como estrelas no céu. Hoje já cansados, morando em um olhar de poeta. Vêem apenas caneta e papel, mas deixaram no coração um porta aberta para quem também vê beleza na natureza, e possuem flores nos jardins do pensamento onde passeiam ao sabor do vento, todos os amores que se perderam no tempo e nas intermináveis ondas do mar, que espelho da vida, reflete este meu sempre azul do céu belo de se ver, pano de fundo para o brilho das estrelas e do luar, emprestando singeleza ao sono das  donzelas em noites de sonhar. Assim hoje navego nas lembranças tantas que se perderam no vai vem das ondas e das espumas que parecem pérolas a banhar brancas areias, onde faço ouvidos moucos para o canto das sereias e meus olhos não se deixam mais enamorar, pois coube apenas ao vento dominado pelo tempo mudar o meu jeito de navegar.
Lanzoner Navegante de Outono



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