domingo, 2 de abril de 2017

O PERFUME NA LEMBRANÇA

Como é possível sentir até na tua distância o aroma dessa tua existência! Tu que ao meu lado militando contra os males do mundo protestastes. E também abraçada a mim com tuas arraigadas convicções e irmanados no amor teus doces beijos prazerosamente me entregastes. Enlaçavas-me e com esse doce aroma que era só teu, me deixava levar e aos teus passos me unia com rara satisfação! Que pena, mudastes de direção, alterastes as convicções ou pelo vil metal me trocastes. Agora aqui divagando fico a te comparar, com o frasco de perfume que em nosso canto de encanto, ao lado de minha cama foi deixada. E a nossa real essência, ali também ficou o triste resto de tua sentida ausência por toda parte espalhada. Essa lembrança de ti em mim é tão latente que impede a solidão de instalar-se em meu coração definitivamente. Mas mesmo que as mais tristes e puras lágrimas de inocentes rostos de crianças, por reconhecidos motivos, ainda estejam caindo, mesmo que o desabrochar de todas as flores do mundo estejam sumindo, mesmo que aquela vontade de lutar por justiça for se esvaindo ou mesmo que após a breve chuva o arco-íris já não lhe pareça tão lindo. Enquanto continuares ao lado de Deus, seguindo no caminho da retidão e contra a iniqüidade dos poderosos prosseguires lutando. Mesmo carregando em mim a incerteza de te reencontrar estando assim tão distante. Desejo de todo coração que todos os seus dias sejam sempre lindos hoje,  assim como foram antes!
Lanzoner Navegante de Outono




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