Porque não me deixa o corpo e a mente a tua essência? Porque não me abandonou jamais teu apaixonante perfume? Deixando-se toda em mim nessa tua tão presente deliberada e consumada ausência, quais foram as mágicas mãos que elaboraram tão única e suave fragrância, que impregnada em meu corpo, jamais abandonou minha consciência. Povoas tanto meus sonhos, que já tenho medo de assim como te perdi, também perde-los. Deito-me rápido nessa tua já contumaz e pressentida ausência, pois quero-te sempre presente em meus desarrumados lençóis, estás agora a abraçar meu corpo febril em meu quarto, como me é possível desenhar-te assim na lembrança, com esse teu tão lindo e animado retrato? Loucura? Não sei! Não me é dado entender pensamentos e sonhos alusivos como realidade! É só fato! Mas o que fazer se já não sinto outros odores, escorrem sempre junto aos meus os teus suores. Sei haver sido teu cúmplice nesses intensos, lindos, extasiantes e intermináveis momentos de amores, que seguiram-se por longos, esfuziantes e incontroláveis dias e noites de espera, para voltar a viver, sempre mais uma e outra e mais outra, magnífica ocasião de tão desigual quimera em esperança! Hoje é tão presente em mim o perfume de tua ausência, que já nem sei se quero-te de volta, de tão magnífica que é e porque já resides viva em mim, essa tua tão linda lembrança! Já não me importa saber mais se ainda me amas! Mas para que se faça eterno esteja onde estiveres, só te faço um pedido que rogado ao tempo, a mais doce brisa leve sussurre aos teus ouvidos, as nossas mais doces palavras trocadas em promessas de eterna esperança. Agora só me resta enriquecer meus dias em abandonos, tendo meu coração que foi pra você apenas mais um brinquedo quebrado, que sempre poderá ser consertado por anjos, assim como sonha uma abandonada criança!
Lanzoner Navegante de Outono
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