Quem abandonou quem, meu adorável castigo? Pois se fosse seguir o instinto que carrego comigo, já a haveria abandonado antes, pois embora estivesses em meus braços, declarando-me amores incontidos, sentia que teu pensamento não estava em mim e sim em outro coração ou lugares por mim desconhecido! Está nesse teu sangue cigano esse jeito de ser, tua necessidade de mudar não te deixará nunca a nada e a ninguém se prender. Minha mais doce parte de mim, por amor te libero enfim! Sem ter mais por você o que fazer, como poderia quem viveu-te a todo instante em amores loucos a se perder, mais ainda enlouquecer? Tu fostes em mim entre delírios e carícias tão incomum e singela a minha flor mais bela, pois foi e quis Deus que a natureza a fizesse assim tão misteriosa, e plena em candura e beleza apenas para encantar minha tela. Já sei o teu destino e que quando por aquela porta sair, jamais aos meus braços hás de voltar! Ora! Deixa sofrer este velho e tolo coração de outono. Vá leva pra longe de mim esse frio inverno, que em mim parece eterno! Podes ir és ave de avir, voa minha doce andorinha, não é mesmo minha, vá beijar a primavera e ajudar a fazer um lindo verão e o porvir que ando a espera! Quero que aqueça em versos essa minha mente, mesmo que irreal seja a minha mais doce e definitiva quimera. Contenta-me saber que nesta vida, tenho cumprido as minhas missões. Duas delas foram: Te fazer feliz e marcar parte de minha história como uma boa aventura em tua imaginação! Assim embora livre sei também que nunca mais deixarei tua lembrança e esse bem predicado, livre, volúvel e aventureiro coração. Sei de cada centímetro deste teu corpo e que nele carregas agora, parte de mim e de minha inefável emoção!
Lanzoner Navegante de Outono
Nenhum comentário:
Postar um comentário