Hoje, cada frase que em minhas parcas rimas cabe, leva uma lágrima presa, que teima em não escorrer dessa melancolia atrevida que nessa vida em minha solene emoção invade e se serve. É uma penugem a brotar na minha longínqua mocidade imberbe e que na alvura desse meu anoso tempo agora me descreve. Já pulsa com vigor pouco em meu coração poesia ou canção que toma minha escolhida solidão e faz meus dias planarem como folhas soltas em ventos leves e tempo brando. É como a flor da Dama da Noite que perfumava as narinas dos casais que ao pé dela se entregavam à um longo beijo nesse namoro que se repetia dentro da escuridão bem vinda e aguardada. E tudo já era tão simples como a distância que há entre os pólos que teimo em entender nesse amor vivido, assim de um jeito tão simples como o desabrochar de uma flor ou um abrir e fechar de olhos. Nossos vigorosos e joviais momentos jazem presos agora em diversos retratos amarelados pelo tempo que vivemos e, ali dentro dessa emoldurada nostalgia, mergulhamos na saudade do que simplesmente fomos um dia. E a principal razão de envelhecer é ainda aceitar com a mais tênue alegria que em nosso coração esteja, que sempre seremos jovens de alma e aceitaremos o que agora somos com valorosa nobreza, pois nossos grandes amores não morrem jamais, apenas o vento do tempo nos leva e nesse amor adormecemos em paz.
Lanzoner Navegante de Outono
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