sexta-feira, 7 de abril de 2017

PARCAS RIMAS QUE ME SERVEM

Hoje, cada frase que em minhas parcas rimas cabe, leva uma lágrima presa, que teima em não escorrer dessa melancolia atrevida que nessa vida em minha solene emoção invade e se serve. É uma penugem a brotar na minha longínqua mocidade imberbe e que na alvura desse meu anoso tempo agora me descreve. Já pulsa com vigor pouco em meu coração poesia ou canção que toma minha escolhida solidão e faz meus dias planarem como folhas soltas em ventos leves e tempo brando. É como a flor da Dama da Noite que perfumava as narinas dos casais que ao pé dela se entregavam à um longo beijo nesse namoro que se repetia dentro da escuridão bem vinda e aguardada. E tudo já era tão simples como a distância que há entre os pólos que teimo em entender nesse amor vivido, assim de um jeito tão simples como o desabrochar de uma flor ou um abrir e fechar de olhos. Nossos vigorosos e joviais momentos jazem presos agora em diversos retratos amarelados pelo tempo que vivemos e, ali dentro dessa emoldurada nostalgia, mergulhamos na saudade do que simplesmente fomos um dia. E a principal razão de envelhecer é ainda aceitar com a mais tênue alegria que em nosso coração esteja, que sempre seremos jovens de alma e aceitaremos o que agora somos com valorosa nobreza, pois nossos grandes amores não morrem jamais, apenas o vento do tempo nos leva e nesse amor adormecemos em paz.
Lanzoner Navegante de Outono




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