Moça, porque esta lágrima vem assim sem nenhum aviso, ocupar o lugar talvez de um meigo sorriso assim de covinhas lindas, que já se fizeram capazes de me fazer perder o siso. Aproxima-te mais meu querido amigo vento, empurra meu pensamento que de tanto amar já se move lento. Apressa este domingo de inverno dessa chuva fina que teimosamente ainda não apareceu. Porque este meu coração de tantos, hoje já pouco se mostra? Será que esqueceu do amor os caminhos dessa farta mesa posta. Caminhos esses que a mente não esquece e onde existem motivos que de reais emoções enternece. Deixa-me libertar da princesa na torre, seus reais desenganos e descobrir porque esta teimosa lágrima cai assim sem motivos e planos. Será que objetiva causar-lhe assim menos danos. Ou talvez ache que assim fará maior volume aos sais do tempo impaciente, que já habita sem paga neste velho peito de tanta mágoa navegada em bravios oceanos. Que antes como ondas outras em belos rostos de mulheres de marés de outrora, insiste em debater-se em minhas rochas agora? Mulher mesmo levando em conta a sua rara beleza, para mim teu nome sempre foi tristeza. Que quis fazer em mim sua infiel residência. Te digo não seja insensata, tua beleza nunca te fez menos ingrata. O meu tempo já passou antecedendo tua dolorosa ausência. Só você não percebia o amor que lhe oferecia na vida e na minha suave presença! Sê liberta agora e venha saber a verdade. De todo o amor que montanha abaixo rolou ao chegar ao pé, sobrou apenas uma doce saudade. Se em tudo que fiz na vida sem qualquer favor de igualdade, hoje já não me importam só belezas na vida, o que quero é apenas franqueza aliada a uma realidade onde co-existam alegria e melancolia herdadas do tempo em que você por mim passou e que ainda não posso afirmar ser a única verdade
Lanzoner Navegante de Outono
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