sábado, 29 de abril de 2017

SEMPRE MINHAS TUAS BREVES RIMAS

Se nas águas de meu turvo riacho te espelhas, tenho também o direito, de na imensidão do azul do teu céu, ver-te dar brilho às estrelas! Tu serás sempre minha mesmo que não queiras, pois já beijei a madrugada, amanheci em ti esperando o alvorecer, verei no entardecer o  avermelhado sol se por e ainda hoje a luz da tua lua ainda hei de falar de amor. Esparramarei olhares as estrelas tentando todo esse brilho emprestar, para que possas ver isso tudo, pintado em meu apaixonado olhar. Deixa que essa timidez sem graça que as vezes tardiamente passa, jamais possa de fato te atrapalhar e que na verdade eu possa alcançar nosso olhar naquela mesma praça. Me contento viajar em sonhos na aquarela que da tua imagem fiz, para que nestes sonhos  possa simplesmente navegar junto a uma foto sua pendurada em uma parede de tela comum. Pois hoje já me vale mais fantasiar sozinho que sofrer por não sentir amor nenhum. Deixa que não rimem mais minhas breves poesias, pois já me basta a lágrima presa na incerteza de saber se serão também meus os seus bem aventurados dias.
Lanzoner Navegante de Outono



SENTIMENTOS DE AMOR GUERREIRO

Já muito viajei em pensamentos de momentos idos, de batalhas travadas com amores sentidos, perdidos e requeridos em tolos e selvagens envolvimentos. Feri, fui ferido tudo em nome do amor e de encantamentos, onde o que menos importava eram as nossas consciências. Pois homem menino, forte ou franzino desdenha do perigo e não teme o destino. Quando jovem ainda de coração puro o guerreiro não teme conseqüências! Um nobre guerreiro sem armas é movido pela beleza do caminho que percorre, pela flor que nasce ou que morre, pela grandeza das árvores cujo musgo lhe indicam o norte, pelo vôo livre dos pássaros em busca da água limpa da fonte ou pela ausência do medo da morte! Por isto e por tudo que já perdi ou ganhei, hoje só restaram lamentos de momentos ganhados ou perdidos em relutantes movimentos como jogo de xadrez na lembrança. Senhor de meu destino, dê-me novas batalhas em nome desses saudosos momentos, pois ainda carrego em meu peito anseios de aventuras movidos pela minha inexorável e inesgotável esperança. Quero perder ou ganhar outra vez! Perdão moça pelo beijo que não te dei, apenas por inocência ou não perceber os sinais, ou pela ética que me perseguia por respeitar teus irmãos e teus pais. Perdoa por não saber se era a hora de retribuir com mais força teus abraços, perdoa por não saber ler em teus olhos o que de mim querias que em tão doces traços me perdia, perdoa por não satisfazer os desejos que percebia que tinhas, mas a maldita ética me perseguia. Perdoa se te fiz infeliz um dia, perdão por ter te dado pouco do muito que merecias, pois quando amor te dei tive medo de me ver escravizado pelos prazeres que requerias. Hoje após tantas lutas e com coração aberto, se perdi ou ganhei, confesso que não sei. Mas já não me importa que venha então a impiedosa saudade bater-me a porta. Basta-me a minha verdade de que sempre procurei amar o certo! Perdão por não perceber tudo aquilo que teu coração implorava. Mas saiba que até quando ausente me faltavas foram estes os momentos que muito mais te amava. Leal aos meus conceitos me punha freios a consciência malvada. Sempre fui homem e menino e assim como passarinho o que me afligia na verdade, era perder-se em mim a liberdade. Hoje já preso em meu próprio reino, travo batalhas de palavras cavalgando esse negro PC indomável e simplesmente ao cárcere me entrego, restando-me o inalienável direito de dizer: Todo amor que recebi assim retribui. Jamais beijei quem não amei e foram doces todos os sabores neles contidos e que agradavelmente provei. Mas assim como o ponteiro da bússola girei sempre a procura do meu norte, atravessei matas, bebi nas mãos águas de puras fontes, subi montanhas e atravessei rios apenas para não macular dos meus pensamentos as pontes de homem, rei e menino. Certo de que pouco ou nada sei, também nisto não ando sozinho.  Embora sem o mesmo ímpeto, seguirei assim meu destino, volto as cruzadas armado de amor e carinho. Avante meu  negro corcel, conheces lugares e nos olhares todos tem nos amores os mesmos tamanhos, negros, verdes castanhos e azuis da cor do céu! Faças tu o meu destino, já conheces o percurso ideal do derradeiro caminho! Já não viajo mais ao léu. O que me faltam? Apenas colher uma mera estrela sem dono e vazia de dias, na imensidão noturna do céu.
Lanzoner Navegante de Outono




SENHOR TEMPO

Senhor tempo, já pouco me importa teu peso, já faço sozinho meus traços sem o meu lápis forçar, não temo quebrar pontas pois sei muito bem apontar, Dos homens conheço os medos, de mulheres segredos, de teu ofício os enredos, mas não me deixarei enredar. Sou filho de outono e é nas suas brisas leves que me movo, não invado estações pois teu tempo sei respeitar. Mal sabes o bem que me fazes ao se fazer assim depressa passar, amo as senhoras das fases pouco me importando de usar frases para lhes conquistar, das mulheres conquisto respeito e da lua sempre o mais belo e brilhante luar. Tolices! Tu tempo, não tens esquinas, espécies ou lugar, tu apenas passa e a nós mortais só nos cabe viver-te bem e saber que se tudo na vida passa, tu és sempre o primeiro a passar. Podes tirar-me minutos, horas dias, meses, anos; Só não podes me tirar a fé que tenho em Deus, os amores que vivi e os que pretendo amar. Vamos, passa! Podes até envelhecer-me o corpo mas por dentro jamais poderás me mudar. Nada pra mim foi passatempo, dos amores que me entreguei sempre fui verdadeiro e importante, me deixei dominar como menino e amei com a força de um gigante. Aí sim tu dominas, pois podes deixar lembranças lapidares ou não de meus momentos de amor, nesses meus dias de ourives onde dei força e brilho aos meus diamantes. E como diamantes são eternos para sempre minhas palavras haverão de navegar. E com a graça que Deus dá de graça, em um outono qualquer onde eu não mais esteja, alguém de mim há de se lembrar, seja um amigo, ou uma adorável mulher. 
Lanzoner Navegante de Outono 




SEMPRE HAVERÁ UM LUGAR

Não devemos lamentar pois; 
Sempre haverá um lugar além das montanhas para se olhar e se apaixonar. Sempre haverá um brilho maior além das estrelas a brilhar em um meigo olhar. Sempre haverá um lugar além dos oceanos para caminhar a procura do que pretendes encontrar. Sempre haverão novos sonhos para se sonhar, ainda um novo alvorecer e um novo sol a brilhar. Sempre haverão novos abraços para te abraçar e ávidas e ardentes bocas macias para se beijar. Sempre haverão perfumados e macios cabelos para acariciar e palavras de amor trocar. Sempre haverão esperanças em algum recanto ou qualquer outro em um apropriado lugar. Seu novo horizonte sempre estará portanto a tua espera próximo ou distante demore o tempo que demorar. A distancia apenas tu poderás dimensionar, mas apenas creia e jamais desista de procurar, pois sempre haverá a possibilidade da felicidade e de alguém com um sorriso verdadeiro encher-te  de amor e da alegria de amar.
Lanzoner Navegante de outono




SEMPRE SE ENAMORANDO

Saudade, me desembaracei dos nós desses teus laços, abraço agora a ilusão num só compasso, irmã da esperança e prima da rima que me dita o meu fausto coração agora. Agora, foi exatamente e mormente agora, fugindo do teu passo que devora e provando o agridoce da amora, que descobri que amor só existe mesmo quando a gente tem sempre a juventude no peito a qualquer hora e que trocando beijos e juras então a gente se enamora. E é isso que a melhor parte do amor é. Que nesse amor se leva fé e de paixão, não se teme perder o juízo e a razão, a noção do que se nos sobrar aflora, nesse não perceber o tempo passar e que o nosso melhor momento é sempre quando estamos juntos em qualquer lugar e hora. E é assim que é bem vivida a minha vida e a tua. Assim a  lua compactua e o sol esclarece tudo e apenas colabora.
Lanzoner Navegante de Outono




quinta-feira, 27 de abril de 2017

SEM HUMANAS TESTEMUNHAS

Queremos toque, queremos abraço, queremos beijo, queremos todas as coisas que nosso coração alcance, vamos nos amar por inteiro, com todo  amor que caiba nesse inadiável romance! No ar a fragrância do paraíso que nesse misto de sentimentos dará aos nossos corpos esse odor perfumado. Num só longo momento, usando todo o sentimento contido em nós guardado e cruelmente aprisionados. Pesa-me saber que por muito tempo tanto amor, tanta ternura se fizeram escravizados. Não faremos só amor, pois esse já foi feito por muitos, faremos coisa melhor que Amor, seremos supremos, seremos sublimes, seremos selvagens, seremos sobre-humanos ou melhor seremos plenos, seremos tudo aquilo que se coaduna. Por baixo deste momento teremos a relva, mas sobre nós coisa alguma, pois te quero docemente suave, somente e solenemente minha e só aceitaremos dividir nosso momento com o vento. Então já sem pesos seremos leves como pluma, tendo apenas as árvores, as estrelas e a vigilante lua por consentidas testemunhas.  
Lanzoner Navegante de Outono






segunda-feira, 24 de abril de 2017

SEM UM BILHETE SEQUER

Já se moviam em busca do brilho do astro-rei os girassóis e eu já pressentia sua ausência agora marcada e impregnada pelo perfume que deixavas em nossos já tão desarrumados lençóis. Procuro então ávido de ti e movido pelo pouco que a vida agora me ofertava, um bilhete uma palavra e nada encontrava. Procuro então nem que fosse no copo uma marca de seu batom e nada. Até sua foto de minha carteira você ousou retirar. E agora movido por desordenada emoção, procuro rimas pra minha canção e não consigo encontrar. Você se foi de mim sem  aviso  e tudo que te dei agora é o que mais preciso. Já não tenho teu olhar , teu sorriso. E agora já  sem esse teu amor tão conciso, sinto que já chegou  o inverno no coração desse poeta de portas abertas de outono, onde esse amor também entrou assim sem nenhum aviso e se foi sem dar a este escriba o merecido retorno do que criou em seu paraíso. O que fazer... Recomeçar! Pois quem tem amor para dar e o sonega, fica como quem sabe o que tem, mas perdeu o endereço da entrega! Ah, e se ela voltar agora? Ora! Ela sabe até onde a minha sombra mora!
Lanzoner Navegante de Outono




SEM QUERER RECORDAR, RECORDANDO

Garçom, por favor peça para esse pianista, essa música  parar de tocar, ele bem sabe a quem ela me faz recordar. Ele só não sabe que eu não posso mais ouvi-la, pois me lembra que a parte da vida que mais queria, perdi em algum lugar e até acho que ela não mais vai voltar. Peça que ele tenha compaixão deste amargo coração e que toque uma canção mais alegre e que mude a minha emoção pois o meu coração está reggae quando o normal é blue star. Faço já uma pequena trilha, minha cabeça não é uma ilha e posso de repente tudo mudar. Espalhei sementes de flores tendo elas todas as cores, para ficar fácil ao pedaço de mim que aqui não está, possa este vivente tolo encontrar. Ou sirva-me mais um trago deste transparente gim, para que eu inventarie o estrago, que ela deixou estocado, em pensamentos amargos dessa bebida chamada paixão, que a vida fez de mim. Sai pra lá com essa conta, eu não vou sair daqui assim, vou esperar por ela, pois quem sabe não seja hoje o momento dela vir até aqui, pois também teve um dia ruim. Amanhã construirei outro caminho, deixo de lado a gravata e o colarinho, boto meu jeans surrado, uma camisa negra, meu cordão dourado um sapato de sambar quadradinho, vou fazer meu próprio carnaval de folia, não vou mais pisar de mansinho. Vou procurar amor em outros olhos, afinal amanhã será outro dia e o que um sambista navegante não quer é  por uma mulher chorar, enlouquecer ou fazer sua batucada sozinho. Sigo embriagado e enjoando desembarcado da alegria, na praia longe do balanço do mar. Ou que venha logo essa onda breve, empurre essa emoção de volta carregando-me em vento leve, em balanços de marear. Até o tempo em que  era azul o oceano e e a minha praia era só minha e de areia branca e pura, desse namoro  gostoso de  demorar. 
Lanzoner Navegante de Outono




SEM A ESCRAVIDÃO DO PENSAMENTO

Nem por um momento seja escravo de seu pensamento
Nem por todas as dores sejas refém de seus temores
Jamais te preocupes do que pode pensar alguém de vós
Estando em paz com sua consciência e com Deus
Não deverás temer mal algum pois nunca estarás a sós.

Jamais pense que deves provar algo a alguém
Deves apenas dar contas dos teus atos somente a ti
Respeita quem te concebeu e quem de tudo te proveu
Mas tenha orgulho e sempre cumpra tudo aquilo que prometeu
E diga sempre com grande força: Este mundo também é meu!

Viva das forças que encontras no amor que tens
Pois nos momentos difíceis estarás ao sabor do vento  
Apenas lhe acudirão os que sentem por ti o mesmo
Serão então só estes os teus únicos bens

Persegue o que procuras sem nunca esmorecer
Mas busque seu provento  sem nunca mostrar desdém
Caminhe pisando leve em  alamedas suaves do bem
E com Deus a sorte te sorrirá na vida  também
Na certeza de não ter que provar nada a ninguém

Quem leva Deus no peito a luz na escuridão se revelará
E quem leva essa vida com o bem querer sempre irá flertar
Faz do amor uma procura mesmo já o tendo no peito a morar
Esteja certa  que a vida te ofertará o caminho e ...
E em algum lugar  do mundo estou certo que  o encontrará
Lanzoner Navegante de Outono




sexta-feira, 21 de abril de 2017

SEMENTES DE MINHA ALEGRIA

Senhor obrigado por ter dado as mulheres belos e diferentes sorrisos; feito luzes a brilhar em múltiplas cores em perspectiva de infinito. Aliás só tu poderias tê-las feito, quem mais possuiria tamanho poder; de as equipar com traços tão perfeitos, tudo nelas de se ver é tão bonito; que misturam-se em mim vários sentimentos que me fazem enlouquecido e aflito! E creio já não haver cura pra isto, quanto mais as vejo, mais encantado eu fico. Hoje posso até dizer-me feliz, mesmo não tendo no bolso um níquel sequer; Obrigado Senhor! Sinto-me um milionário, gostando tanto assim de mulher! Umas a sorrir mostram no canto dos lábios  lindas e delicadas covinhas! Outras sorriem de um jeito ao sair e de outro ao serem bem-vindas! Umas mostram sorriso largo e profundo, como se fora delas o mundo! Outras carregam a vida inteira aquele meigo sorriso de menina. Dúvidas me atormentariam na escolha da mulher certa e ideal! Seria a morena trigueira de gestos leves, cabelos lisos e  negros? Seria a loirinha peralta que provocante nas ponta dos pés caminha? Seria a mulata ou a negra  fatal que leva na canela um balangandã? Seria a ruiva branquinha de pele tão suave e delicadinha? Sei que dessa incerteza talvez morreria tantã. Que se cumpra então minha sina, seja hoje ou amanhã, mas senhor não me proíbas de provar nem que seja em sonhos, uma última vez deste fruto proibido no éden, dessa tão bela e deliciosa maçã.
Lanzoner Navegante de Outono




SEMEADOR

Amor, semente mais pura e cristalina de cor transparente que entontece e acalma, ela enriquece o coração do pobre e do rico enobrece a alma. A semente que cura e que dá cor a fruta mais madura, ela põe sorrisos nos rostos das criaturas mais duras. Ela um dia nasceu das lágrimas de rostos de anjos para germinar em almas puras Porque este medo insano desse teu amor com o mundo compartilhar e errar? Erramos porque tentamos, somos humanos! Por acaso não aprendemos? Porque essa omissão e a quem queremos enganar? Se o grande semeador não insistisse e acreditasse que a semente que plantou, fosse germinar, não faltaria o trigo e o pão a compartilhar? Semeia pois o alimento da alma que a semente do amor se fará germinar! E em cada flor que surgir estará um coração direcionado para o bem a expelir boas sementes. Que sejam pois levadas pelos bons ventos, ultrapassem fronteiras e montanhas, sejam levadas pelas correntezas de rios e até atravessem o revolto mar,  encontrando em campo fértil o seu destinado lugar,  para  que o bem sobre o mal prevaleça e este seja então mais um bom e necessário campo de luz a brilhar. O que esperamos? Todos temos em nós boas sementes, comecemos pois a semear, pois a natureza divina aos seus destinos as fará chegar!
Lanzoner Navegante de Outono




quarta-feira, 19 de abril de 2017

SE MEU AMOR COM O TEU AMOR NÃO RIMAR

Inspiração não me faça inspirar, leva de mim essas tolas aspirações, jogue meus sonhos ao mar! Rima que minha mente cisma, não me faça ouvir tuas palavras, não mais quero elas juntar, a mágoa que carrego no peito não vai mais me atraiçoar. Agora serei constante como as ondas que o oceano empurra, mas que tornam pra ele voltar! Elas são como  beijos dados pelo mar nas areias da praia, que em espumas devolvem-nas sem parar. Içarei velas de meu veleiro de sonhos, ajudado pelos meus serenos ventos de outonos, embarcarei nesse amor abraçado a doces abandonos  para este mar de águas calmas atravessar, com destino a inabitada ilha que será ou não nosso paraíso de amar. O imprescindível irei levar, lonas para uma cabana, sementes para plantar, uma lente para o sol fazer o fogo avivar, Um bom e vigoroso facão onde lá construirei lanças para pescar! Pronto, dê-me a mão minha querida, estás pronta para embarcar? Diga-me agora sem titubear. Pois sem você meus sonhos me impedem de nos mares da  felicidade  novamente navegar, se meu apelo não aceitar, velejarei a deriva até  que a solidão me faça em portos estrangeiros e desconhecidos atracar. Ali agarrado ao azul do mar  tendo agora apenas como amor a nova lua a brilhar, contemplando a grandeza  do firmamento irei apenas as estrelas me declarar. 
Lanzoner Navegante de Outono



SE FOR A ÚNICA ESCOLHA

Se for desejo divino que tenha eu como única escolha para esquecer-te,  até nosso mais puro, doce e inicial flerte, que em meus pulmões faltem ar, pois nessa vida, te amar sempre foi o meu maior mal. Senhor então faça com que se transformem em prantos, todos os meus inesquecíveis encantos, vividos em momentos  de sonhos infantes, quando eu jovem cavaleiro galante todas as brancas nuvens do imensurável firmamento calma e silenciosamente cavalguei. Senhor leva-me então já na forma de minha última e fria lágrima, que há muito tenho guardado para ocasião especial, assim como sonhei, para os teus desconhecidos campos de luz, irrigar a mais tenra planta que essa gota esteja a esperar, para vicejar, crescer, viver amar, ser menino, ser homem, ser amor, ser rei. Ser enfim um ser especial. Poder sonhar como ninguém e em tudo que se lhe oferecer a vida, quando do amor espontaneamente se fizer refém! Possa saber que, são na vida os momentos que se ama, os que jamais serão esquecidos e que melhor nos convém. Que amores sem entrega total, não serão amores, serão momentos comprados, vendidos em algum momento perdido. Pois afinal para quem realmente ama, pouco importa ser o senhorio ou o consentido cativo, pois o mais importante na felicidade é ser do amor o motivo. Que saiba portanto tantos quantos a este mundo chegar, que apenas três serão as suas armas, sonhar, amar e o brilho do olhar mostrar, elas indicarão quais caminhos trilhar. Mas quando as perderes no total. Prepara-te para o teu ocaso, pois da tua doce história será este o teu amargo final. 
Lanzoner Navegante de Outono



terça-feira, 18 de abril de 2017

SEJA VOCÊ SIMPLESMENTE


Passaste parte da vida buscando a admiração dos outros, achando que dessa maneira encontraria a felicidade. Agora aprendeu que quem consegue realizar parte dos sonhos, atingiu as metas de sua alma é feliz e desperta admiração devido a sua integridade.. Já sabe que  quem vive para ser admirado sempre foi e será infeliz, porque o compromisso consigo mesmo está sendo deixado de lado. Se tens um amor de igual partilha, não serás escrava do destino e jamais cairás em qualquer armadilha. Só não consegue ser feliz  quem valoriza a opinião dos outros pondo de lado seus próprios sentimentos. Alguns se sentem infelizes, mas raciocinam: “Se os outros aprovam é porque estou no caminho certo”... E assim  avançam em suas frustrações. Você é mais importante do que qualquer julgamento alheio de boa ou má intenção. Para ser feliz, viva para surpreender a si próprio,  não aos outros primeiro. Só você poderá julgar-se com real isenção, pois cabe somente em você o pensamento primeiro e se for para ser feliz, seja-o por inteiro. Ame muito e faça de todo amor que lhe for ofertado de bom grado. Não temos o dom de saber se todos amigos são verdadeiros. Portanto crie você mesmo seus próprios esteios. Pois neste mundo só foi feliz aqueles que fizeram  aquilo que  apenas o seu o coração falou primeiro. Jesus foi amado mas já sabia que seria negado, traído e vendido por apenas 30 dinheiros.
Lanzoner Navegante de Outono







SE DESPEDIR COM UM BEIJO

Antes que se afaste de mim seu perfume, desse aroma que em minha memória se prendeu, volte e me dê mais outro beijo pois aquele não valeu, quero de novo em meus braços, antes que o tempo me tome em cansaços, esse corpo que um dia foi meu. Teriam sido talvez todas suas juras e promessas apenas palavras vãs, seria isso talvez que a fizesse assim tão diferente em todas as minhas renovadas manhãs? Não deveríamos ter dado graças aos dias de glórias, será que não houve valor algum pra você, todos aqueles momentos felizes em que fizemos a nossa história. Não acredito nisso enfim. Sempre terá um pouco ao menos que seja, de mim em você e de você em mim. Ou seria isso viver, ou seria não haver sentido algum no amor. Prefiro continuar acreditando, pois sei o que  sinto e é amor aquilo que vive em mim. Então antes de partir me dê mais um beijo ou ao menos finja que gosta de mim. Mesmo sabendo que nossos caminhos  na vida seriam diferentes, lembre-se de quantas horas passamos juntos trocando palavras amenas e entre beijos tão doces e quentes.  Perto de você tudo que há de bom em mim aflora, nossos olhos sempre diziam te amo e uma só emoção unia nossos corpos sem lugar ou hora. Te digo com toda certeza que em meu coração mora. Se o melhor do amor é o namoro de beijos cheios de paixão. Sempre houve um beijo melhor em um namoro mesmo que sem direção. Quem sabe qual beijo lhe fez sentir melhor se é  que na tua lembrança essa verdade aflora. E se isso tudo que houve entre nós  ao menos um dia sequer foi amor, não haverá de acabar agora!
Lanzoner Navegante de Outono




SAUDADE, UMA LÁGRIMA ESCONDIDA

A saudade é apenas uma lágrima vertida que ficou escondida na lembrança de bons momentos vividos e que no tempo se perdeu. Eis que apenas se fez escondida, para depois surgir como uma nova vida, entre as palavras de um ousado poeta que dela faz belas rimas de um amor renascido como se fosse o seu. Palavras de um amor tão bem sentido entre um homem e uma mulher, lembram talvez uma história tão longa que sequer caberiam em um livro qualquer. Saudades são devaneios de homem e lembranças de menino, são o barulho que se fez no tempo da nossa juventude. Que hoje nas nossa madrugadas movimentam esta solidão, que da sua escuridão só tem em sua memória uma serena quietude que habitam um olhar perdido, preso em duas fotos lado a lado em um envelhecido medalhão!
Lanzoner Navegante de Outono








SAUDADES SÃO COMO SEGREDOS

Saudades, são como segredos que devem ficar muito bem guardados, para as vezes serem lembrados, a qualquer hora qualquer dia, trazendo uma suave mas amarga nostalgia. Saudades não devem ser ignoradas, pois nem melhores ou piores momentos, serão perdidos, assim como o amor, a paixão e a amizade, fazem parte de nossas vidas. Onde há saudade, pode ter existido um grande amor e grandes amores jamais serão esquecidos, podem até ser ignorados ou talvez até fingidos.  Mas aquele que amores viveu, sabe o quanto amou, pouco importando se  foi feliz ou o quanto sofreu. Quem é que pode ignorar  ou dimensionar precisamente nessa vida,  em matéria de amor, quem ganhou  ou quem perdeu?        
Lanzoner Navegante de Outono




SAUDADE IMORTAL

Anos passados e quando visito este lugar, ainda vejo em teus olhos um sorriso silente que em tua alma carregas contente! Tens em ti um coração feminino repleto de luz e encantamento, que já não é só teu  tamanha tua grandeza em paz amor e envolvimento. E todo o amor que cativas, sempre terá em mim pleno merecimento. Nunca me vi dizendo-te adeus, sempre foi e é apenas um até breve a morar nos sonhos meus. Mas como foi breve o tempo que quando estive ao teu lado assim tão veloz passou. O ontem jaz, como o hoje é o agora que logo será para meu coração só um instante. O amanhã logo chega mais uma vez para repetir este meu eterno lembrar de um dia ter sido o seu melhor amante. Só me consola o amor que vai em mim tão bem guardado e que nunca se fará distante. Tempo atropelas sem dó meus sentimentos, deixando de ser meu aliado para ser esse algoz mestre do envelhecimento. Sei que quando jovem pensei ter-te nas mãos, agora perdoa-me, foi apenas purezas da idade que nos fazem  possuir audácia e atrevimento. Mas te condeno por passares assim, sempre levando sonhos e alguns amores com tamanha velocidade, deixando irreversíveis marcas em nós como deixam as grandes tempestades? Não ouso desafiar-te nem ao teu Senhor, mas de uma coisa jamais serás capaz. Levar de mim esta doce e indestrutível saudade, que tenho deste meu grande amor, que em momentos me dói e em outros me apraz. Ficou presa em mim a lembrança de que amar de verdade sempre fui capaz. Mas todo dono de amor tem uma morada sem igual, guarda uma nostalgia causada por uma namorada que insistiu em viver dentro dessa saudade imortal.
Lanzoner Navegante de Outono



ROSA OFERTADA

Tu me ofertaste uma rosa, que pena que dela tudo já foi dito! Talvez por mais que me esforce, não lhe escreva algo que faça jus à um gesto tão bonito, mas me dobrarei em emoções e dessa rosa farei poções, com encantamentos de coração de menino, para encantar teu doce coração feminino! Ora! Que  seja eu também por essa  doce poção envenenado passivamente então! Ou achas que já não fui leve e sutilmente encantado pela doçura de teus traços, no alongamento de teus belos ombros, já deixei repousar os meus sonhos e já inerte, foi no teu delicado e confortável colo, que esqueci meu admirável cansaço! Devolva-me quantas poções quiseres, encantado desperto e encantado me deito, quantas vezes quiseres me encantar, tantas vezes encantado fico e não te preocupes, mesmo sem conhecer teu abraço, já te carrego com muito carinho em amizade dentro deste velho coração que insiste em pulsar no meu peito! Só te peço um favor, seja sempre saudável e feliz, para que essa poção continue a surtir efeito
Lanzoner  Navegante de Outono




segunda-feira, 17 de abril de 2017

REENCONTRO

Já andei a esmo em leves passos, com um pensar de solidão, com muito para escrever e sem lápis e papel às mãos. Seguia como quem pelos atalhos de seus sonhos se perdeu. Embrenhado em mata densa mas de caminho liso, é tão rente e viva essa relva que agora piso, como se fora todo esse mundo só meu, que até acho que o tempo de mim se esqueceu. Basta haver em mim o bom siso, embora até dele, talvez já não precise. Avistada de frente a clareira à sombra de minha paineira, alguém que assim como eu viveu da mesma maneira, levando seus sonhos à mão. Aproximo-me da distraída criatura de um parecer que da vida nada procura, pois de um livro grosso e de capa dura, não tira os olhos a desatenta. Quando minha presença nota, vagarosa e delicada, ergue o rosto e me fita... Senhor, que visão bonita, que olhar de ternura, que pele rosada, que delgada estrutura, que boca carnuda, perfeita, qual fruta encarnada madura . O que te trouxe aqui minha fada? Sem temores, nada assustada, cumprimentou-me  e sem dizer nada, apontou um coração desenhado ao tronco da paineira, onde havia um coração com duas letras e uma seta atravessada, uma era do meu nome e a outra da velha infância a da minha primeira namorada. Tomado pela emoção, tomei-lhe o livro da mão, com um gesto abri meu coração e entre as suas páginas guardei. De súbito duas diáfanas lágrimas pelo seu jovem rosto escorreu, ela então percebeu que grandes amores não morrem e que eu ainda a amava e que seu amor sempre fui eu. Quem já amou muito as vezes sonha junto e acho que foi isso que aconteceu. Que pena! Depois que a beijei, simplesmente acordei!
Lanzoner Navegante de Outono




QUERIDA AMIGA

Querida amiga eu comungo de sua alegria ou tristeza e do teu lado não arredo pé, podes ter certeza, que nenhuma derrota fará com que eu perca a fé. Em Deus, Na vida e no amor forte que vem do coração nobre de uma maravilhosa mulher. E sempre estarei contigo até onde você quiser. Não meu anjo, somos apenas irmãos nas coincidências casuais, cristãs, humanas e condignamente virtuais. Jamais poderemos sonhar os mesmos sonhos. Você viverá os teus e eu humildemente os meus, mas que sejam ambos bons e se tornem realidade sempre com a intercessão de Deus! Parceira esteja certa de que eu sempre navego em águas tranquilas.  Pois foi em tempos de  petiz que aprendi a flutuar e nadar bem em longínquas e inóspitas lagoas. Agora, assim como o poeta de amar não enjoa, quando o cansaço me impedir de nadar, atravesso essa imensidão do tempo em minha humilde canoa. Sou uma nau a deriva que se faz navegar apenas aos sabores do vento, que também contra mim conspira, tentando sabotar-me com perfumadas brisas leves e o canto da sereia que passa por mim e desliza-me a proa. Certo estou que hoje apenas minha cega sombra me segue e se na escuridão ela de mim também se perde. Tua lembrança em meu coração me serve  e assim jamais me faltará luz, pois além de tudo carrego fortemente acesa em meu peito a Lanterna de Jesus!
Lanzoner Navegante de Outono




quinta-feira, 13 de abril de 2017

QUE PARA O AMOR TOQUEM OS SINOS DA ETERNIDADE

Os sinos soam alegremente no alto da torre da igreja matriz, eles sempre anunciam que nas badaladas do entardecer é sempre a hora que se quer ou quis. Por um breve momento, desatento deixo de ouvir o som da professorinha riscando na lousa o barulho do giz. Em meu caderno apenas o desenho de um esboço que é o da musa da poesia que na minha juvenil idade me diz: Que há sempre a hora certa para ser feliz.  Os sonhos e a vida ainda passam devagarzinho se espalhando pelo meu caminho bem diante do meu nariz. O platonismo de meus sentimentos vão de encontro a minha garota querida pelos versos rimados que sempre lhe fiz. Sou escravo desse meu pensamento de emoções viajantes, que insiste em me levar onde anda a menina de olhos tão limpos e raros como dois  lindos diamantes, faz em nós tão lindos esses encantamentos juvenis. Encravados neste rosto de pele macia e  morena, nariz afinado e boca pequena, com lábios que só a juventude tem. Esse sorriso tão branco que encantam esse jovem que vai sem planos que não sejam o de sempre poder saborear o doce sabor do amor e a ele brindar. Há que bem me faria ter as asas dos sonhos da verdade, para estar certo de que ao paraíso a tua vida havia te levado. O amor da juventude é o mais gostoso amor pra se ter e pra se doar e docemente se entregar apaixonado. Sempre  queremos juntos estar, não importa o lugar, longos olhares apaixonados, beijos curtos, rápidos e demorados em abraços aconchegantes e apertados. Ah! Quanto perfume paira no ar depois de um jovem casal se amar com a força e maciez da inocente puberdade. Quem não sabe que o amor quando é puro e primeiro é como a única verdade. As vezes pode até causar danos, mais  dura na lembrança pra toda a eternidade.
Lanzoner Navegante de Outono



QUEM DERA

Quem dera ser louco, não sentir, não saber... 
Quem dera ser mouco e nada entender
Quem dera a flor ousasse me ouvir
Quem dera os pássaros pudessem falar
Quem dera os males não pudessem ferir
Quem dera os enfermos não sentissem dor
Quem dera todos soubessem do amor
Quem dera em meu leito brotasse uma fonte
Quem dera mulher e homem não disputassem lugar
Quem dera o homem morresse ao matar.
Quem dera o amor se entendesse só no olhar
Quem dera o mundo não inventasse a cruz
Quem dera ungisse-me a fronte as mãos de Jesus!
Quem dera lágrimas tivessem sabor de fel,
na boca do mal do opressor cruel!
Quem me dera nada saber do amor... Quem me dera...
Quem me dera ser o que fui, o que sou, ou o que era.
Quem dera o outono se casasse com a primavera
Quem dera todo o amor sem dor, dominasse essa esfera!
Lanzoner Navegante de Outono


QUEM ABANDONA QUEM?

Quem abandonou quem, meu adorável castigo? Pois se fosse seguir o instinto que carrego comigo, já a haveria abandonado antes, pois embora estivesses em meus braços, declarando-me amores incontidos, sentia que teu pensamento não estava em mim e sim em outro coração ou lugares por mim desconhecido! Está nesse teu sangue cigano esse jeito de ser, tua necessidade de mudar não te deixará nunca a nada e a ninguém se prender. Minha mais doce parte de mim, por amor te libero enfim! Sem ter mais  por você o que fazer, como poderia quem viveu-te a todo instante em amores loucos a se perder, mais ainda enlouquecer? Tu fostes em mim entre delírios e carícias tão incomum e singela a minha flor mais bela, pois foi e quis Deus que a natureza a fizesse assim tão misteriosa, e plena em candura e beleza apenas para encantar minha tela. Já sei o teu destino e que quando por aquela porta sair, jamais aos meus braços hás de voltar! Ora! Deixa sofrer este velho e tolo coração de outono. Vá leva pra longe de mim esse frio inverno, que em mim parece eterno! Podes ir és ave de avir, voa minha doce andorinha, não é mesmo minha, vá beijar a primavera e ajudar a fazer um lindo verão e o porvir que ando a espera! Quero que aqueça em versos essa minha mente, mesmo que irreal seja a minha mais doce e definitiva quimera. Contenta-me saber que nesta vida, tenho cumprido as minhas missões. Duas delas foram: Te fazer feliz  e marcar parte de minha história como uma boa aventura em tua imaginação! Assim embora livre sei também que nunca mais deixarei tua lembrança e esse bem predicado, livre, volúvel e aventureiro coração. Sei de cada centímetro deste teu corpo e que nele carregas agora, parte de mim e de minha inefável emoção!
Lanzoner Navegante de Outono




QUEM QUISER QUE MUDE A VIDA!

Arranca de vez essa mágoa do peito, expulse-a de uma única e última vez deixando-a no passado. Funde uma nova vida real! Abra nela  uma única porta de novos dias, por onde entrarão apenas: A paz e todas as esperanças boas que ela sempre nos traz! O amor  puro mas sem limites e restrições que faça seus olhos só verem o belo, seus ouvidos as mais lindas canções e que em sua alma reine apenas a alegria, para que a vida revivida navegue como dantes nas águas puras de rios, tranqüila e mansa como já foi um dia em seus tempos de criança! E que límpida e despoluída essa alegria renove suas artérias, expurgando de ti  todo a maldade sentida e que no agora, no hoje, já estará no fundo deste caudaloso rio esquecida e de uma vez por todas já é extinguida! Pois a força da natureza movida pelas mãos poderosas da Santíssima Trindade, em vossa incomensurável bondade que não pode ser medida, tamanha a sua força em luz! Creia  te dará novos dias e, dando-te de uma vez por todas uma verdadeira vida, só enxergarás no seu céu e na natureza a face de Jesus.    
Lanzoner Navegante de Outono




terça-feira, 11 de abril de 2017

QUE FIM LEVARAM TODAS AS FLORES

Mulher, porque nesse labirinto de amores pretendes sempre me fazer entrar? Porque estás sempre a se fazer de caça para melhor poderes caçar. Porque fazes do amor um jogo, onde sempre queres e sempre consegues ganhar. E nós homens invariavelmente tolos, não cansamos de apostar. Que saudades da menina acanhada, que quando cortejada em uma palavra mal desferida, se fazia ruborizar. Já não posso te chamar de pequena, pois tua estatura agigantou-se, perdestes a pureza no olhar, entrincheirastes teus pudores e teu puro amor duramente enclausurou. Já não posso de chamar de minha garota, pois tão jovem já se transformou e já me fazes tanta falta, frágil e trigueira morena, que meu coração jovem e  puro tão docemente cortejou. Que culpa podem ter os bons, pelo mal que apenas um inconseqüente te causou. Porque nessa atual juventude aturdida, deu-se espaço a más opções de vida, onde o saudável e puro romantismo tragicamente se perdeu. Acho-me agora obsoleto, já não me basta compor sonetos e tampouco fazer solfejos, para quem não quer solfejar. Isso é como ensinar canto a corvos ou no deserto pregar. Jogo ao léu estes versos e que os alcance quem os quiser alcançar, pois não posso dar mais luz a lua nem as estrelas realçar. Mas espero que mesmo entre a sombria opacidade da fuligem desta cidade perdida, em qualquer parte ainda reste saudável vida, onde hajam jovens com meigos sorrisos e algum encantamento no olhar. Ou enlouqueçam todos e caminhem sobre folhas caídas deste outono e só vejam flores ao seu redor, em alamedas que vivemos sempre a caminhar, nesse novo dia que sempre está a começar. Não deixem jamais essa selva de pedra os teus sentimentos engolir, pintem-na toda em floridos jardins com lápis de colorir para essa vida realçar.
Lanzoner Navegante Leves de Outono



QUANDO PARTE O POETA

Quando nasce um poeta uma nova nuvem no céu aparece. A cada poesia ou poema que escreve, essa pequena nuvem cresce. Passam, estações, folhas, flores, borboletas, frutos de amores em licores e, embriagando-se nos sucos da videira, seu tempo vai passando e de tão contida sua dor, vai enchendo essa nuvem de águas de uma vida inteira. Quando dessa perene vida parte sutil o já experiente criador de sonhos, deixa aqui apenas palavras onde residiram suas mais doces intenções em intensas emoções! Isso ainda é pouco e deixa aqui também um recado em legado: Essa nuvem só se abrirá no céu fecundando de sonhos a terra, quando todos guardarem apenas amor em seus corações! Então novos poetas nascerão, multiplicando as flores nas cores da primavera, a rainha das estações!
Lanzoner Navegante de Outono


https://www.youtube.com/watch?v=GDPDyqerMjI& feature=player_detailpage

QUANDO O VERÃO CHEGAR

Quando chegar o verão eu quero pouca roupa, liberdade no corpo e de beijar tua boca, quero leves roupas e beijos não podem ser breves, porque breve já é a brisa que por sobre nós desliza. na força desse amor tão forte, que do tempo não dobra esquinas e pleno se realiza. Essa é a riqueza que me deu a nobreza de ter essa sorte. Eu desta vida jamais serei presa, pois não tenho palavras na boca presa, detesto surpresa de qualquer sutileza, que eu não possa perceber. Essa vida é minha e só comigo caminha, Deus e quem de fato me quiser. Sou homem de decisão insolúveis quando o assunto é mulher. Mas o tempo já me ensinou que ninguém é  de fato de sua vida único dono. Por isso me entrego as minhas verdades e nelas desenho minha ida e também  o meu retorno. No dia prevejo toda sorte e alegrias de felicidade sem trama, mas quando anoitece as vezes a solidão aparece e nem minha sombra na escuridão me acompanha. Sou apenas mero ser, sou gente, sou a Deus temente e  da vida sou tenente! Quando o verão chegar, quero um oceano pra navegar e brisas de marear para meu pensamento me levar, onde você mulher sem mistérios e sem segredos, estiver a me esperar. Então neste mar de felicidade iremos juntos mergulhar. Já livres de qualquer medo nessa vida isenta de tormentas, possamos caminhar de mãos dadas, misturados a branda chuva que sobre nossos corpos quentes cai, enquanto as brancas espumas das ondas do mar nos trazem toda a benção de um amor de verdade e de eterno apaixonar.
Lanzoner Navegante de Outono




QUANDO O AMOR É LOUCURA

Meu inexplicável amor louco, onde o tudo ainda era pouco, deste doce sabor de o tão bem sentir, sabia. Louvava-se o demorar do tempo, assoprava o vento e fazia de brisas ventanias e o ar que se respirava acalmava os longos beijos  onde  o prazer de viver se fazia. Um jeito tão louco e incomum de viver e sentir, como se nada mais em nosso entorno havia. Você estava ou não estava onde sempre te encontrava, minha lembrança te achava e dessa boca leve e tenra e de sorriso solta em mistérios que jamais previ, eu provava e assim enlouquecia, dizia até breve a saudade me entregava aos prazeres da idade onde do amor sempre era o dia. Provei tanto deste licor, embriagaste tanto e totalmente de amor os meus sonhos, que só vejo seu rosto, seus olhos, sua boca e seus cabelos. Hoje já não te encontro em sonhos, sorri, me beijas e foges totalmente perdida em meus mais terríveis pesadelos. Amanheço em sobressaltos desse tempo que já não é meu. Esta já não é você e este sonho parece que já não é mais o teu. Você já não pode viver em mim pois nossos momento que eram só nossos, o tempo os tomou e depois os perdeu. Que tristeza me dá da saudade de acordar e ver que você era minha, estava ali e nada se perdia, era você  e era eu.
Lanzoner Navegante de Outono




QUAIS CAMINHOS, PROCURAMOS AFINAL?

Passados em nós vários momentos na vida o que verdadeiramente estamos a procurar, um ombro amigo, um confortável abraço, um amor respeitável, um carinho indispensável  uma inigualável ternura existente em um adorável olhar? Pianista atenção, dê-me o tom certo e comporei uma canção! Garçom sirva-me o drink de sempre para que eu compreenda o som. Bailarina mova este teu lindo corpo como se eu desembrulhasse um bombom. Tragam-me a foto da mulher que amei e que perdi sem razão e apenas terão um lamento desse breve coração! É fácil criar sonhos em palavras até para quem nunca sonhou, é inaceitável aceitar que fale de amor aquele que nunca as trilhas do amor verdadeiramente trilhou! Um pintor não admira sua principal obra nem tampouco o escultor, mas todos insistem em ser ridiculamente unânimes quando a palavra é amor. Como sabem realmente o seu real significado, se até duvida o reles poeta ou o mero compositor? Só quem conhece o amor é quem já ouviu dele a palavra adeus. Quem sabe da dor da saudade é quem ama sem ver a face de Deus! Pois saibam que a mim bastaria saber que todos os pensamentos da mulher que amo, fossem apenas meus! Mas passados alguns anos em um misto de alívio e decepção, descobri que a mulher que realmente me inspira se chama solidão! E ela sempre esteve comigo, pois desde os tempos de criança viveu em mim transformada em uma pungente mas melodiosa canção!
Lanzoner Navegante de Outono




PUESIA DI MATUTAR

Dizê que muié é falsa, minino.... 
É muito fácil de dizê.
Assim como é falso, quase tudo que vai nos papé
Mas quem traiu Jesus Cristo, minino........
Foi um homem! Não foi nenhuma muié....
Bom dia prás Marias, bom dia pros Josés 
Purquê bolsa tão grande, tão cara e de marca,
Carregando cum  esse orguio pesado, muié?
Será que oceis num sabe........
Que quando nóis vai embora desse mundo,
Nóis vamo carregado e num vamu nem de pé?
Quanta bobageira no mundo, num é?
E esse tar de préconceito?
Oh Branquinha, minha quirida......
Num vai me dá esse preto di café?
Responde a minha nega branquinha, frevida que dava fé:
Tá cum pressa pruquê homi?
Tu tá posentado i desse sofá num arreda o pé.
Vai leva mio pras galinha e deixa desse tre-le-lé
Fica iscreveno essa tar de puesinha
Só gastano lápi e papér.
Num sei se já fizéro iguar, mais cum tantu erro de purtugueis, aduvido?
Lanzoner, esse teu amigo enxerido, qui as veiz é cunfundido! 
I dessa vida cum pedra cumprida já levô tanto trança pé.
Oceis chama meus pueminha di textu 
I os textu di puema, Num tem pobrema ieu nem do fé
Ôceis cunfunde tudo e chama di mió du mundo
Um tar que renegô a fia, um jogadô chamado Pélé
Só pra aconfirmá o dito, oro pra São Binidito
Ieu vô pita mió essi cachimbo 
Adispois de toma essa água preta
Qui oceis teima em chama di café.
Si tudo qui dá no pé é fruta, também é fruta bicho de pé?
Tem tanta genti qui sofre, mais sofre memo pruque qué
Tem óidio nu coração i nunca sabi u qui qué
As muié disfaiz dos ómi, os omi das muié
Num sabi é vivê direitu u tar di amor
Um tem muita inveja dos outro, quandu adevia ter mais fé
Vosmicê devia procurá consolo no Jesuis de Nazaré
Lanzoner Navegante de Outono



PRIMAS PELA PRIMAVERA

Tempo que se gaba por primar ter a primavera em qualquer tempo e lugar, sempre são e sempre serão belas aquelas que ao jardim do mundo revelas. Mas amo mais aquelas que eu mesmo pude plantar e aquelas que carinhosamente ainda as posso cuidar. Foi sempre mais na essência que no colorido que essa nossa amizade germina a cada estação. Sempre serão nos bons alicerces que da planta forte se faz notar a fertilidade do chão. Se dependesse de mim minha perfumada amiga, sua vida seria um incomensurável jardim. Sou apenas seu amigo, mas posso ser um eterno Jasmim, não com a mesma perfeição e alvura. Mas talvez com a candura em um momento de querubim em ternura. Dividindo contigo dilemas, solucionando problemas que com rimas pequenas eu possa de alguma forma ajudar. Pra terminar apenas te desejo uma linda noite de paz e que nunca se esqueça deste velho vaso, que ainda guarda nesse barro moldado pelas tenras mãos do acaso e do doce aroma da amizade, o perfume de todas as flores plantadas sobre a mais fértil e  almejada felicidade que lhes acompanhe pela eternidade
Lanzoner Navegante de Ourono




PRETENSIOSO, JAMAIS

Nada me entristeceria mais na vida do que saber que amigos e amigas, estão a julgar-me pretensioso. Jamais houve em mim qualquer tipo de pretensão, que não fosse apenas acariciar com pureza todo e qualquer coração, sem intenções dúbias, pois sempre deixei  claro e latente, que foi com o mais enraizado platonismo, que em toda e qualquer mensagem enviada, sempre ele o amor se fizesse presente. Sempre acreditei que a amizade, fosse o sentimento mais próximo do amor. E quando digo: Eu te amo! Não vai aí nenhum favor. Todos que aqui nessa luminosa telinha se encontram, são os amigos que realmente prezo, Não posso afirmar com certeza, que todos tenham por mim algum apreço. Pois não cabe também a mim saber se suas amizades mereço. Á aqueles que saíram, gostaria de pedir perdão, pois se algum dano causei, não foi essa a minha real intenção.  Só tu o filho do criador deve ser sempre o único protagonista de qualquer história ou situação pois sois vós que cobre-nos com seu milagroso manto, emprestando-nos sua abençoada luz! Precisamos muito de ti, segura firme nas nossas mãos. Pois só vós sois o julgador e de tuas mãos esperamos supremo amparo pois és tu que a todos conduz e se assim não fosse, para que andei  a vida toda a carregar no peito o símbolo de tua dor, essa miserável cruz! Se foi pecado amar do jeito qualquer que for, sou reles pecador, mas as flores do meu jardim então são inocentes ou nada sabem e permanecem fortemente vivas oferecendo as minhas retinas a plenitude da cor. Ora, são tão poucas as dores de amor, que prefiro ser julgado, pois no jogo de procurar ser amado, sempre fui péssimo jogador. 
Lanzoner Navegante de Outono




PRESO EM TEUS LENÇÓIS

Ironia seria alguém receber retorno de todo o amor que já deu um dia. Ou melhor. Ironia, teu nome é mulher, finge que ama a noite e perde-me ao dia, as vezes engana, me envolve na cama e na alvura de lençóis se entrega ao meu carinho, abusa do meu coração de menino e me desarruma, sou apenas a isca em teus bem torneados anzóis. Sou escravo não consigo dizer não em vez nenhuma. Já tu finges escolher um para adquirir outro é assim que amas. Tens um que de amor e um de qualquer uma. Não sei se só seu outro sou, só sei que sempre todo o meu amor eu dou. Faço tudo igual como antes, começo aqui e termino depois. Esse contrato tendo como testemunha a vida, ainda não foi e nem pode ser assinado por nós dois. Eu até acho melhor assim., Pois talvez jamais resolva-se de fato, essa loucura de um amor que não tem cura, não se explica e que talvez nunca tenha fim. E se rompida a tênue rede que nos envolve, apenas por ironia sofreremos ou não, hoje ou algum dia enfim.  
Lanzoner Navegante de Outono



POSSO CAMINHAR AO SEU LADO?

Me diga o caminho a percorrer, que vou contigo onde quer que você vá, não me importando distâncias, onde e nem quando vamos chegar, desde que ao seu lado eu possa estar. Segurar tuas mãos, correr ou andar, sob o sol e a chuva, sob a lua e sob o vento, eu quero estar com você e em seu pensamento, agora ou a qualquer hora e em  qualquer lugar. Sei que todos procuram esse mesmo caminho, na carência de carinho um dia encontrar.. Vou procurar contigo caminhando sempre juntos lado a lado, em qualquer alameda, ou estrada desértica ou em desabitados campos, colherei a flor silvestre que avistar, para tua beleza ainda mais enfeitar. Se nessa caminhada, você pensar que achou o que sempre quis e eu te disser que não me importo, e o que o eu quero é ver você feliz, não acredite é mentira! Você é o que sempre quis,  és meu destino já atingido. Foi sempre por você que esse teu fiel escudeiro tem vivido. Sempre quis ser muito mais que seu amigo. Não quero ser infeliz como tantos que dizem ter encontrado o caminho, mas mesmo vivendo sempre acompanhados, sempre se encontraram sozinhos. Mas se mesmo assim não me quiseres, eu peço que me perdoes por ter esse amor sentido. Se for essa a obra do destino, já contrariado me bastará ter te amado sozinho e ter te conhecido. Se ao coçar os olhos eu te dizer que um cisco ali havia caído, não acredites, a lágrima nada mais é do que o início do sentimento de um sonho perdido. Quando alguém muito querido, se vai deste mundo em definitivo, muitas lágrimas derramadas significam apenas, que junto foram embora muitos caminhos percorridos, ou então na precocidade da partida  nenhum dos muitos que deveriam ter sido. E por fim se realmente quiseres saber o que você faz com esta minha emoção, peça, que eu te deixo auscultar esse meu tolo coração de criança. Que desde muito tempo vive aos pulos só em vê-la, pressenti-la, ou simplesmente tê-la na minha indelével lembrança. Só quero te dizer que o que procuras, pode estar mais perto do que tens pensado. Já olhastes bem fundo em meus olhos, será que não percebestes a  diferença no brilho e do jeito que  eles tem te olhado? Se dependesse apenas de mim eu daria esse caminho por encerrado. Muitos dizem conhecer o amor, coisa que eu duvido, amor não é paixão, sexo ou casamento vivido. Amor é inexplicável e diferente em cada um e pouco importa a idade. Ele tem que ser igualmente sentido, sonhado, vivido e ter uma indestrutível cumplicidade. Sentir o mesmo, sonhar o mesmo sonho, ter os mesmos gostos e nos prazeres ter a mesma intensidade. Afinal ter um pacto de doação como se tudo fosse para a eternidade. O beijo terá o gosto real da emoção e da magnífica e adorável afinidade. Ah! Perdão Senhor por não tê-lo mencionado, mas quem é que ainda não sabe que  neste caminhar sempre estivestes ao nosso lado!! 
Lanzoner Navegante de Outono




POR QUEM SOFRE O POETA AFINAL

Por quem sofre o insone poeta afinal?
Será por algum sentimento de amor especial
Que o impele a escrever alguns sentimentos vividos
Ou será de paixões e amores no passado mal resolvidos

Penso eu, ser apenas um mero dom que o acompanha
Percebendo-se em suas palavras algo que o arranha
E se não escrever naquele exato e único momento
Fogem-lhe as palavras cessando assim a  inspiração
E num autônomo movimento lá está a caneta a mão

Isso faz com que escreva palavras que lhe dita a mente 
Que com seu real raciocínio transforma tudo em  emoção
Mas o que quer afinal o poeta ? Qual é sua real intenção?
Ora! Nesse exato momento é menos uma página vazia
Subscrita por ironia apenas pelo coração

Escrevendo-a com  sua mais absoluta e única primazia
Absorvendo de sua própria trova aquilo que o acalma
E com palavras vindas do coração, não quer nada alem
De revelar à todos que quer apenas acariciar-te a alma
E fazer adormecer de sonhos essa tua emoção 

Ah! Achas que  ele trapaceia, pois aqui não falou de amor?
De onde achas então que vem a sua  desagradável insônia
E se por isso sofre o que poderia motivar tamanha dor
Senão um ingrato, inatingível, inolvidável e imensurável amor
Lanzoner Navegante de Outono




PORQUE ESTA LÁGRIMA?

Moça, porque esta lágrima vem assim sem nenhum aviso, ocupar o lugar talvez de um meigo sorriso assim de covinhas lindas, que já se fizeram capazes de me fazer perder o siso. Aproxima-te mais meu querido amigo vento, empurra meu pensamento que de tanto amar já se move lento. Apressa este domingo de inverno dessa chuva fina que teimosamente ainda não apareceu. Porque este meu coração de tantos, hoje já pouco se mostra? Será que esqueceu do amor os caminhos dessa farta mesa posta. Caminhos esses que a mente não esquece e onde existem motivos que de reais emoções enternece. Deixa-me libertar da princesa na torre, seus reais desenganos e descobrir porque esta teimosa lágrima cai assim sem motivos e planos. Será que objetiva causar-lhe assim menos danos. Ou talvez ache que assim fará maior volume aos sais do tempo impaciente, que já habita sem paga neste velho peito de tanta mágoa navegada em bravios oceanos. Que antes como ondas outras em belos rostos de mulheres de marés de outrora, insiste em debater-se em minhas rochas agora? Mulher mesmo levando em conta a sua rara beleza, para mim teu nome sempre foi tristeza. Que quis fazer em mim sua infiel residência. Te digo não seja insensata, tua beleza nunca te fez menos ingrata. O meu tempo já passou antecedendo tua dolorosa ausência. Só você não percebia o amor que lhe oferecia na vida e na minha suave presença! Sê liberta agora e venha saber a verdade. De todo o amor que montanha abaixo rolou ao chegar ao pé, sobrou apenas uma doce saudade. Se em tudo que fiz na vida sem qualquer favor de igualdade, hoje já não me importam só belezas na vida, o que quero é  apenas franqueza aliada a uma realidade onde co-existam alegria e melancolia herdadas do tempo em que você por mim passou e que ainda não posso afirmar ser a única verdade
Lanzoner  Navegante de Outono



POR QUEM PASSAS PASSARINHO?

Por quem passas canarinho? Provavelmente voas para alimentar sua cria que te espera aquecido no ninho. Perdoa-me apenas por um momento desviar-te do caminho, mas leva esta mensagem abençoando a esta amiga por quem tenho amor e carinho. Mas se encontrares um colibri peça-lhe também uma ajudinha, que deposite o mel que carrega na, boca dessa flor que já foi minha! Por quem passas sabiá? Por quem haverias de passar, também estás indo em direção ao teu ninho, para teus filhotes alimentar. Vou te pedir um pequeno favor, nada que vá te atrapalhar, leva em teu bico todo este meu carinho, aquela que longe já deve estar. Diz-lhe que minha mente já anda em desalinho, de tanto nela pensar e do bem-te-vi a cantar na janela já estou a me cansar. Se no entanto dela não obtiveres qualquer resposta, segue então teu destino, não precisas mais aqui voltar. Deixa-me com os pios das gralhas se dos anús pretos nesse barulho de se cansar.
Lanzoner Navegante de Outono




PORQUÊ?

Porque pergunto tanto? Porque quero um dia ainda aprender da vida o real sentido. Se de minhas palavras não gostas, porque prestas tanta atenção no que digo? Porque Deus não deu a uma certa Inês os bebês?  Porque ao Invés de belas flores, transformei meu jardim em um vasto campo de trigo? Simples! Porque é  daquele dourado grão  que se faz o pão que alimenta os reis e mata a fome dos mendigos. Porque faço poemas? Porque anda a me atormentar ver os imbecis botarem a culpa no amor pelos seus inúteis problemas, esperando o perdão alcançar. Poemas não são palavras apenas. São sentimentos assoprados pelos anjos clementes aos ventos, que ao chegarem aos ouvidos dos poetas são transformados em amor!  E nada acaba aqui, pois tudo que se diz de bom ou de mau, navega em bocas de pouco sabor e tem um preço a pagar. Que o poeta astutamente dá de ombros as palavras vazias e sem sentido e simplesmente a elas não dá nenhum valor. Ele apenas empresta cores de elogios as flores e sabe que o amor de ninguém. é incapaz de embelezar Porque sou triste? Porque sei que só o amor muda tudo sempre para o bem, mas muitos não o conseguem enxergar.
Lanzoner Navegante de Outono




POR CAUSA DE VOCÊ

Por causa de você, com todas as luas flertei, mas apenas me vi em teus olhos e neles decididamente me instalei.Por causa de você na boca da noite viajei, me perdi e  foi perdidamente louco de amor que nessa tua tenra e suave boca em um longo beijo tudo o que mais queria  encontrei. Entre águias de rara tolerância voei e elas me queriam nesse vôo sem rumo, mas eu simplesmente recusei. Era só você a avis rara que eu mais queria e em teu corpo abraçado e entregue fiquei. Invadi o paraíso sem qualquer aviso e saí do mesmo jeito que entrei. Recebi centelhas  que vinham em minha direção atiradas pelas estrelas e delas simplesmente desviei  Eu tive tantas escolhas, mas só uma me faria feliz  a qualquer instante. Seria eu teu amor elegante e você  seria a escolha que iria fazer minha vida ser do jeito que sempre sonhei. E foi assim, apostando a minha vida em você que joguei. Mas neste incrível jogo da vida, não se pode simplesmente jogar. A vida pode blefar e nesse engodo te levar ao erro. Porque o que está em jogo pode não ser apenas uma aposta da carta certa virar. E assim como no jogo do amor não podemos trapacear, as cartas que temos a mão talvez já não possamos mudar. Por causa de você a minha vida apostei, perdi, mas não me arrependi de jogar, porque jamais me arrependi daquilo que fiz, porque iria me arrepender de te amar O amor de breves instantes que me destes, já foram suficientes para valorizar mais uma história de amor e assim a terei bem perto muitas vezes, neste meu jeito único de sonhar, que caminho entre nuvens ou em uma alameda de ciprestes.
Lanzoner Navegante de Outono




POEIRA DO TEMPO

Antes que  o tempo sopre sobre mim a poeira do vento, turvando-me os olhos e fazendo meu passo lento, antes que eu me perca entre meus traços e que minhas mãos tremulem ao pegar a pena, antes que eu esqueça esses olhos castanhos e essa tenra pela morena, quero me lembrar de tudo que passamos, que só no som do amor nos embalamos e sentir que viver valeu a pena. Quero sentir que no tempo em que aqui ficamos, na frondosa árvore da vida a nossa marca deixamos!
Lanzoner  Navegante de Outono



PERFUME DA VERDADE

Suas melhores fragrâncias sempre foram aquelas  moderadas e usadas sem espargir aroma em todo lugar e espaço! O seu prazer está em sentir o doce e suave frescor do aroma, somente em um solene e adorável abraço. Elas sabem que se usarem de exagero, perderão o toque suave e sutil da conquista, que atrapalhará consideravelmente o próximo passo. Mulher ao caminhar nas alamedas do teu destino, deixa o frescor do seu preferido aroma já impregnado em teu corpo, pairar perfumando levemente o ar. Assim como passa uma branca nuvem, descortinando as noites dando boas vindas ao seu brilho superado agora apenas pela luz do luar. Sempre a acompanhá-la vai misteriosa brisa leve, que já anda a acariciar o rosto de poetas, que sabem não serem donos das suas palavras, que cheias de ilusões escritas, agora povoam as mentes de pessoas donas de seus favores, uma vez que aspira elogiosos suspiros aos teus bem dotados odores. És fragrância que dança e ao sabor do vento que se lança sempre a procura de quem anda na fantasia de teu pensamento! És o que podemos chamar de quimeras de paraísos existentes nos jovens corações, onde moram contidos e escondidos amores em fragrâncias dos mais aguçados sabores! Já tive a impregnar-me docemente a alma, esse aroma inebriante que a todo homem de bom gosto e de verdade acalma! Este perfume espargido ao ar são como uma parelha de cavalos lançados todos a pista com um único almejado intuito, o de chegar entre tantos sempre em primeiro lugar. Pois a mulher é como um jogo probo difícil de ganhar mas o homem tendo-a em vício, nunca o tem como desperdício e não se cansa de jogar! Até por vaidade fingem-se iludidos pelas suas hábeis e delicadas palavras apenas para as conquistar. Vai o poeta, perdido a sombra de suas silhuetas, em sua mente sempre a fazer piruetas uma doce paixão ditada pelas suas bem formadas curvas, onde uma nova poesia em cada santo dia movido pela magia em uma nova página antes vazia agora irá se instalar. Então varões embriagados pelo inerente perfume da mulher, a luz da maciez da  verdade de corpos que ousam falar de amor carentes, serão como tolos lobos sutil aos seus apelos farejam paixão e se deixam enganar maliciosamente. Mas como é bom senti-la assim suavemente perfumada no carinho do amor ou no toque que as vezes vai muito além da amizade. Quero-te também imaginada aqui, nessa já tão comum virtualidade! Ora, quem não sabe! Que quando o abraço é bom, antes de terminar, já sentimos saudade! Eu só quero que sintas de mim o toque suave de uma eterna cumplicidade! Que abraço bom! Que teu aroma em mim dure uma eternidade! Você mulher é tão única que entrega o próprio corpo em favor dos filhos, esquecendo o pudor se preciso e engana até a sua própria vaidade. Seja filha, seja esposa, seja irmã seja santa, seja de todas as filhas de Deus, a luz de quem tem dentro do peito um romance, sua eterna namorada que  te encanta.
Lanzoner Navegante  de Outono




PERDI, OU GANHEI?

Já escrevi, já rasguei, já senti, já chorei, já amassei os recados do coração e os de minha alma queimei, aí novamente senti e novamente chorei, sinto que nada perdi, mas também nada ganhei. Se nessa vida tudo é um jogo. Simplesmente joguei. Se alguma coisa aprendi, simplesmente não sei. Nos amores que não me permiti, lamentei, nos que vivi, como louco amei! Foram dias a amar, e ao entardecer amei! Anoiteci adormecido em ti e sonhei! Ao tempo faço a pergunta: Será que perdi, ou será que ganhei! Juro que não sei!  Só restou-me  uma única certeza: Ao amor me entreguei.  
Lanzoner  Navegante de Outono




PERDOEM-ME

Por favor não levem a mal aquele que fazendo uso apenas de suas palavras, soa até aos ouvidos quase moucos de desafortunados e loucos, que igualmente donos da forma e do seu direito tão bem referendados pelo pai perfeito, também ouso divagando, divulgar meu denodado parecer. Perdoem-me., mas  propositadamente as vezes deixo o seu bem ofertado bom dia, um dia a mais adormecer, para saboreá-lo como se não tivessem passado por mim o ontem ou o amanhã, para saboreá-lo mais prazerosamente hoje, como se não houvesse envelhecer. Também jamais chegarão até a mim suas ofensas, apenas porque com meu jeito de pensar o vosso senso as vezes não compactua. Estou certo de que jamais ficarei só, pois se algum dia todos me abandonarem e já maltrapilho e junto a loucos mendigos que ao léu vivem à rua. Ainda me bastará a certeza de que livre de pensamentos, o sol e a lua darão translúcido brilho a essa minha alma  que eternamente de rugas e  vaidades, já vai completamente nua...
Lanzoner Navegante de Outono




PERDIDO

Quanto mais te procuro, menos te acho! Quanto mais te estudo menos te entendo! Quanto mais por ti me oriento, mais fico confuso! Quanto mais te sigo, mais perco o passo! Quanto mais tento fugir de ti é exatamente o contrário que faço, Porque és assim tão arredia e não me auxilias e vem de encontro a este amor? Sei que as batidas de teu coração batem como as minhas seguindo o mesmo compasso. Meu amor venha para meu abraço, facilite a missão da vida, venha aceitar meu requerer , dê a minha declaração como deferida e afinal ser parte de minha vida! Então com uma magnífica platéia de estrelas, dançaremos sob a lua, com  nossos corações abraçados e com as nossas mentes inteiramente de pensamentos outros, completamente nuas. Apenas palavras doces de amor, bailaremos em um som único e incomum, mãos fortemente unidas como fossemos a deslizar em gotas de metal fundido, assoprados pelo vento transformados em corpo apenas e de união forte seremos tão somente um.
Lanzoner Navegante de Outono




PENSAMENTOS ERRANTES

Caminham dispersos meus pensamentos errantes em rápidos passos, nesta enluarada noite fria. Sempre vão em direção a novos caminhos onde nunca estive antes. É assim a vida dos que navegam nas palavras de amor escritas e talvez cantadas, historiando romances. Só minha sombra sabe de mim e me acompanha nas trilhas das emoções que carrego comigo. E até ela se esconde no anoitecer fugindo das luzes fracas das incertezas.  Uma delas é o amor que levo em meu peito e outras é você a dividi-lo por dois e somar ao teu, sempre do seu melhor jeito. Caminho entre a imensidão das estrelas querendo te alcançar insone até o raiar do dia. A cama que de febre de amor ardia, jaz nesse instante tão desarrumada e fria. Sabe Deus por onde sigo, posto que ele é a única força soberana que me domina, mantém em alerta meu coração, pois é ele o meu melhor abrigo. Embora seja sempre breve a distância que de ti persigo, açoita-me a alma essa exagerada falta que me fazes em qualquer momento em que não estou contigo e aceito apenas pra mim essa indolente agonia. Já aprendi que é tolice, programar ideais. Pois para quem ama, todos os dias são vividos diferentes, embora sejam exatamente naturais. Dizer-se que se ama , podem até ser palavras banais, pois só devem ser ditas de fato se a soma do amar e ser amado tenham sempre resultados iguais
Lanzoner Navegante de Outono




PEDRAS NO CAMINHO

Eu piso forte as pedras do meu caminho, pois quero aprender a dor suportar. A dor caleja meus pés para que nos caminhos suaves eu possa sentir o prazer de um dia pisar. Já pisei em vários pisos na vida e por isso compreendi que apenas  seria eu o dono de minha história e amei, mas foi pisando sobre espinheiras e saltando sobre obstáculos que assim me aprimorei, jamais refuguei caminhos e assim só boas marcas deixei. Um coqueiro alto não faz sombra, mas água no fruto traz. Fustiga-te o sol ao dia mas terás a  a brisa leve da noite suave que tanto nos apraz. Examina o raiar do dia pois no leste ele está, aprecia a beleza do vermelho crepúsculo que ali ao oeste se põe. Nele o artista pinta, nele o poeta compõe. Lembra-te que em caminhos escuros nem tua sombra verás, mas nos mais difíceis caminhos só o teu senhor estará, mas ao anoitecer sozinho, até teus pensamentos ouvirás. Foi sempre assim vendo o que a natureza faz, que aprendi a viver por instinto e também descobri ser capaz, Sobrevivi e fazendo isso muita coisa aprendi, principalmente que não é isso que de fato se quer. Sempre nos faltará o sabor do bom vinho qualquer, vivendo docemente embriagado com a cabeça deitada no prazer do colo da amada mulher. Todos ainda temos muitos chãos a pisar. Sejam chãos de palacetes ou o humilde chão de terra batido. O que importa é que a tua presença sempre faça para alguém algum verdadeiro sentido. Ora as pedras! Por acaso encontrastes esmeralda alguma, para trazê-la contigo? Entre as pedras também nascem belas flores, e nem por isso vão desprovidas de cores e odores. Mas se ali estão, Deus deu a elas alguma razão ou sentido! Deixe-as onde estão pois enfeitam a vida, servem aos musgos e servirão aos vermes de abrigo. Todas as pedras de qualquer lugar hoje para mim serão apenas como contas para na minha vida as alamedas decorar, todas as doces memórias encravadas, para que jamais cesse em mim essa vontade de pelo menos mais uma vez  o caminho desse amor encontrar.
Lanzoner  Navegante de Outono




domingo, 9 de abril de 2017

PASSARELAS DO MEU PENSAMENTO

Já é hora, vai passar tua escola e sempre há de me deslumbrar a passista senhora. tão bela gingando esguia, ligeira dando as plumas todos os movimentos.Mas ficarias sempre mais linda a encantar as vazias passarelas, alamedas nuas do meu pensamento. Fazendo-me sorver em um só gole o cálice desse breve e carnavalesco momento, enchendo de alegria esse meu coração já tão indolente. Quando em mim se fez bem vinda, devorei  num irrefreável afã, essa boca tão bem formada da bela cor de romã. O seu hálito era tão doce. tinha gosto de frutas silvestres e cheiro de hortelã. Foi um tal de ser teu rei a noite e teu escravo pela manhã. Não vou mais falar de você, vou tentar lhe esquecer, mas se eu não conseguir tente ao menos entender, que já sabes tudo de mim e eu de você  nada sei.  Nessa fuga de quem quer ficar ou dessa morte de quem quer apenas viver. Desse desprezo de quem quis sempre apenas fazer o amor rimar. Sonhei com tua doce presença até na noite que não mais queria sonhar. Mas vem aquele  lamento de quem ama e apenas uma única coisa naquele momento queria, ter certeza do teu amor a noite e continuar a tê-lo por todo o dia, na certeza que neste carnaval tinhas vindo pra ficar.  É, minha emplumada pequena querida, sei que na folia dessa vida é mesmo assim. Sempre existe uma quarta-feira de cinzas e tudo aquilo que começa bem demais é muito fácil ter seu fim. Foi assim que descobri que você foi minha mas não era pra mim destinada a ser. Você com seu gingado sequer se esforçava pra se destacar e eu sempre na minha, nem popular consegui me fazer. Hoje você é famosa e brilha em qualquer lugar. Por isso não mais te procuro, pois o que mais aprendi na vida é que cada um deve conhecer seu lugar. Mas uma coisa é certa e dessa não podes escapar, quem entra em meu coração jamais consegue escapar. Nessa vida sempre estive onde  sempre quis estar. Se não posso ser o mestre, fico quieto sendo um eterno aprendiz de  passista sendo mestre em minha sala de estar. Sempre  na certeza de que não há força terrena de patente grande ou pequena, que em meus passos possa mandar. Fica aí com as plumas tuas, que eu fico aqui namorando as luas ,tomando uma cerveja gelada  por você e vendo a nossa escola passar, esperando que um dia você apenas pare de em cima de deste meu coração simplesmente pisar!
Lanzoner  Navegante de Outono