terça-feira, 30 de maio de 2017

UM JOVEM E ADOLESCENTE BEIJO

Um jovem, longo e incontrolável beijo, um breve momento que ambos queriam não tivesse fim, foi esse de um amor primeiro talvez o momento de maior frenesi. Logo após, olhos brilhantes, bocas trêmulas, leves sorrisos acompanhados de um momento de silêncio, amor, enfim. Rompida pois a barreira da paixão incontida que por algum tempo parecia só amizade e ali se fazia escondida. Perto dela sempre a minha melhor palavra, era o silêncio que havia fartamente na meiguice deste teu olhar tão cativante mas recluso. Haviam momentos em que de ti nada ouvia, interessava-me mais, observar-te, admirar essa boca bem formada aliada a maciez desses rosados lábios juvenis, era o que me importava, o que me fazia feliz! Ah! Doce adolescência, sempre incompreendida!  Só hoje entendo que ali esteve sempre a maior beleza do amor , a beleza da vida! Mas o tempo que tudo muda ligeiro e invisível como o vento intercedeu. E de repente não havia mais nós, momentos a sós, não havia mais você, não havia eu. E aquilo que parecia ser tudo, durou apenas um período escolar, o tempo nos reprovou e tudo se perdeu. Hoje já não tenho onde buscar inspiração. A pobre que se achava dos poetas a inspiradora assertiva, a Lua, que punha a pureza do nosso amor sempre em melhor perspectiva, anda tão estranhamente invadida aflitiva e tão nua. Mas ainda entras sem  bater inadvertidamente, pelas frestas de minha porta, portando raios de luz de nossas lembranças tantas, que até espantam a solidão que insiste em meus dias morar. Hoje em memória do nossos beijos, sorverei demorados goles dessa doce saudade que até o fim dos meus dias em mim há de morar.
Lanzoner Navegante de Outono




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