Eu sou a solidão escrita na palma de sua mão. Sou apenas uma corrente vazia e fria, sem ter na ponta um pequeno medalhão. Sou apenas o arauto incauto que anuncia, que sou apenas um facho de luz nessa imensa saudade tardia que envolve-me a alma e o coração. Sou apenas o espaço vazio em seus braços. Sou apenas a mão que encheu essa sua página com belos traços feitos só de amor oriundos de mais pura sensação. Sou o teu velho livro de contos de amor e poesia de frases que um dia ousei versar sem canção. Sou aquele que navegou folha solta de outono que voou pela estação de seu próprio abandono até que ela caísse ao chão... Fazendo assim mais coloridas as alamedas nos dias dessa sua estação, apenas para entregar-te a essência do meu amor doce e confuso, mesmo sabendo que nem sempre contava com a sua compreensão. Sou réu culpado e condenado na fiel fragrância do arrependimento, pois foi apenas dizer que te amaria pra sempre dentro de minha agonia na minha melhor emoção, para te assustar e te dar outra direção... Mas isso é feitio de menina mulher... Finge amar e enche de elogios o moço bonzinho, mas quase sempre se entregar à um qualquer. Depois invariavelmente se arrepende e se perde em descaminhos sem fim... Aí tenta voltar como se não houvesse nada, mas só consegue ver o moço na sacada, que já nem a olha e não diz nada. Abraçado ao seu velho amigo violão lhe dedica uma simples canção e então a vê chorar emocionada... E depois... Ora, depois... Quem tem amor no coração tem ao seu lado o perdão. Está Perdoada!
Lanzoner Navegante de Outono
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