quinta-feira, 11 de maio de 2017

TÃO LEVE E TÃO BREVE

Por um breve momento, visitas-me a mente recordando palavras de juras, que fizemos em um tempo distante. Onde os verões ainda sopravam leves em rápidas brisas quentes, fazendo anunciar em folhas esvoaçantes o aproximar de outonos das suaves brisas mornas que assim como teus doces beijos ao meu pensamento retornas. Hoje sei que nada é eterno e os doces outonos idos, pelos frios momentos da solidão do inverno são sucedidos. Em minha primavera já são diferentes as cores das flores, já não tenho seus amores pueris, isentos de malícia e duradouros em nossas mentes infanto-juvenis. Não sei como és agora, mas estou certo de que ainda lembras da sombra da amoreira, onde nos beijávamos com bocas vermelhas e roxas do jeito isento de malícias de outrora . Que saudade de ti e do teu saudável gosto de amora. Da balança presa aos galhos da goiabeira onde eu te empurrava com força e pedias para eu parar. Como gostava de te ouvir pedir, quase a suplicar. Eu ainda não sabia que aquilo seria o nosso tão bom e puro jeito de amar e sentir a vida em nós vicejar. O tempo esse vilão das fantasias nos separou dos sonhos para dar lugar a razão. E seria o ideal a realidade a nos mudar, ou a razão e o tempo não deveriam interferir e sim deixar, que fossemos os únicos donos dos raios do sol, pingos de chuva, das manhãs de doce orvalhar.  Por acaso o brilho da lua tão cheia e nua, tão minha e tão tua não são e sempre serão motivos a dar lugar aos sonhos do que fomos e somos mesmo que o tempo insista em passar. Isso mesmo Senhor Tempo, eu, simplesmente ouso te desafiar! Passes como quiseres, sou incapaz de te parar, mas não me farás dos bons  momentos esquecer. Tudo que fui e vivi e do que ainda sou e não desisti de viver, de lembrar do amor e de amar. Ah sim! Tu me achas ousado. E porque insistes em ir assim tão apressado? Nesses momentos não poderias protelar e fazer teu relógio alguns anos atrasado. Ou achas que ao teu sabor tenho de sentir-me ultrapassado em canções de um moderno tão mal parado. Já sem amor nas prosas de versos tão inconclusos e da moral inversos. Faço-me mouco pra não enlouquecer, vendo em tantas jovens vidas a pureza se perder.
Lanzoner Navegante de Outono




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