sábado, 6 de maio de 2017

SETAS INCERTAS

Meus pensamentos caminham tão dispersos e minha mente em tal desalinho, que as vezes começo a escrever o que neles vão a esmo aqui e nem sei onde termino. Uso palavras assim como qualquer um usa, pois ajo assim como a brisa que te faz abotoar ou desabotoar a blusa. Sempre acreditei que poemas não percorrem definidos caminhos, são assim como pedras atiradas ao lago pelas marotas mãos de menino. As vezes paro, as vezes penso, é assim que anda hoje minha mente a funcionar! E é assim que os meus escritos, percorrem hoje indefinidos caminhos, sempre a me contrariar e por mais que eu tente parar, meu coração persistente em conluio com minha subversiva mente, insistente, freqüente e no presente, o amor me faz conjugar! Sei que por instantes posso por motivo algum aparente, fazer ou por alguém sonhar. Mas parece que o querubim cupido, não quer deixar-me a salvo, anda usando as minhas próprias palavras, querendo fazer de mim seu preferido alvo. Coisa que parece-me covardia, não era isso que eu queria nessa minha antiga e inerente insanidade sadia! Por em minha vida alguém que inadvertidamente meu sentimento que guardei contido, propositadamente desafia! Logo agora destino? Quando aprendi a controlar meus freios, usando-os a minha maneira! Colocas em minha vida essa fada, que atira-me com gostoso olhar brejeiro, setas de amor, que atingem-me em cheio! Não posso deixar-me atingir assim. Onde e quando foi que perdi, minha agilidade de antes, minha esgrima! Que fossem então atiradas pelo melhor arqueiro, exterminando em mim de uma só vez toda a rima. Me daria então por vencido e me entregaria e em seu vasto exuberante colo vida minha, esse antigo guerreiro mansamente deitaria. E  libertas as mãos da antiga amiga pena! Esses longos e lisos cabelos acariciava e essa vermelha boca beijaria, fazendo-te afinal minha vida, deliciosamente plena e menos vazia!
Lanzoner Navegante de Outono




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