Tempo, dê-me tempo, pelo menos pra dizer o que de ti eu penso. Passas por mim tão rápido que mal posso formar as frases que perambulam em meu pensamento. És um trem sem destino que toma-nos os dias, as horas, os minutos, vais mais rápido até do que o vento, que fazes bater em minhas portas o uivar do lobo feroz, algoz do meu relutante envelhecimento. Levastes alguns de meus amores e no lugar deixastes apenas sombras do que fui e até pensas que ao passares me assombras. Mas como guerreiro de minha melhor sorte, antes de minha morte, sorver-te-ei em demorados goles tal qual vinhos da mais nobre casta, pisado por belas mulheres sem nenhuma pressa e referendadas por Dioniso e talvez no cálice sagrado da minha melhor festa.
Lanzoner Navegante de Outono
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