terça-feira, 30 de maio de 2017

UM JOVEM E ADOLESCENTE BEIJO

Um jovem, longo e incontrolável beijo, um breve momento que ambos queriam não tivesse fim, foi esse de um amor primeiro talvez o momento de maior frenesi. Logo após, olhos brilhantes, bocas trêmulas, leves sorrisos acompanhados de um momento de silêncio, amor, enfim. Rompida pois a barreira da paixão incontida que por algum tempo parecia só amizade e ali se fazia escondida. Perto dela sempre a minha melhor palavra, era o silêncio que havia fartamente na meiguice deste teu olhar tão cativante mas recluso. Haviam momentos em que de ti nada ouvia, interessava-me mais, observar-te, admirar essa boca bem formada aliada a maciez desses rosados lábios juvenis, era o que me importava, o que me fazia feliz! Ah! Doce adolescência, sempre incompreendida!  Só hoje entendo que ali esteve sempre a maior beleza do amor , a beleza da vida! Mas o tempo que tudo muda ligeiro e invisível como o vento intercedeu. E de repente não havia mais nós, momentos a sós, não havia mais você, não havia eu. E aquilo que parecia ser tudo, durou apenas um período escolar, o tempo nos reprovou e tudo se perdeu. Hoje já não tenho onde buscar inspiração. A pobre que se achava dos poetas a inspiradora assertiva, a Lua, que punha a pureza do nosso amor sempre em melhor perspectiva, anda tão estranhamente invadida aflitiva e tão nua. Mas ainda entras sem  bater inadvertidamente, pelas frestas de minha porta, portando raios de luz de nossas lembranças tantas, que até espantam a solidão que insiste em meus dias morar. Hoje em memória do nossos beijos, sorverei demorados goles dessa doce saudade que até o fim dos meus dias em mim há de morar.
Lanzoner Navegante de Outono




UM GRANDE AMOR SEMPRE MARCA

Aproxima-te mulher que povoa meus sonhos, livre como folha solta em ventos de outono, sempre soube que um dia me pertenceu embora jamais tivesse dono. Ela era Tudo que eu tinha e eu era o que ela mais amava. Ela era minha direção e eu sua única estrada. Nosso amor era uma grande promissão. Eterna corredeira em mansidão de uma imensidão de rio que não se acaba, ajudava a aumentar o volume de águas do mar, era toda a luz da lua cheia a preencher minhas doces  madrugadas. Pra que temer este que sempre te amou e que o mundo te ofereceu, embora não fosse dono de nada. Hoje em meus momentos de vida em reflexão, você é  a minha mais rara emoção, sinto o leve toque de sua mão acariciando meu rosto, hoje coberto de tão alva barba. E sempre ao contar como jóias os momentos mais felizes em meu coração, você sempre será a mais rara e valiosa pedra que nessa caixa brilhou e há muito tempo faltava. Hoje só queria mais uma vez te ver, reconhecer sua alma te dizer baixinho: Te amo... e me afastar sem dizer mais nada. Assim como já sei que tudo tem uma razão de ser e acontecer, seus planos talvez nunca foram os meus. Acho até que tudo sempre tenha sido apenas os planos de Deus! 
Lanzoner Navegante de Outono




UM CORAÇÃO INDEPENDENTE

Mulher, agasalha-me em teu puro e exuberante colo, alivia-me o magnífico cansaço. Apenas queria na vida uma mulher amiga de verdade, para conversar amenidades, trocar confidências e longos abraços de essência pura de carinho e ali matar minhas saudades. Não só de pão vive um homem, porque insistir em diferenciar por sexo, simples carinhos e afinidades. Infeliz do homem que não se controla em um meigo abraço, apenas para satisfazer seus irracionais instintos, amparados  nessa sua hereditária e ignorante vaidade. Como seria bom se acreditassem que entre homens e mulheres, pudesse existir apenas uma pura, inocente, consentida e realizada afinidade. Porque tanta adversidade? Quanto mal seria evitado se a mente humana, não fosse assim tão insana, quantas depressões partiriam em apenas um trocar de confidências e em um doce abraço de amizade. Esse meu coração já não me atende, ele insiste em ter e ver do mundo a profundidade. Tenho com ele conversar tentado, mas ele não me compreende, não me vê, não me ouve, contudo, ele orgulhosamente é autista, eficiente deficiente, é cego, surdo  mudo, cadeirante, não vê cores nem semblante. Inutilmente tento dominá-lo, mas é ele que me domina a todo instante, eu de mim não tenho comando e é ele que manda agora e eu sigo o seu traço ao caminhar ao largo desse mundo afora. Sorte tenho de havê-lo ensinado outrora. Todavia apesar de ser independente, as vezes se engana e a minha mente pede auxílio. Se percebe todo o mal que vai lá fora, sente muito e no centro da tristeza me coloca e comigo chora! Ele me obriga a falar de amor pois é só isso que ele sente. Por isso não temam a mim e nem as poesias e poemas que faço, pois são minhas mãos que escrevem, mas tudo que ele manda eu faço. Eu só quero nessa vida que todos se amem, não quero causar a ninguém qualquer tipo de embaraço. Algumas pessoas não entendem e pensam estar eu a fazer galanteios, apenas para ganhar notoriedade e espaço, mas isso não é verdade, Só tenho tantos amigos porque eles me pedem e eu não sei recusar um carinho, tampouco um doce abraço. Já não sei fazer outra coisa, então escrever agora é a única coisa que sei fazer e faço! Muita coisa joguei fora, pois nunca quis encarar meu fracasso! Hoje para fugir da cruel realidade, vejo-me preso aqui entre amigos distantes, nessa não menos cruel virtualidade, sem poder ter a certeza de que todos são meus amigos de verdade, ou, se realmente  sabem entender que minhas palavras só vão endereçadas a todas as mulheres, porque homem geralmente deturpa tudo aquilo que escrevo nesse meu reservado espaço. Talvez por não entender ou apenas por não saber fazer, aquilo que com muito carinho em meu caminho traço! Quero que saibam todos antes que me seja mudado o destino, que amo com o coração de homem, mas penso muito como menino, talvez seja por isso que ainda sinto tanto a ausência de carinho! Sei que existem muitos homens com a mesma sensibilidade, e eles devem também se mostrar, Pois isso não nos torna menos homens, por apenas mostrar à todos onde todo o amor fica e onde ele deve sempre ficar.
Lanzoner Navegante  de Outono




UM DESEJO DE SEGUIR EM FRENTE

Apenas desejo... Que quando você quiser me esquecer, seu coração não deixe. Mas você me julga, me culpa, se auto-avalia pois é esse seu jeito de ser apenas vulgar. Hoje, respeite apenas a minha merecida ausência, para que eu me lembre de quando você era a minha melhor inspiração e como era doce te amar.  Agora apenas me deixe, para que meus dias sejam calmos e que eu veja tudo com alegria, fechando a porta para todo o mal que ainda no mundo  se cria, para que esse meu coração de rebeldia, insista em combater o desamor e lutar. Mas como não creio que nos cabe julgar, antes de sermos julgados primeiro. Pois hoje já sei que o trem da vida não conduzo, e sou apenas um teimoso e indomável passageiro. Não mais olharei para trás, naquele nosso lugar não mais me verás. Pois o tempo passa e a vida seguirá, um novo sonho me espera e eu passarei, tu passarás e ainda assim restará a lembrança deste amor ligeiro, pois todo envolvimento onde houve de amor, nem que seja apenas uma centelha, ficará guardada na memória e jamais poderás esquece-La.
Lanzoner Navegante de Outono 




UM CORAÇÃO DE MENINA OUTONAL

Se queres amar direito, vá em busca daquele teu coração de menina que ainda mora em ti a esperar. Lembra que deixaste-o no passado em algum lugar. Eu já estou de posse de meu coração de menino e muito te posso ensinar: Conserva teus adoráveis dotes de mulher, mas haja como menina. Ama as cores e das flores acima de tudo, aproxima-te dos animais, mergulhe em tua natureza das que não desistem jamais. Exala teu perfume espaindo o aroma puro dessa tua beleza sem exagerar demais. Não seja possessiva, passe pelas tuas alamedas como passa leve no outono a brisa. Libera de ti o que houver de mais puro e serás cobiçada entre tantas como o fruto mais maduro. Faça da tua vida o que sempre quiser, ora seja menina, ora seja mulher. Ora seja menina-mulher, respira forte o perfume juenil que a vida te dá, corra atrás do pôr-do-sol ele te mostrará um vermelho lindo, mas vá depressa pois a poderosa lua dos enamorados vem vindo. Eles, sol e lua, não conseguem se esbarrar, Mas anda em mim uma certeza que não quer cessar... Eles se apaixonariam se pudessem se juntar. Deixe-se acariciar noturna pelas brisas leves da estação. Mas jamais te esqueças, que o vento, aliado do tempo vai rápido a serviço de Deus! O Senhor Outono, sempre a fazer dançar folhas soltas no ar, trará consigo o prenúncio de belos dias e posso com certeza te afirmar: É este o tempo perfeito de se fazer apaixonar um coração alegrando-te os dias. Essas brisas leves misturando fragrâncias no ar também indicam que é tempo de alguns amores recomeçar. Então... Seja menina, atire esses desconfortáveis sapatos para cima, veja como agora flutuas quando caminhas, procure o gramado do velho parque e volte sobre  a relva a correr ou simplesmente caminhar, colha novos frutos nas árvores que a vida está a te mostrar. Quem sabe não encontres um homem-menino que queira com você desse jeito gostoso de amar ainda brincar. Não me perguntes porque sei! Lembre-se, sou Navegante de Outono e sempre sei que vou voltar. Fica com Deus! Que ele te dê sempre um coração de criança, para que encontres o jeito certo de amar. Só não me tomes o que já te dei, pois posso jamais voltar!
Lanzoner Navegante de Outono




terça-feira, 23 de maio de 2017

UM CÁLICE DE AMOR FECUNDO

Um bom vinho, Uma boa champanhe, Da amora um sutil licor, Uma bela boca pra se beijar! É o Éden a se manifestar, é primavera em flor! Um beijo  quente  um vinho seco, um beijo molhado tendo como resultado, um amor doce, seco e suavemente embriagado, pelo prazer que por Deus a nós nunca foi negado. Sempre soube haver quatro coisas que a um homem de bom gosto anima. Um bom vinho, licor, champanhe e uma adorável companhia feminina. Mas com moderação degustados, sorvidos e usados com sabor igual, darão encantamento a vida, pois foi assim dessa maneira que deu-se de Adão e Eva a história verdadeira e natural. Quem nos dá a uva que fez por séculos dar prazer a vida senão a videira. Planta do amor duradouro viveu a vida a videira, emprestou ao primeiro casal do mundo a parra que cobriu-lhes o motivo de amor fecundo. Ah, triste filosofia tão antiga e tão vã! Se emprestou-lhes  a primeira vestimenta a parreira, que culpa teve a serpente e a maçã? Se o primeiro pecado do mundo foi o amor, já absolvido por Deus a tempo, é hoje o sentimento dos mais bem avaliados momentos. Assim como jamais haverá nessa tola história a autoria reclamada por autor. Sejam benditas frutas femininas em flor, a uva, a maçã e no carmim da amora que em amores partilharam seus dotes outrora, soberanas sempre darão sabor doce da vida ao licor! Se não fosse santa a fruta da planta, que pássaro errante as procurava com volúpia tanta. Sabor de amor teria o fruto ou seria o perfume da flor. Que meus amigos sejam servidos de amores, que sempre lhes acompanhe, um cálice de vinho, de licor ou champanhe na maciez da maçã, na vida da videira, no amor da amoreira e  em natureza tanta. Amor palavra santa, que na adega de minha alma se  tiver que morrer este mero escriba sem hora, que morra de amor tendo a boca o sabor da uva e da maçã tingindo-lhe os lábios tintos de hoje, secos ou suaves de outrora. Pois certo é que estando à ceia a dividir o vinho e o pão, creio que jamais negaria três vezes o nome de Cristo, este reles cristão antes do romper da aurora!  
Lanzoner Navegante de Outono



ÚLTIMO POEMA

Os anos me levam e assim minha inspiração já anda escassa. E se as vezes, não tomo conta, ela simplesmente por mim passa, não recordo das rimas e simplesmente ela se vai a procura de outra praça. Minha paixão e a vida já andam a dobrar a esquina e nada há mais que lamentar no que eu faça. Meus sonhos já não são tão belos, já naufraguei de passeio nesses mares desse mundo que do outro antes até unia paralelos, onde o pensamento e a realidade me levavam a navegar. Já fogem rápido de mim as rimas, não consigo uni-las aos versos e o tempo anda se fazendo assim de mim tão disperso, que não ouso mais o desafiar. Se é realmente verdade que a noite Pertence aos poetas e aos loucos, acho que apenas a perdi falando de amor a muitos ouvidos moucos e por isso me pune agora o juízo tomando de mim meu poetar. Acorrentado agora a esse imaginário calabouço, não reconheço os passos que agora no silencio da madrugada ouço. Serão de quem tem parte do meu coração ou a outra que apenas o desarrumou um pouco? Seja quem for liberte-me e faça este coração libertar-me desse dilema, para que eu possa recitar um último poema à mulher que comigo enlouqueceu de amor e que na verdade mais  soube fazer o amor em mim valer a pena.
Lanzoner Navegante de Outono




segunda-feira, 22 de maio de 2017

TUDO PODE MUDAR

É quando o sol aparece, que o despertar de tua lembrança em mim alvorece, que meu coração se mostra e minha alma engrandece! Mas sempre ao entardecer quando o sol se põe em enrubescer, que o dia já se vai pelo meio, que sinto esta tua ausência atingir-me em cheio a doer. Mas estará sempre na escuridão do anoitecer, com a claridade a se perder, que meu coração insiste em viver. Viver a esperança de que com influência da luz do luar dos enamorados, acenda nesse teu meigo coração uma saudade dos nossos doces e longos beijos apaixonados, impregnados  de  tamanha cumplicidade, que este tolo romântico julgou ser o verdadeiro amor e que viveria até a nossa eternidade! Mas que bobagem! Um amor só se tem até se perder e dura até outro amor nascer e o antigo apenas será saudade. E depois na despedida a célebre frase “ AGORA SEREMOS APENAS AMIGOS”. Mas que Bobagem! Depois do amor terminado, não existe mais amizade ou cada um vai para o seu lado e para o rol dos descartados. Mas resta ainda uma única chance: Se a paixão foi inesquecível ainda podem-se restaurar estes romances. Como? Meu Deus, que seria do amor sem os amantes?
Lanzoner Navegante de Outono




TROCA DE LUZ

Quem sabe da noite os segredos, sabe também que a madrugada do poeta insone ensina e a entender auxilia, ao mostrar que o nascer de um novo dia é apenas o adormecer da desabitada lua e a troca das vestes escuras da noite ou a troca da guarda do luar, pelo brilho do astro rei, apenas para nos brindar com toda a força de mudança. Trazendo sempre no alvorecer dos apaixonados, uma nova esperança sempre desigual dando um novo olhar radiante  de alegria! Mas também são coadjuvantes tanto o sol como a lua, pois sempre haverá uma força maior na minha vida e na tua! Que abençoado seja a luz do nosso Senhor e assim, digamos nesse  novo ano em seu primeiro dia ...Que impere  o amor e a paz, e... Glória a Deus e Aleluia
Lanzoner Navegante de Outono




sábado, 20 de maio de 2017

TUDO NÃO SERÁ SEMPRE IGUAL...BASTA! QUERO UM NOVO FINAL

Que bom seria se os filmes voltassem a ter finais, ou se ainda restasse um pouco de terra virgem em meus cimentados quintais, ou ainda que não fossem extintos os seres humanos iguais. Sem teu amor vejo a minha frente tanto deserto e sou caminhante solitário, nessa multidão perdida a engolir seus ais. E minha indulgente  juventude que não me cobrava atitudes, onde só o amor me tomava tremores, rubores em tão puros sabores de amores por você que em meu peito não morreram. Já longe não volta mais. Porque ou por quem tomam hoje a pureza de nossas crianças e jovens outrora tão joviais. Não quero licença poética de rima que não defina meus sentimentos reais. O mal existe e persiste e anda a tomar conta de todos os tolos humanos cada vez mais. Somos apenas atores a atuar sobre um péssimo enredo de um fútil história que começa mal e termina exatamente igual. Não valeram nenhuma histeria, não deu bilheteria e todos vamos assistir sempre o mesmo desastroso final, no mesmo cenário, enriquece o vilão, morre o galã sem provar da boca de uma linda jovem o doce sabor da maçã, todos esperam em seu imaginário um tipo de bom final com inestimável afã. Esconde-se o sol, surge a iluminada lua, descem os caracteres e... é assim como a vida,  complicada e incompleta , nada do que imaginamos acontece no final e...  Não! Não aceito, quero que tudo tenha um final perfeito. Tudo que merece ser feito tem que o ser direito, quero o vilão morto, os ladrões presos, crianças felizes a brincar no gramado. E o mocinho beijando a mulher que chora, com o beijo  mais perfeito e demoradamente apaixonado! Agora fechem as cortinas desse palco mal formado. Agora eu sou protagonista que ensaiando várias vezes com a linda atriz, que já fora minha namorada, fazendo seu antigo papel, receberia finalmente meus doces beijos de mel  e sem saudades, mataria meu passado renascia renovado, me fazendo ainda muito mais, enlouquecido e  ambos enamorados com olhos de amor mareados, deixaria de lado minha rebeldia e faríamos nosso melhor reinício e o mais aclamado final!
Lanzoner Navegante de Outono




TRAPAÇA DE BEIJO ROUBADO

Se a vida é um jogo, não me envergonho de dizer que trapaceei, Te vi, gostei e mesmo sem ver suas cartas rapidamente um beijo roubei. Nem ouse reclamar senão pego de volta todos os beijos que ainda não te dei. Sou sem eira nem beira mas sou fruto doce da mangaba em mangabeira. Sou assim como um qualquer e minha melhor mania é gostar de mulher. As vezes sou longo outras sou breve e assopro teu cabelos longos como suave brisa leve e tenho ousadia de ir onde ninguém se atreve. Em beijos cálidos ou mornos da boca que me tiver em sorriso de frente. Não temo mais noite escura, sou um coração que perdido anda  a procura de um carinho que essa minha alma alimente. Então que seja Bom o teu dia, a tarde e que essa noite se faça breve para que a madrugada se adiante, para atropelar-me os versos vindos da boca certeira de qualquer amiga perdida em caminhos errantes. Quero solidão e a calma do solitário mar, pois  apenas sou do Outono o meu senhor e em oceanos de ilusão sou o norte dos navegantes. Pois quem me protege nem dorme para me abençoar e mora onde mora o doce Luar dos bons amantes.
Lanzoner Navegante de Outono


TRAÇOS, NÓS E LAÇOS.

Fiz um laço em meu sapato curiosamente pensando em você. Dissestes que minhas rimas eram estranhas e de difícil compreensão. Estranhamente dizias amar meus poemas mesmo sem entender deles a razão, mas na verdade sabias que apenas o que eu queria era só te amar com todo o meu coração. Entre traços, nós e laços ampará-la  em meus braços era a minha mais nobre intenção. Seria assim tão difícil ler em meus olhos que meus braços estavam sempre prontos para teu corpo acolher. Na verdade o que sempre tivestes, foi medo de melhor me conhecer. Temias minhas palavras porque elas mexiam contigo, mas sei que as vezes me procuravas procurando nelas um abrigo. Ninguém precisa estudar medicina para um coração entender. O amor dá vários passos movidos apenas pela emoção. Só sei que jamais tropeçou em flores aquele que caminha tendo apenas boas palavras conhecendo qual é a sua direção. Em tua caminhada embora sejas por mim amada, jamais usarás sapatos que uso e feitos por boa mão. Para entender o porque da poesia não basta inteligência, tem que saber ver o que vai nos olhos e saber sentir a fragrância do perfume da alma, sem impor nenhuma condição. Pois é exatamente nas entrelinhas que o compositor esconde a verdadeira intenção. As vezes frases estranhas podem até confundir sua mente. Mas o que dá sabor a vida é saber o que habita o coração da mulher e aquilo que o verdadeiro homem sente. Porque uns se fazem óbvios e outros apenas até sem saber porque tanto, amam ou amaram misteriosamente.
Lanzoner Navegante de Outono




quinta-feira, 18 de maio de 2017

TEU PERFUME NÃO ME DEIXA

Sem você e a procura dos seus encantos, fico aqui a divagar e ao sentir-me embriagado pela bebida amarga da tua ausência a me empurrar pelos flancos! Passo a compará-la com o frasco de perfume que ao lado de minha cama deixastes. Pois ali apenas ficou o triste resto de tua sentida ausência e a inconsistência dos planos que em minha consciência criastes. Essa lembrança de ti em mim é tão latente, que impede que a solidão se instale em meu coração para sempre. Mas mesmo que agora no mundo as mais puras lágrimas de crianças, por desconhecidos motivos, ainda estejam caindo, mesmo que desvendado seja o motivo pelo qual o mais desvairado louco anda sorrindo, mesmo que o desabrochar de todas as flores do mundo estejam sumindo, mesmo que após a breve chuva o arco-íris já não te pareça tão lindo. Espero haver deixado em tua lembrança a certeza de que devemos trilhar o caminho da retidão, e contra a iniqüidade dos poderosos permanecer lutando e no amor prosseguindo. Que tuas incertezas e aquela intolerância com o errado ainda em ti permaneçam, sempre fazendo bater forte nesse teu coração a mulher plena em toda a sua paixão. Sempre fostes assim como eu uma rebelde praticante. Hoje,  embora de mim distante, quero o teu sono tranqüilo, teu amanhecer radiante e que ao anoitecer a lua tão tua, faça brilhar ainda mais esse teu sorriso largo e constante. Para que em nossos corações se façam permanentes como o vôo de pássaros errantes que ruidosos e felizes voam livres, carregando em suas asas. toda a incerteza que o destino dá aos amores dos amantes. Quero apenas a tênue sanidade de sempre sentir teu perfume ao anoitecer e imaginar-nos em momentos livres e soltos  como  fora antes deste nosso amor vencedor apostado, no cassino do tempo e na roleta de sonhos se fizesse perder derrotado.
Lanzoner Navegante de Outono



TEU JULGAMENTO

Humildemente me submeto ao teu julgamento antes de cavalgá-lo. Mas não seria bom e coerente que me conhecesses primeiro? Mesmo que assim insistas, pense e diga: jamais irei julgá-lo! Pois talvez a ele não importe se realmente suporta teus pesos ou se de ti tem alguma queixa, o pobre do teu cavalo? Imagina então como seria cruel a sua vida, se todos assim  de repente se dispusessem apenas simplesmente, julgá-lo? Cavalgarias o tempo, ou descerias para melhor apreciá-lo? Portanto, procure sempre conhecer melhor quem pela tua vida passa, não és obrigado a fazer dele um amigo, mas poderás do teu mau juízo feito, simplesmente libertá-lo! Ou preferes que em teus pensamentos, no mau juízo que fazes dos outros, também escravizá-los? Antes de fazermos isso, mais aconselhável não seria que fossemos do amor simplesmente os cavalos!
Lanzoner Navegante de Outono




TEU AMOR, MINHA MELHOR RIMA

Neste breve  tempo que por mim você passou, inexplicavelmente tudo em mim mudou. Ficaram em mim apenas os odores dos sonhos de amor que você sutilmente pelo vazio deste quarto deixou. Meu coração ainda é aquele mesmo que tudo espera e sou, o mesmo retrato de tudo aquilo que o nosso amor ainda não viveu. Minhas mãos sentem falta desse teu corpo moreno tocar, meus olhos sentem saudades de te ver sempre uma vez mais e ter seu corpo encostado ao meu. Você chegou em minha vida, feliz e mansa como brisa e é verdade que pela mesma porta que entrou saiu. Mas agiu como o mais feroz furacão, venha ver o estrago que você fez em minha mente quando partiu meu coração . Onde estiver, passe o tempo que passar, gravada em minha lembrança você sempre vai estar.  Mas não te arvores querida, comigo não percas tempo, manda-me um beijo longo da boca que nem fui dono completamente. Para que ele  chegue a mim na primeira folha que a mim vier trazida pelo outono no vento amigo de sempre. Mas se para mim for demasiada a espera, mato a saudade  nesse lenço de seda branco com o teu perfume e marcas dessa linda boca na mais vermelha flor da primavera. Nada é mais puramente doce do que o sabor dessa lembrança que estimula-me a divagar na mais doce quimera que meu pensamento domina. Ainda assim, desejo que sejas feliz, mas quero que saibas que para mim teu amor será sempre a minha melhor rima.
Lanzoner Navegante de Outono


quarta-feira, 17 de maio de 2017

TERRA DO SEMPRE NUNCA

Quando me sufoca a desesperança eu me faço criança, mergulhando na espuma que as ondas do mar ao calor da praia lança, fazendo a espuma esmagar a bruma que em meus sentimentos há. Vestindo as cores de um camaleão, roubo barbatanas de tubarão e as ilhas da terra do sempre nunca eu me faço viajar. Terras de intocável natureza, lugares de rara beleza que só em nossa memória há. Desembarco em areias brancas como as nuvens que posso ainda avistar. Pássaros de raras cores sobre minha cabeça a voar. Sempre que aqui venho alguma mudança a saudável mãe natureza tem a me mostrar. Já são várias as nascentes de água pura, que ao tomar um breve  gole, já sinto mais forte a vida  em mim pulsar. As cores das flores e das  frutas aqui são tão vivas, que dá raro prazer em comer e apreciar. Os coqueiros não são altos e é fácil um côco alcançar, tem tanta água no fruto que a sede de um dragão ela pode saciar. Adentro a mata tão densa e multicor que parece que estou a beijar meu amor. Bromélias, são belas, orquídeas são níveas, há lírios de toda cor. Os animais aqui não são feras o que fazem é observar, enquanto subo barrancos agarrado aos cipós, vejo ao longe a cachoeira que desliza a ribanceira parecendo a minha amada com braços largos a me esperar, para matar novamente minha sede mergulho em sua rede para o calor de meu agora corpo jovem, finalmente aplacar. Agarrado aos pés da pernalta saracura, deixo esvair-se de mim a amargura e me agarro a ternura do canto do sabiá. Ah Brasil, país que já me fez feliz, Parati ilha tão linda eu não vou jamais voltar, já roubaram as palmeiras, afrontaram bananeiras, corruptos fazem suas feiras e as aves que aí não gorjeiam, arribaram-se paracá e saudades de minhas morenas trigueiras é só o que vai me restar, fico aqui entre olhos morenos das minhas amadas índias pequenas açaí, ananás e guaranás. Aqui não há padrões de beleza, todos são iguais, assim dizem os animais. Ah terra igual, no mundo já não existe e não mais existirá. Ela existe nos sonhos daqueles que sabem amar. Só tememos a pior de todas as feras, o homem que se aqui chegar por certo também a destruirá!
Lanzoner Navegante de Outono




TEMPO TESTEMUNHADO

Tendo apenas como testemunha o meu próprio ego, sobre o qual sempre me impus; Foi apenas dormindo sob as verdades da vida  que meus olhos viram toda a pureza que havia em todos os momentos de luz! Ainda assim insistiu em residir em mim aquele jovem puro, romântico e triste. Que apenas no amor encontrava respondidas as suas ansiedades e  que quando amado, entregava-se de corpo e alma pois aquilo tudo que sentia esperava que quem o amasse, do mesmo sabor provasse e mansamente sentisse. Jamais seu coração deixou-o sequer imaginar maldades onde o amor existisse! Assim então, vivi onde os raios do sol encontravam reciprocidade, sob a beleza do  entardecer remetia-me aos tempos de refletir, sobre os encantamentos exagerados. De amores tão bem trocados em aprofundados sentir, que me fizessem  prejudicado na mocidade pela idade que estaria no futuro a me servir. Ou deixariam em mim apenas uma grande e justificada saudade que iria em mim residir. Mas tinha eu sempre a Lua, magnífica, imensa e nua, que me levava a sonhar e perguntar se ao romper do dia, se o acaso me faria encontrar no amor essa tal felicidade! Amor és dos sentimentos verdadeiramente o mais procurado. Tanto que as vezes penso que até já o encontrei, mas pelo tanto que sonhei, de passagem por ele passei e distraído nem  me apresentei ou sequer me fiz ser notado!
Lanzoner Navegante de Outono



domingo, 14 de maio de 2017

TEMPO INFIEL

Ah infiel tempo que de mim se vai, já visitaste-me filho, encontraste-me jovem, homem feito, de nada valestes pois nunca te fizeste perfeito, quanto mais passas mais longe nos leva em idades, de heranças deixas memórias, lembranças, saudades. deixas sonhos, tempos risonhos ou apenas histórias. Quantas palavras contidas foram perdidas pois me impedistes de ter tempo para permitir a coragem me seduzir e te desobedecer em lutas inglórias. Quantas vezes tive que partir sem ao menos sussurrar para a mulher que amo um breve e triste adeus. Ela já deveria saber que para o amor nada é proibido, seu corpo estava prometido mas o seu coração não. Ela se foi e meus dias por mim passaram se desfazendo em versos que não se fizeram canção. Mas este amor incontido assim como folha solta aos ventos de outono, demoradamente planou mas não perdeu seus vincos e tampouco a cor. Hoje desejei um bom dia ao mundo sem sequer ver os primeiros raios do sol ao alvorecer. Sigo em confusos pensamentos a me perder. Pois sou apenas mais um vulto mergulhado em solidão aguardando se aproximar a escuridão do anoitecer, para em versos me encontrar ou me perder. Mas sempre fui guerreiro e assim sempre serei. Quando um novo dia surgir, sólidos muros de tempos perdidos saltarei e ao teu encontro irei. Pois antes que me abandonem totalmente as forças, quero apenas mais uma vez ser teu rei. E ao olhar fixamente em teus olhos, ver o final do inacabado filme de nós dois, de amor quase perdido mas de sentimento igual.  E então selado com um último e longo beijo, teremos finalmente o nosso feliz final. Mas se antes que o pó do tempo venha meus olhos turvar, a minha última folha de outono irá te avisar, que enquanto houver uma única estrela no céu a brilhar, este velho e teimoso navegante vai te amar.
Lanzoner Navegante de Outono


sexta-feira, 12 de maio de 2017

BAILANDO À LUZ DO LUAR

Quanto mais te procuro, menos te acho. Quanto mais te estudo menos te entendo. Quanto mais por ti me oriento, mais fico confuso. Quanto mais te sigo, mais perco o passo. Quanto mais tento fugir de ti é exatamente o contrário que faço, Porque és assim tão arredia e não me auxilias e vem de encontro a este amor? Sei que as batidas de teu coração batem como as minhas seguindo o mesmo compasso. Meu amor venha para meu abraço, facilite a missão da vida, venha aceitar meu requerer, dê a minha declaração como deferida e afinal ser parte de minha vida. E assim com uma magnífica platéia de estrelas, dançaremos sob a lua, com  nossos corações abraçados e com as nossas mentes inteiramente de pensamentos sadios, completamente nuas. Apenas palavras doces de amor, bailaremos sob um som único e incomum, mãos fortemente unidas como fossemos a deslizar em gotas de metal fundido, assoprados pelo vento transformados em corpo apenas e de união tamanha seremos tão somente um.
Lanzoner Navegante de Outono



TEMPO

Tempo, dê-me tempo, pelo menos pra dizer o que de ti eu penso. Passas por mim tão rápido que mal posso formar as frases que perambulam em meu pensamento. És um trem sem destino que toma-nos os dias, as horas, os minutos, vais mais rápido até do que o vento, que fazes bater em minhas portas o uivar do lobo feroz, algoz do meu relutante envelhecimento. Levastes alguns de meus amores e no lugar deixastes apenas sombras do que fui e até pensas que ao passares me assombras. Mas como guerreiro de minha melhor sorte, antes de minha morte, sorver-te-ei em demorados goles tal qual vinhos da mais nobre casta, pisado por belas mulheres sem nenhuma pressa e referendadas por Dioniso e talvez no cálice sagrado da minha melhor festa.
Lanzoner Navegante de Outono




TE ESPERO OLHOS NEGROS

Ainda guardo segredado em meu peito, as lágrimas que com meus beijos dos teus olhos eu tirei. Hoje uso o salgado sabor dessas lágrimas morenas, pra temperar toda a saudade de todo o grande amor que em ti deixei. Que falta imensa sinto desse teu sabor tão doce e puro, da menina moça que eu tanto amei. Abraçava esse teu corpo molhado e amorenado, que só um rei podia amar e eu fui rei. Ficava observando esses longos cabelos cacheados e molhados das águas deste amor de mar que eu naveguei. Um lindo pôr-do sol sempre surgia a contrastar, com toda a brejeirice linda e morena que vivia nesses olhos da cor da noite serena fazia  de meu coração um condenado sem pena. Abraçado as lembranças dos abraços nesse corpo dourado, eu penso que  estou em você que também em mim pensa. Não sei se nas lembranças de um diário, pois sempre fomos dois nessa história, morando em uma deliciosa paixão nesse frágil castelo de areia construído a beira-mar. Hoje observando cada onda deste mesmo mar que de mim se aproxima ainda insistente espero ver aqueles pungentes olhos negros no mesmo lugar. Sentado sobre aquelas mesmas pedras, testemunhas dos nossos longos beijos apaixonados, demorados a vagar. Te espero e é por eles que nunca desisti de te esperar. Sei também que atendendo a seus apelos e em seus sonhos o menino dos meus olhos vermelhos ainda deve morar. Porque nos meus pesadelos a sua ausência sempre estará. Onde andarão agora as meninas que nestes seus meigos olhos negros serenos, meus teimosos meninos de olhos pequenos, ousou um dia enfeitiçar. Te espero, te quero, nem que eu já não seja mais em você a certeza, venha e deixa apenas os meus olhos te namorar e em mim essa dúvida ficar, pra que mesmo o tempo passando assim veloz, ao menos na memória nosso amor pra sempre em minha história tendo a saudade como algoz continue a morar. E para firmar essa certeza, as marcas que deixo agora nas pedras, nem a força do mar vai apagar.
Lanzoner Navegante de Outono



quinta-feira, 11 de maio de 2017

TÃO SIMPLES

Tudo é tão simples na vida.
Simples como partir e voltar;
Como sorrir ou chorar;
Ouvir ou falar;
Sentir e rimar;
Pensar e cantar;
Simples como cair  ou pular; 
Simples como um mergulho no mar.
Simples como refletir ao pensar;
Simples como apenas viver.
Simples como o louvor de uma prece.
Simples como a canção que não se esquece
Simples como enlouquecer de amor;
Simples como perder ou ganhar,
Simples como ir ou ficar;
Simples como nascer ou morrer;
Simples como entender que o amor...
É viver por dois e entender...
Que sempre haverá o antes e o depois
E que o amor sempre estará em algum lugar
Apesar de mim, de você ou até de nós dois.
Simples como  ouvindo uma canção suave
Adormecer e com teu amor sonhar...
Simples como nossa primeira troca de olhares.
Tudo é tão simples como simplesmente te amar!
Simples como essa chuva que agora cai
Simples como foram nossos momentos 
Simples como mais uma vez, lembrar e chorar
Simples como o agora ou o nunca mais.
Lanzoner Navegante de Outono








TÃO LEVE E TÃO BREVE

Por um breve momento, visitas-me a mente recordando palavras de juras, que fizemos em um tempo distante. Onde os verões ainda sopravam leves em rápidas brisas quentes, fazendo anunciar em folhas esvoaçantes o aproximar de outonos das suaves brisas mornas que assim como teus doces beijos ao meu pensamento retornas. Hoje sei que nada é eterno e os doces outonos idos, pelos frios momentos da solidão do inverno são sucedidos. Em minha primavera já são diferentes as cores das flores, já não tenho seus amores pueris, isentos de malícia e duradouros em nossas mentes infanto-juvenis. Não sei como és agora, mas estou certo de que ainda lembras da sombra da amoreira, onde nos beijávamos com bocas vermelhas e roxas do jeito isento de malícias de outrora . Que saudade de ti e do teu saudável gosto de amora. Da balança presa aos galhos da goiabeira onde eu te empurrava com força e pedias para eu parar. Como gostava de te ouvir pedir, quase a suplicar. Eu ainda não sabia que aquilo seria o nosso tão bom e puro jeito de amar e sentir a vida em nós vicejar. O tempo esse vilão das fantasias nos separou dos sonhos para dar lugar a razão. E seria o ideal a realidade a nos mudar, ou a razão e o tempo não deveriam interferir e sim deixar, que fossemos os únicos donos dos raios do sol, pingos de chuva, das manhãs de doce orvalhar.  Por acaso o brilho da lua tão cheia e nua, tão minha e tão tua não são e sempre serão motivos a dar lugar aos sonhos do que fomos e somos mesmo que o tempo insista em passar. Isso mesmo Senhor Tempo, eu, simplesmente ouso te desafiar! Passes como quiseres, sou incapaz de te parar, mas não me farás dos bons  momentos esquecer. Tudo que fui e vivi e do que ainda sou e não desisti de viver, de lembrar do amor e de amar. Ah sim! Tu me achas ousado. E porque insistes em ir assim tão apressado? Nesses momentos não poderias protelar e fazer teu relógio alguns anos atrasado. Ou achas que ao teu sabor tenho de sentir-me ultrapassado em canções de um moderno tão mal parado. Já sem amor nas prosas de versos tão inconclusos e da moral inversos. Faço-me mouco pra não enlouquecer, vendo em tantas jovens vidas a pureza se perder.
Lanzoner Navegante de Outono




TANTA VIDA LÁ FORA

Tanta vida lá fora e eu aqui acorrentado aos meus adormecidos pensamentos, isolado no pequeno espaço que me é dado no presente que vai ao passado atado a este meu quarto desarrumado. Meus poucos dotes já não uso. Sendo apenas mais um recluso, entregue a solidão e confuso. Querida venha me libertar que juntos faremos grandes mudanças em nossas emoções com esse nosso jeito especial de amar. Seremos então como o sol e a lua. O Sol  uma estrela  de incessante brilho, pela manhã alvorece, mas se nuvens escuras o escondem, ele sempre acha uma fenda para seu calor fornecer e seu brilho ofertar e  assim sendo a estrela central do nosso Sistema Solar, fortalecerá nosso amor e só se porá quando a encantadora lua chegar. Ela que já foi musa dos  enamorados, é a rainha da noite que virá nossos loucos beijos apaixonados no calor noturno mansamente inspirar até o dia raiar. O Sol sempre foi o invasor amante que sempre se faz presente e  mesmo que lhe esconda o mau tempo, ele sempre estará onde costuma ficar e a rotação em seu próprio eixo as vezes fazem até as nuvens brilhar. Diferente de nós, sempre completa seu ciclo anunciando com colorido desigual, mesmo sabendo que a sua amada lua raramente o poderá encontrar. Veja que coisa sobrenatural, duas essências de imenso brilho quando se encontram produzem a escuridão total. Eu acredito que esse amor é tamanho que não deve ser presenciado por nenhum mero mortal. Meu amor essa vida é tão pródiga em mudanças, somos livres, temos o mundo nas mãos e a qualquer momento podemos um amor quase perdido retomar. Deus sempre soube o que fazer e deixou cada coisa em seu adequado lugar. Quem somos nós para essa grandeza questionar? A nós coube a melhor parte, apenas viver e amar.Venha então simplesmente viver e nosso amor libertar. Se não questionamos os mistérios do mundo, apenas me aceite, que juntos  jamais deixaremos essa chama que sempre houve entre nós um dia se apagar.
Lanzoner Navegante de Outono




quarta-feira, 10 de maio de 2017

TALVEZ, UMA GOTA A MAIS

Olhando esta tua foto e lendo a dedicatória que nela há, ainda sinto teu corpo em meus braços, minhas lembranças se apóiam nos teus delicados traços, que no calor desse corpo de amor febril, devolvias meus carinhos nesse nosso tempo tão primaveril. O resto do teu perfume que ficou no frasco de minha memória sutil, emprestei à velha alameda de ciprestes, onde minha doce saudade obriga-me por ali passar, para que  fiquem eternizados em mim tempos que ambos gostaríamos que voltar pudesse.  Amores e paixões iguais permanecerão enraizados na história de nós dois, cabendo-nos apenas lembrar, que tudo quando é demais dura o tempo que por Deus foi determinado durar, para que não se lamente jamais. Pois no doce cálice dessa paixão que nos embriagou talvez tenhamos exagerado,  fazendo-o transbordar  por havermos nos servido apenas de uma gota a mais.
Lanzoner Navegante de Outono




SOU O QUE SOU

Sou o que sou, o que fui e o que serei! Sou apenas eu, sou somente, sou semente! Sou amor, sou mente, sou coração, sou apenas hum humano, que condena e perdoa, sou apenas gente, Sou ser, sou ente, sei que nada sou, mais sou um ser que sente, que ri e que chora, que ganha que perde, que fala que ouve, sou o remédio que cura, ou a lâmina que fere rente, sou a mão que a outra apenas procura quando enleva a Deus uma prece! A lágrima que  as vezes rola na face e nem sei porque acontece? Será pela música que ouço, ou talvez por saber que pelo pouco que sou, pouco posso fazer pelo pobre irmão que padece? Não sei porque enquanto em alguns lugares faz frio e em outros o calor incandesce! Não sei porque muitos ainda morrem de frio, enquanto poucos tomam seus drinks ao lado da lareira que os aquece, fingindo não saber o que em sua volta acontece. Pois são muitos os que não tem nem o mínimo que precisam e merecem. Malditos sejam os que fingem e enganam. Benditos os anônimos seres que verdade são, o bem praticam sem mostrarem os amores que oferecem e dão! Senhor deixa-me menino ser somente, quero subir naquela alta pedreira com minha tenra idade, mesmo estando sozinho sentir-me um rei novamente, a contemplar as matas, os campos, os lagos, o planar do vôo dos pássaros, enfim naquela outra cidade do passado, aquela outra realidade, aquele outro chão aquela outra verdade! Aquela onde havia cortesia e privacidade. Pouco ou nada eu sabia, pois não era essa a minha função! Toda criança é dona do mundo, tem o sol, as nuvens, o azul do céu, tem os pássaros a voar, enfim, é seu todo o firmamento! Só enxerga além do horizonte pois há pureza em seu olhar, o bem reside em seu coração e a ternura no pensamento. Só vive o hoje e o amanhã, pois já se esqueceu do ontem, nele só os sonhos se fazem presente. Então sou o que sou, o que fui e o que serei, mas sempre serei menino, dono do meu caminho, vivendo a minha verdade e sabendo que nada sei, e lamento! Senhor se eu tiver que chorar, que seja por amor, nunca por sofrimento!
Lanzoner Navegante de Outono



SOU EU MEU NAVEGADOR

Hoje desta nau sou o  nauta-mor, o capitão, afinal ainda sou dono das palavras que já não sei de cor e dos ventos que docemente acalmam as dores do teu meigo e suplicante coração! Sou o velho lobo do mar. Sou eu quem assopra tuas velas para que teu barco navegue leve e possa assim me acompanhar! Não sou eu quem aqui domina, pois quem domina é o mar! Mas se escapasse deste teu peito, todo o amor que já viaja sem rumo e sem jeito, por certo me fariam naufragar. Mas em meu interior internado o internauta, hoje será ele quem irá aqui navegar! Netuno Rei do Mar deixe-me deslizar em tuas madeixas, não me ergas assim tão alto, pois me fazes mergulhar. Se mergulhar vou em busca daquela sereia que anda a me encantar. Meus olhos mudam de cor e é só o que posso de mim falar, portanto abra bem esses teus brilhantes olhos, pois neles vou penetrar, pois de qualquer jeito que os vejo sempre me ponho a divagar. Mas eu só os quero ver brandos, pois aí irei minha nau ancorar. Desembarcarei no porto de tuas lembranças e nelas procurarei encontrar, aquilo que não encontro nesta imagem postada, nesta fria página que vivo a freqüentar. Farei de ti Rainha da Internet, minha aliada grumete. E abraçado ao teu corpo,iremos juntos procurar a tempo, os insondáveis segredos que povoam este teu pensamento. E porque eles insistem tanto em fazer deste coração tão doce, ter tanto medo assim de amar, ao ponto de nesta vida sem planos, se deixar naufragar! Segura esta mão que te ofereço querida, volte a tona, deite-se em teus sonhos e livremente se entregue! Não a mim pois já vão de mim muitos outonos, entregue-se a vida, deixe-a livremente te amar!
Lanzoner Navegante de Outono


SOU COMUM, SOU PLENO

Querida, sou  totalmente pleno;
Adormeço nas verdades que carrego;
Meu cobertor é da noite o leve sereno;
Só a um grande amor eu me entrego;
Estando ele perto, sou tão pequeno; 

Nas carências de um homem comum;
Meu destino certo é lugar algum;
Mas se o amor estiver por perto;
Serei Senhor das brisas do deserto; 
Ao  clamores  da paixão me entrego;

Insano, incerto e docemente sereno;
Ao amor o melhor de mim jamais nego, 
Sou total e inteiramente pleno!
Mas se traiçoeira, serpente da traição me picar
Implore meu soro, ou morra ainda de amor 
Com A VERDADE de meu veneno
Lanzoner Navegante de Outono




SOU APENAS O TEU MUSGO AMIGO

És cascata sem direção, contra ti não existe barreira, és mulher, és desordenada cachoeira, atinges sempre este teu chão com águas limpas ligeiras e meu pobre coração com tuas setas certeiras. És frondosa árvore, tão bela e altiva, teu sorriso é o meu mais maduro fruto, tua boca a minha vermelha flor em cor mais concisa! E eu, posso ser toda a tua proteção na natureza ou apenas teu verdugo. Amo-te inteira, prendo-me em ti e daqui não me movo, pois aqui és a  minha guarida! Eu sou teu amor estranho, sou o que fores, és minha vida, sou teu recluso! Sou o que te cobre toda, sou o teu indesejável amigo musgo. Aqui preso em ti me sinto em desuso e não me consolo. Preferiria ser o pássaro que te olha, voa ao teu redor, leva de ti o pólen, seiva do teu amor, se cansado em teus galhos se prende e deita-se em teu colo! Invejo-o! Emprestou-lhe Deus o corpo miúdo que em ti é apenas mais uma cor, repousa cantarolando enquanto admira-te todinha em flor! Eis então o meu ofício que tanto causa-me dor, serei sempre o corpo que te cobre, mas jamais a verei inteira e nem terei teu amor! É esse do amigo no teatro da vida o principal papel , guardar-te, escudeiro sempre fiel. Que a protegerá sempre para que outro venha e lhe absorva o mel! 
Lanzoner Navegante de Outono 




SONHOS DE UM GUERREIRO

Quando desce a escuridão e acomodam-se no céu estrelas e luar, embainhadas as espadas forjadas pela dioturna luta de haver nascido pobre e brasileiro, sem dotes de falsos sacerdotes a me ungir do dourado de herdeiro. Sempre fiel aos meus probos princípios,  fiando-me apenas em minha sombra como fiel escudeiro e em Jesus como protetor e de minha nau, único timoneiro, encosto a cabeça pesada em meu melhor conselheiro.  Adormecidos leais guerreiros, somos sempre tão jovens, somos tão fortes e ao mesmo tempo tão frágeis, pois eis que agora apenas uma tênue linha nos separa do que é real e o sonho. Agora pouco há entre o ser e ter, resta-nos apenas a doce magia de saber que, aqui somos capazes de todo o amor do mundo sentir sem perigo e no mais completo abandono. Ainda que a incerteza sempre se faça em nós tão presente só nos importamos com o amor que agora podemos ter. E se o acaso algo em nós mudar sem perceber. Já sabemos que  aquilo  que de fato nos aproxima da felicidade ideal sem querer... é acreditar que na fantasia que habita nossos bem aventurados sonhos, podemos ser o amor inesquecível de quem jamais conseguiremos esquecer. Como é doce poder amar, como é boa a vida de quem até acordado, ainda sonha por querer e tem histórias pra contar.  E assim noite e dia, logramos acreditar que nos aproximamos cada vez mais do futuro tangível e do nosso amor ideal. Voa livre meu amor,  mas não abandone meus sonhos até nosso eterno adormecer final.
Lanzoner Navegante de Outono



SER UM SÊR DE SOLIDÃO

Eu sou a solidão escrita na palma de sua mão. Sou apenas uma corrente vazia e fria, sem ter na ponta um pequeno medalhão. Sou apenas o arauto incauto que anuncia, que sou apenas um facho de luz nessa imensa saudade tardia que envolve-me a alma e o coração. Sou apenas o espaço vazio em seus braços. Sou apenas a mão que encheu essa sua  página com belos traços feitos só de amor oriundos de mais pura sensação. Sou o teu velho livro de contos de amor e poesia de frases que um dia ousei versar sem canção. Sou aquele que navegou folha solta de outono  que  voou pela estação de seu próprio abandono até que ela caísse ao chão... Fazendo assim mais coloridas as alamedas nos dias dessa sua estação, apenas para entregar-te a essência do meu amor doce e confuso, mesmo sabendo que nem sempre contava com a sua compreensão. Sou réu culpado e condenado na fiel fragrância do arrependimento, pois foi apenas  dizer que te amaria pra sempre dentro de minha agonia na minha melhor emoção, para te assustar e te dar outra direção... Mas isso é feitio de menina mulher... Finge amar e enche de elogios o moço bonzinho, mas quase sempre se entregar à um qualquer. Depois invariavelmente se arrepende e se perde em descaminhos sem fim... Aí tenta voltar como se não houvesse nada, mas só consegue ver o moço na sacada, que já nem a olha e não diz nada. Abraçado ao seu velho amigo violão lhe dedica uma simples canção e então a vê chorar emocionada... E depois... Ora, depois... Quem tem amor no coração tem ao seu lado o perdão. Está Perdoada!
Lanzoner Navegante de Outono




SONHAR AMAR AO MAR, AOS OLHOS APENAS DO LUAR

As vezes encontramos em imagens toda a poesia que poeta algum jamais conseguiu encontrar, e mesmo que as encontrasse talvez em seus tempos de pouca inspiração, rimar, amar, luar, sonhar, sem dimensionar, a verdadeira beleza do encanto de todo o azul das águas do mar, arrebentando-se em espumas nas praias de muito luar, tendo como testemunha todo o firmamento em imensidão de estrelas, esperando um lindo casal de jovens apaixonados, selar de vez o amor em um longo e aconchegante beijar! Perdão mas não consigo parar! Elas, as palavras me perseguem! Talvez porque já não tenha mais a quem as entregar. Já se vão de mim longos anos, sou uma nau sem rumo hoje a deriva a navegar, escravo do meu pensamento. E quanto mais eu fujo, mas me aprofundo nesse mar adentro, não consigo mais meu norte encontrar. Elas vem e vão assim como melhor lhes aprouver. Ah Meu Deus como seria bom ficar sem palavras e bússola, perdido nos braços de uma doce e perfumada mulher. Que bom seria amar ao mar, agasalhados apenas pelo azul do céu em brisas de marear! Que seja assim se Deus quiser e quando outro outono chegar!  
Lanzoner  Navegante de Outono




SOLDADINHO DE CHUMBO

Amiga, se um dia me perderes, não me perca por completo! Mesmo estando assim tão longe, eu estive em você tão perto! Frequentei sua cabeça, morei em teu coração, eu movi tua mão, eu fui teu amante, errante cavaleiro andante, eu te pertencia á todo instante, eu fui tua porta e janela, tua parede, teu chão teu teto! Eu já fui teu mais amado irmão! Há como tornastes brando esse meu louco coração desigual, que sempre navega livre nesse já enlouquecido mundo virtual, sempre a procurar afeto! Onde em carências loucas, vi tantos doces olhares, tantas maravilhosas bocas, esperando em algum momento da vida, na felicidade requerida, dizer do amor palavras lindas, humanas, insanas loucas! Jamais quis fazer-me notório nesse mundo ilusório que me faço contraditório, para torná-lo real! Nos momentos que aqui passo, em cada verso ou rima que faço, quantas vezes te olhando quis entrar tela dentro, apenas para te dar o meu mais doce e caloroso abraço! Já não reside em mim  nenhum temor, de perder-me em embaraço! Sempre fiz o que quis e é isso que agora faço! Nós somos na natureza o animal mais complexo, somos seres tão mutantes, que alguns mudam até de sexo! Só uma coisa em nós não muda e seja em que tempo for! Nós vivemos toda essa longa vida sempre a procura do amor! Ignorantes tolos enriquecem querendo o amor conquistar. Amor verdadeiro não está à venda e ele acontece em todo encantado lugar! Nas ruas, castelos, casebres e até ao doce desabrigo a luz de uma magnífico luar! Ah gostoso sentimento! Só tu não te vendes e não se deixa comprar! Na verdade eu só queria dizer, que quando aqui entrei para desconectar-me da realidade, queria apenas pedir: Por favor sempre me queiram bem, nessa as vezes cruel mas pura e doce virtualidade! E que antes de me julgarem e me dêem por condenado, abracem-me, beijem meu rosto, Eu só quero ter a absoluta certeza, de estar humildemente em teu coração plenamente encarcerado! Mas antes que eu me vá desse mundo, ponha-me em tua prateleira como fosse teu amado guardião protetor, esse forte soldadinho de chumbo só viveu procurando amar e simplesmente dar amor!  mas não posso ser exclusivo. Posso mudar a roupa do que escrevo e é só disso que preciso! Me deito em minhas verdades, Adormeço com os meus olhos e é assim que eu vivo!
Lanzoner Navegante de Outono 




segunda-feira, 8 de maio de 2017

SIMPLICIDADE

Cara amiga, sempre suas doces palavras agradeço. Até nem sei se tais elogios mereço. Arrogância? Ah! desse mal não padeço, sou simplesmente assim como lhe pareço, vivo apenas das minhas verdades. Vivo com os meus olhos e com eles adormeço. Sonho apenas meus sonhos. Não faço da vida um fim e sim um eterno recomeço. Se quiseres me acompanhar, seja bem vinda. Mas só posso lhe indicar o caminho, jamais evitar-lhe os tropeços. Mas é exatamente por aí que se chega a felicidade, é exatamente esse o endereço. Nada termina bem se não houver um bom começo. Seja noite ou dia, tenha sempre Deus na sua companhia! Pois é ele o seu único e verdadeiro guia. Falar sobre mim, exaltar o meu ego... A quem importa o que fiz ou sou, pois só ao amor nada nego! Valoroso é o homem que conquista a mulher, quando ela está no auge da felicidade habitual e não aquele que se aproveita de um momento de fraqueza espiritual. 
Lanzoner  Navegante de Outono





SIMPLES QUESTÃO DE GOSTO

Gosto do silêncio da madrugada, do barulho da chuva e de doce que se come de colher, gosto de vinho de boa safra, de ouvir boa música que seja de bom ritmo qualquer, pois cada um gosta do que quiser. Só sei que  do que mais gosto é acordar pela manhã ao canto de passarinhos, tendo ao meu lado e bem abraçado o suave e perfumado corpo de uma mulher dona de doces carinhos. Espreguiçar o corpo todo, a Deus fazer uma breve oração, agradecer por mais um novo dia, e dar um novo e longo abraço por estar com quem mais  queria a escolha do meu coração.  Todo o meu sentimento é profundo, sou legítimo e único dono dos meus dias e de tudo que a vida me deu e dará neste pequeno e misterioso mundo. Mas como posso de algo que nem sei se fui eu quem vi primeiro, afirmar com certeza que é apenas meu. Quem é que bem aventurado lembra do dia e de quais entranhas nasceu. Por isso digo que pouco ou quase nada sei. Quem pode afirmar com certeza se é bastardo ou rei? Se tem nas veias sangue melhor o nobre ou que seja sangue  reles o pertencente ao plebeu. Quem de vós recebeu pão partido e vinho do cálice bebeu, servido  pelas mãos do único  e verdadeiro rei, que só morreu crucificado por haver sido traído por Judas e depois condenado pelo seu próprio povo judeu? Senhor eu só levo a vida que me destes. Mulher te vi correr linda lisa, pele rosada e totalmente sem vestes entre perfumada alameda de ciprestes. Vi brincar meus netos que de nada são herdeiros em alamedas de pinheiros. Conheço todos os perigos da noite e águias de pouca tolerância já me benzeram primeiro. Tenho o faro de cem lobos e sei farejar o bem e o mal em qualquer ambiente rasteiro. O que me fez aprender  que só devo declarar amor se o sentir por inteiro. Por isso quando o meu fim chegar  imploro a Deus que seja eu a dizer adeus primeiro!
Lanzoner Navegante de Outono




sábado, 6 de maio de 2017

SEU JEITO DE OLHAR

Jamais tive porta-voz naquilo que quis dizer, jamais fui capaz de impedir caminhos que meus pensamentos quisessem autonomamente seguir. Minha cabeça é meu mestre e Deus minha devoção! Sou fiel aos meus princípios e obedeço meu coração. Minha vida é um eterno romance e em cada dia vivo uma nova canção. Já vejo-me em tuas emoções completamente perdido. Já anda a passear em minha mente esse teu rosto, essa tua silhueta e já pouco me importa para onde esse meu pensamento me remeta. Seus olhos não posso esquecer e menos ainda esse jeito sapeca de andar, sempre serás a minha doce menina linda que das minhas lembranças nada poderá tirar. Pois mesmo que não faça qualquer sentido ou que pareça impossível realizar esse desejo incontido, permito-me sonhar, pois sonhos não podem ser contidos. Que bom seria nem que fosse uma única vez de corpo e alma enfim tê-la mais uma vez toda em meus braços afinal. Permitindo-me realizar esse sonho, que sempre estampado em meus olhos não procurastes ver, que o amor que neles cabia, sempre escondi muito mal. Senhor, deixa-me perdido e completamente passivo agora  nessa virtualidade louca. Para que eu me encontre nos caminhos de lindos contornos desta mulher e dessa deliciosamente macia, ora rosada, ora rubra e bem desenhada boca!
Lanzoner Navegante de Outono




SETAS INCERTAS

Meus pensamentos caminham tão dispersos e minha mente em tal desalinho, que as vezes começo a escrever o que neles vão a esmo aqui e nem sei onde termino. Uso palavras assim como qualquer um usa, pois ajo assim como a brisa que te faz abotoar ou desabotoar a blusa. Sempre acreditei que poemas não percorrem definidos caminhos, são assim como pedras atiradas ao lago pelas marotas mãos de menino. As vezes paro, as vezes penso, é assim que anda hoje minha mente a funcionar! E é assim que os meus escritos, percorrem hoje indefinidos caminhos, sempre a me contrariar e por mais que eu tente parar, meu coração persistente em conluio com minha subversiva mente, insistente, freqüente e no presente, o amor me faz conjugar! Sei que por instantes posso por motivo algum aparente, fazer ou por alguém sonhar. Mas parece que o querubim cupido, não quer deixar-me a salvo, anda usando as minhas próprias palavras, querendo fazer de mim seu preferido alvo. Coisa que parece-me covardia, não era isso que eu queria nessa minha antiga e inerente insanidade sadia! Por em minha vida alguém que inadvertidamente meu sentimento que guardei contido, propositadamente desafia! Logo agora destino? Quando aprendi a controlar meus freios, usando-os a minha maneira! Colocas em minha vida essa fada, que atira-me com gostoso olhar brejeiro, setas de amor, que atingem-me em cheio! Não posso deixar-me atingir assim. Onde e quando foi que perdi, minha agilidade de antes, minha esgrima! Que fossem então atiradas pelo melhor arqueiro, exterminando em mim de uma só vez toda a rima. Me daria então por vencido e me entregaria e em seu vasto exuberante colo vida minha, esse antigo guerreiro mansamente deitaria. E  libertas as mãos da antiga amiga pena! Esses longos e lisos cabelos acariciava e essa vermelha boca beijaria, fazendo-te afinal minha vida, deliciosamente plena e menos vazia!
Lanzoner Navegante de Outono




SENHOR TEMPO

Senhor tempo, já pouco me importa teu peso, já faço sozinho meus traços sem o meu lápis forçar, não temo quebrar pontas pois sei muito bem apontar, Dos homens conheço os medos, de mulheres segredos, de teu ofício os enredos, mas não me deixarei enredar. Sou filho de outono e é nas suas brisas leves que me movo, não invado estações pois teu tempo sei respeitar. Mal sabes o bem que me fazes ao se fazer assim depressa passar, amo as senhoras das fases pouco me importando de usar frases para lhes conquistar, das mulheres conquisto respeito e da lua sempre o mais belo e brilhante luar. Tolices! Tu tempo, não tens esquinas, espécies ou lugar, tu apenas passa e a nós mortais só nos cabe viver-te bem e saber que se tudo na vida passa, tu és sempre o primeiro a passar. Podes tirar-me minutos, horas dias, meses, anos; Só não podes me tirar a fé que tenho em Deus, os amores que vivi e os que pretendo amar. Vamos, passa! Podes até envelhecer-me o corpo mas por dentro jamais poderás me mudar. Nada pra mim foi passatempo, dos amores que me entreguei sempre fui verdadeiro e importante, me deixei dominar como menino e amei com a força de um gigante. Aí sim tu dominas, pois podes deixar lembranças lapidares ou não de meus momentos de amor, nesses meus dias de ourives onde dei força e brilho aos meus diamantes. E como diamantes são eternos para sempre minhas palavras haverão de navegar. E com a graça que Deus dá de graça, em um outono qualquer onde eu não mais esteja, alguém de mim há de se lembrar, seja um amigo, ou uma adorável mulher. 
Lanzoner Navegante de Outono 




terça-feira, 2 de maio de 2017

SENHOR DOS VENTOS

Abram as janelas do tempo chegou o senhor dos ventos, Possuirei as 4 luas todas ao seu tempo, sou teu Capitão Outono agora serei eu e minhas brisas a comandar estes teus oceanos. Hoje faço aqui naufragar egocêntricas futilidades, pois jamais fui preso a valores comprados por enganado dinheiro. Embora do teu amor seja um eterno servidor vassalo, sempre vivi dono dos panos de meu veleiro. Desfraldo velas veladas deste lugar que nunca nos aceita primeiro e onde minhas palavras são meu peso e não exatamente o que valho inteiro. Hoje de minha amada já por mim tão monopolizada, não posso desejar mais nada e isso me faz apenas em seu mundo mais um estrangeiro. Meu coração sempre me diz, só abandone quem amas se isso for a tua certeza de assim mesmo em outros braços puderes vê-la feliz. Aspiro agora apenas poder navegar nas águas mansas da serenidade em busca da mais pura essência da vida que sempre quis. Levarei em meu alforje três das mais perenes fragrâncias, o amor próprio, o respeito e a amizade recebidos como herança materna na mais tenra idade. Como tripulantes, levo apenas meus pensamentos dos momentos de amores ganhados e perdidos e a esperança de sempre encarar novos desafios, sem fazer prévios planos comedidos em águas de mares desconhecidos e bravios. Vou em busca de terras novas, fazer novas canções e trovas, usar peles novas, naufragar antigas armaduras, sem ter que reverenciar ninguém com odiáveis e falsas mesuras. Quero viver em terras livres e puras. Onde o amor e a cordialidade sejam as principais estruturas. Espero encontrar a plenitude da sabedoria total, afastando de mim tudo que me façam ou façam-me fazer mal. Quero encontrar novas planícies cobertas das mais variadas cores, encontrar nas belas folhas caídas de outono, prenúncio de novos amores. O que passou é passado, o que não passou há de passar. Só um grande amor não passa, pois a saudade não o deixará passar. Não vou mais pensar haver deixado uma porta aberta ou uma luz acesa para trás, pois sempre existirão novas portas para abrir. Todas as luzes ainda estarão lá e para a porta principal sempre uma única chave houve e para a eternidade haverá. Chame o seu nome e o dono de todos os portais em seu coração e alma se instalará. Quem esta chave não possuir, apenas perdido em  infaustos caminhos permanentes, esse caminhante caminhará! 
Lanzoner Navegante de Outono




SENHOR SOL, AMADA LUA

O Senhor Sol já direcionou inúmeros raios em direção ás janelas de vários quartos, onde dormia esse velho guerreiro que aqui jaz desarmado e de alma pura. Mas agora já não o procuro tanto, apraz-me mais a companhia daquela que mesmo depois de ser inadvertidamente invadida. Minha lua querida, ainda empresta seu brilho dando ao anoitecer a luz até o amanhecer ganhar vida e quem já foi musa do amor, pelos casais de namorados foi esquecida. Pois para mim ela preservou todos seus encantos, e é nela onde encontro guarida, para nortear essa minha vida de boemia sóbria feita de amor em poemas e dilemas. Onde nas minhas madrugadas insones, perenes e onde sempre será bem vinda e permitida, apenas para que afinal faça sentido essa minha tão bem vivida vida. E nessa vida em um certo momento o sol entrará quarto adentro e lá estarão apenas os meus pensamentos, que já se mostraram aos amigos e que talvez ainda tenham por mim algum sentimento. Que a mim dediquem uma breve prece, mas por Deus, sem nenhum lamento, pois em meu coração só o amor fez seu movimento. Afinal o Senhor Sol reinará sempre e soberanamente. E nós? Ora nós, pós somente, ou talvez semente, para que com a colaboração de brisas leves, sejamos carregados para algum lugar. E ali domiciliados, sejamos novamente como árvores floridas e frutíferas  para que os anjos da natureza (pássaros), carreguem ao ventre de nossos frutos a semente, para que onde resolvam pousar, renasçamos novamente saudáveis povoando essa imensidão, com bons frutos e quem sabe e se Deus quiser esse pequeno planeta todo não seja já apenas uma única nação, com mais alma e principalmente com única e exclusivamente paz e amor no coração.
Lanzoner Navegante de Outono