quarta-feira, 19 de julho de 2017

MUITO MAIS QUE AMOR

Meu sonho amanheceu dormindo, de rosto tão lindo, que até nessa minha loucura parecia com a ilusão fazer parceria e o compositor me acusava de plágio e eu lhe dizia sorrindo: Cuidado que esta vida também cobra ágio, logo eu que dormia... Que ironia! Logo eu dono de loucura tão normal. Ora meu amor não fique triste, tudo nessa vida é um chiste tão igual. Deixa vir sobre mim esse seu vendaval, pois eu posso fingir que é brisa, que despenteia seus cabelos e apenas meu peito alisa, pois as pedras de quem guerreia, são flores de lavanda, fragrância tão natural. Deixa que acusem de plágio o meu coração, pois vou sacudir a poeira de seus adornos sem qualquer temor de transtorno. Eu só quero seu amor e nada mais que isso, mesmo que digas que tudo é sem compromisso. Quero viver num momento, todo o sabor do seu envolvimento em doce abandono. Quero te beijar aos poucos e te fazer lembrar que das revistas em quadrinhos, nunca fomos heróis, carolas ou padrinhos. Fomos sempre o casal de passarinhos a se amar em um vôo leve a observar esse mundo louco. Sempre fizemos uma história diferente e o tempo inconseqüente passava a toa pela nossa janela e eu nunca fui seu preferido ator e você sequer foi minha primeira irredutível donzela. E quando vinha sorrateira a tristeza... Até dela debochávamos ao passar por ela. Abraçávamos a felicidade como fosse o cobertor a nos cobrir em noite de alegria e amanhecíamos enrolados nela ao raiar do dia. Hoje quero ser seu cavaleiro sem armadura a cavalgar agarrado a maciez da sua cintura. Quero viver atado as curvas do seu caminho, viver da incerteza, e que o mundo saiba que um grande amor não se gaba de grandeza. Amor só é bom quando é de todo louco. E é aí que se sabe que quando o pouco é muito e o mundo ainda pode ser pouco. No amor  não cabem demasiadas perguntas, não é para ser entendido, pois quando se ama, simplesmente se ama e não é necessário fazer sentido.
Lanzoner Navegante de Outono




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