quarta-feira, 19 de julho de 2017

A VIDA NA FAVELA

Começou novamente a guerra, soam os sinos da capela.
Pensam que é fácil dormir com  perdidos tiros de fuzil .
Ou com essa gente a gritar e correr embaixo de sua janela.
Pois é assim que nós vivemos, nas favelas aqui do Rio.
Aqui a morte não mora ao lado e sim em toda vizinhança.
Dá pena de ver no olhar das crianças, o medo e a desesperança.
A qualquer momento em sua porta pode bater a morte. 
Gente boa aqui não dorme  e ver o amanhecer é dia de muita sorte.
Há muito que assim a coisa vai sem controle e governo,  e  é nesse ritmo de abandono.
Que  sempre  vou trabalhar, com medo de não voltar e sem ter uma noite de sono.
Quando vou ser tratado como gente e poder viver sossegado?
Saibam que o que menos me incomoda é ser chamado de favelado.
Essa é uma guerra sem fim onde já morreu um milhão.
Parabéns Brasil, que de impostos já arrecadou um trilhão. 
Senhor ausente Governador e Presidente falastrão.
Será que não dava pra parar de falar e ao menos nos dar uma mão.
Senhor Governador,  demagogia é coisa que você muito faz.
Pelo menos uma vez na vida, mostre do que és capaz.
Se vocês são incompetentes, assumam, que não podem nos ajudar.
Devolvam então o país de novo ao comando do poder militar.
Ora! Que se dane a democracia, até agora só vi melhorar a vida da burguesia.
Agora vem uma ex-guerrilheira de bosta, dizendo que vai resolver. 
Onde ela pensa que está? Na Ilha da Fantasia?
Fazendo o que seus pares mais fizeram, que  foi  assim  prometer.
Não estamos pedindo muito, só não quero ver meu filho morrer.
Só porque é pobre e mora no morro. Deus nos ajude! Estamos pedindo socorro!
Hoje no Rio de todo dia, já não cabe poesia, cabe apenas desgoverno, medo e correria. 
Logo ele que era tão lindo... que ironia! Hoje bom dia no morro é pura covardia!
Então vejo tudo isso e penso... Que música? Isto merece  mais de 1 minuto de silêncio
Lanzoner Navegante de Outono




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