sexta-feira, 14 de julho de 2017

INTERMINÁVEL E DOCE INFÂNCIA

E lá estava eu a cavalgar de pés descalços a relva úmida do sereno da manhã de qualquer dia, com toda a pureza e a imaginação da minha ousadia, que a natureza de minha pobre infância de bom grado com a graça de Deus me cedia. Como era doce minha infância, ali o tempo não comandava era eu que o fazia. Tudo parecia parado ao meu redor e era só minha a pueril imaginação que em meu coração cabia. E era assim que frágil em devanear caminhava, enquanto na igreja os padres os frades e os freis já haviam terminado suas matinas. Era eu único dono do meu tempo e ele não interferia, pois o fazia parar para fotografar tudo que estava ao alcance de minhas inquietas retinas. Todas as cores das flores do campo do meu amor sabiam e elas a cada amanhecer de primavera, mais lindas se faziam e ao meu amor retribuíam, dando-me mais vivacidade e alegria. Mas na verdade o tempo jamais parou e uma coisa me ensinou... Por detrás de cada foto sempre uma história fica ou ficou, mas desafiador que sou eu digo que em uma foto o tempo parou e ela sempre ganha vida, pois ali um grande amor guardou. Naquela foto estávamos felizes juntos foi nesse tempo em que  aprendemos o que era de fato fazer o senhor tempo parar. Arranquei aquela foto do álbum e a guardei ao lado da minha solidão, pois além de mim só você a tocou e essa foto hoje é o meu coração. Apenas não queria que aquele tempo preso ficasse, pois hoje sabendo que já não te posso prender em meus braços, quero me fantasiar como antes de menino...  E assim pensar que como eu, ninguém jamais te abraçou e beijou com tamanha emoção e carinho!
Lanzoner Navegante de Outono




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