A luz do dia já não me encontra, o sol me afronta, o vermelho do por do sol me cega, mas sob o véu da noite a lua mansamente as minhas retinas se entrega! Nem sempre as palavras tem o devido valor e tampouco o merecido alcance. Porque tratam tão mal a palavra amante. Amante, pessoa que ama alguém, que tem amor, assim como namorada, aquela que dá e recebe amor na morada. Namorado, galanteado, requesitado, que se enamorou, amoroso, meigo, apaixonado. Por mais mistérios que hajam e até onde o nosso parco conhecimento alcance. Enganada estás pobre criatura se pensas que ofendes essa mulher ao chamá-la amante. O pecado maior é o teu por seres assim dona do vício da inveja e deveras difamante. Nada é mais sutil e docemente retruso que os abscondidos olhares de apaixonados amantes. Linda mulher que amo, sem pensar em mais nada, fica comigo e adormeça em meus braços só mais essa madrugada, não consigo ver em ti corrente alguma, porque hoje se negas. Tens meu amor e não tens amos, não consigo entender de quem ou do que és escrava. Por mais que depois finjas não estar encantada com o amor que recebestes e digas que não te atingem as rimas que este que te ama nessa vida lance. Nunca terás de outro tamanha intensidade no romance e então ao vento confessarás... Ele sempre vinha com a fúria e a coragem do soldado infante e fazia minha vida tão bela quanto o brilho do mais puro diamante. E sempre repetia... Fica comigo amante minha... Nem que seja só mais esse instante.
Lanzoner Navegante de Outono
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