Essa noite sem luar e sem fim, dona dessa ausência de ti e de mim, essa insanidade que já se fez trigueira e que não comporta loucura, Essa ausência que já conheceu insondáveis atalhos, que me faz procurar no âmago de meu próprio universo. Mesmo que já haja em mim esses dias em cansaços inconfessos dessa interminável procura. Traçarei caminhos nas palavras simples neste meu jeito frontal as vezes sem versos, para que tenham apenas a mais pura essência deste meu eu sincrônico que levará a sepultura esse meu perenal e insofismável traço. Seria incoerente dizer, que esta procura jamais dependeu apenas de um único passo, pois o único culpado fui eu e esse meu apaixonado jeito de ser em tudo aquilo que faço. Esse caminho está verdadeiramente em mim e nas alamedas desse meu jardim. Sei que me perdi assim como se perde o pintor na aquarela ao pintar a sua obra mais bela, na escolha do toque final da sua mais usada cor, ou no exercido solfejar de um cantor. Perdi-me sim, mas foi de amor, perdi-me por deixar meus anseios em teu corpo abraçar, e no contorno dessa tua pequena e suave boca carmim, haver deixado tudo que havia de melhor em mim, mergulhando assim na profundidade desse teu olhar! Foi em ti que me perdi e será somente em ti que irei novamente me encontrar! Ajuda-me a viver, apenas deixa-me te amar!
Lanzoner Navegante de Outono
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