quinta-feira, 1 de junho de 2017

UM PRIMEIRO AMOR DAS ANTIGAS

Mesmo levando a vida amando  e sentindo no peito tantas vezes a faca da desilusão dando o corte, não desisto do amor pois é ele quem me dirige levando-me a um bom norte. Posso não sorrir hoje, mesmo porque sorrir nunca foi o meu forte, mas guardarei o meu melhor sorriso para escancará-lo com ironia e por inteiro,  na horrível cara da morte! Com tanta gente insensível na vida lidei, muita coisa em cadernos velhos escrevi e por causa de uma mulher que algumas coisas rasgou, umas fiz questão de perder e outras orações queimei, pois não sei se na verdade amei ou se apenas andei iludido. Tanto tempo se passou e ainda ando aqui perdido, muito do que  aprendi já fiz questão de haver esquecido. Mas a coisa mais linda no mundo, vem nesse sentimento profundo que alegra, mas também causa dor, que na verdade é um sentir diferente, pois nele anda presente a pureza do primeiro amor. Primeiro amor que é pressentido, quando esse alguém aparece, tremores percorrem o corpo e a alma, o coração acelera quando ela se aproxima, vem um aperto no peito que sobe garganta acima, mas segue-se depois a calma. O teu primeiro amor pressentida, está realmente a dobrar a esquina, que imagem poderia ser mais querida que o primeiro amor da vida minha. Só ela  em mim despertava sentimentos que embora hoje ninguém perceba mais nada,  sentia a sua presença como um lobo que doce aroma farejava. Ao passar pela sua porta era como passasse na igreja, aquele amor que de tão bom me consumia, fazia-o entrar porta adentro e ela em sintonia, á porta ou a janela, simplesmente surgia. Como era bom, puro e doce esse pulsar estranho desse jovem coração. Que de tão incomum, talvez não aprovasse até o próprio Platão. Esse amor pressentido, parecia não fazer sentido e acho que até não tinha. O sincronismo era tão perfeito que eu sabia onde ela tinha ido e de que lado da rua ela vinha. Ah amor primeiro, minha querida princesa, apenas um suave beijo te dei, e te daria se preciso fosse até toda a minha vida. Separou-nos o acaso de uma mudança de endereço. Casei-me com outra e mesmo passados tantos anos, em mim tens apenas Dezesseis, e como simplesmente não te esqueço, faria tudo igual outra vez, apenas te beijaria, muito mais que uma única e inesquecível vez! 
Lanzoner Navegante de Outono


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