terça-feira, 27 de junho de 2017

VISITASTE-ME EM SONHO

Por um breve momento, visitastes-me a mente recordando-me palavras de juras, que fizemos em um tempo distante. Onde os verões ainda sopravam leves em rápidas brisas quentes, fazendo anunciar em folhas esvoaçantes o aproximar de outonos das suaves brisas mornas que assim como teus doces beijos ao meu pensamento retornas. Hoje sei que nada é eterno e os doces outonos idos, pelos frios momentos da solidão do inverno são sucedidos. Hoje em minha primavera já são diferentes as cores das flores, já não tenho seus amores pueris, isentos de malícia e duradouros em nossas mentes infanto-juvenis. Não sei como tu és agora. Mas estou certo de que ainda lembras da sombra da amoreira, onde conversávamos como adultos com bocas vermelhas e roxas de tão doces brincadeiras! Que saudade de ti que saudade do nosso gosto de amora! Da balança que fizemos nos fortes galhos da goiabeira, eu te empurrava com força e pedias para eu parar, e eu gostava de te ouvir pedir, quase a suplicar. Eu ainda não sabia que aquilo era o nosso tão bom jeito de amar. O tempo nos separou dos sonhos para a razão dar lugar. E seria ideal realidade a razão ou o tempo não deveria interferir e sim deixar, que sejamos os únicos donos dos raios do sol, pingos de chuva, o brilho da lua e o doce orvalhar, que são e sempre serão motivos a dar lugar aos sonhos do que fomos e somos mesmo que o tempo insista em passar. Isso mesmo Senhor Tempo, eu, Lanzoner, simplesmente ouso te desafiar! Passes como quiseres, sou incapaz de te parar, mas não me farás dos bons e maus momentos esquecer. Tudo que fui e vivi e do que ainda sou e não desisti de viver, de lembrar do amor e de amar. Ah tu tempo é que me achas ousado? Porque ir assim tão depressa? Não podias ir mais devagar? 
Lanzoner Navegante de Outono



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