terça-feira, 27 de junho de 2017

VOA MEU PENSAMENTO

Vá meu audaz pensamento, voa livre por sobre as campinas verdes, pela imensidão que é só tua, vá como quiseres, vá nua, não usas vestes e todo este mundo é teu, toda esta vida é tua, mas toma a mão meu coração, pois és a terceira visão e essa liberdade jamais te tomarão. Só te peço que primeiro incluas meu corpo inútil, nesse teu maravilhoso roteiro. Ah como é boa essa liberdade, assim posso fazer eu as minhas próprias verdades. Veja como parece feliz aquele jovem passarinho que está seu primeiro vôo a alçar, será que ele não tem realmente os nossos dotes de pensar? E aquela alegre criança que em seus primeiros passos sorri alegremente tentando se equilibrar, no que será que pensa, o que será que persegue? O infinito por certo pois em sua realidade, embora ainda não possa dizê-la, só cabe a palavra amar. Vá meu doce pensamento me leva agora para o mesmo lugar, onde andam todos que ainda são puros, embora já não seja ali o meu devido lugar. Só quero mais uma vez assim fazer este meu coração pulsar. Perdão meu querido pensamento vá aonde quiseres estar, sou apenas o teu leme, toma-me, tu me diriges e eu só me deixo levar. Sou de ti apenas um instrumento, uma extensão de qualquer momento, passei tanto tempo amando e escravo de meu coração, tanto amor pude ofertar. Então fui assim me doando e tanto sobre o amor aprendendo, que hoje na solidão vou vivendo e foi então que percebi, que de tudo que aprendi, me faltou aprender a voar por sobre o passado, pois nada e ninguém o passa sozinho. Prendo-me então novamente as tuas asas pensamento, pois de fato só tu me deixas livre ao sair do ninho, para enfim procurar quais as flores do meu jardim andam a precisar de carinho, quais sem medo posso abraçar e do seu fruto provar, sem perder a liberdade de estar certo de não alterar de fato nenhum destino.
Lanzoner Navegante de Outono



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