domingo, 11 de junho de 2017

UM CONTO DE ALGUÉM QUERENDO ESCREVER

Ela tinha toda a mistura de paz de quem já ousou seus pés machucar andando por caminhos cheio de abrolhos, mas jamais se esquecia de em seu coração todo tipo de amor guardar escondido no brilhar daqueles meigos olhos. E eu a admirar tão delgado rosto onde achava lindo ver que ao raiar do dia quando a brisa insistia em violar seus cabelos longos e negros os empurrando com força pra trás... E sua montaria como se a invejasse esticava o pescoço para que o vento também a sua crina penteasse. Era eu o seu servo, seu ferreiro, seu fiel cavaleiro e seu mais incontido amante, tendo-a em sonhos ao anoitecer meu cansaço. Em meus versos a descrevia em conluio com a lua que ia cheia da luz que ela possuía. Ela detinha o dom e a glória de tantas histórias de amor como se as tivesse vivido e observado com olhos de atriz. Mas cabia sempre a mim descrevê-la tendo apenas uma platéia de estrelas, ali com  todas minúcias bem detalhada, como se fosse só o que o que movia esse meu coração tomado pelo ar puro a acariciar meu nariz. Mas sempre sentia que em alguns momentos lhe tomava o semblante a melancolia de algo que em breve passado viveu. Essa história ela jamais me contou e a mim bastava apenas o pouco que me coube saber. Poder tê-la presa em meus braços e amá-la todo dia, como se fossemos sempre nós os dominantes do historiador escravo que nossa história escrevia. Pois sabia daquilo que meu coração escolhia. Fui apenas do nosso tempo seu dourado coração valente a colher desse amor, esse presente que me levaria ao futuro de uma única verdade de a um grande amor se entregar. Seguiria eternamente apaixonado e longe de castelos, fadas e donzelas, de apagadas aquarelas a sonhar. Pois o mar da má natureza humana, já se encarregou de toda a pureza profanar, fazendo descaso de todos os bons sentimentos  de muitos naufragados, proibindo-os de ser feliz e de sonhar.
Lanzoner Navegante de Outono



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