quinta-feira, 8 de junho de 2017

UNIDOS NA SOLIDÃO

Mesmo juntos estranhamente as vezes parece que estamos sós e da vida atando e desatando nós.  A solidão é uma doença ou uma virtude, uma solução de atitude, um anoitecer de plena quietude, um envelhecer da juventude. É um sofrer por querer apenas para o amor fazer-se mais terno e puro, onde o pecado comum é uma deliciosa e saudável virtude. As vezes nos afastamos mesmo sabendo que a qualquer momento nos visitará a saudade, apenas para nos mostrar que a nostalgia faz parte desse eterno quebra-cabeças  difícil de se completar. E que é essa louca paixão, que nos eternos jovens corações habita como se fossem sempre necessárias novas emoções. Eternos amores a ir e voltar como elos e correntes soltas de uma consentida escravidão! Embora todo tempo para nós sempre fosse breve, nunca soubemos dizer se o peso desse amor  na balança do tempo seria pesado ou leve. Hoje já vejo deslizarem morenas brisas sobre a imensidão dos oceanos, sempre serão elas a fazer com que brancas espumas à praia venham se espalhar, como se fosse o amor dos anjos a divagar. Em momento algum suponho que mesmo estando juntos, possamos de fato algum dia nos encontrar. É um se perder sem lamentar, é sofreguidão de se querer e languidez sem lamentar. E até acho que seria demais ver todo nosso amor, filho maior de Platão, nesses teus serenos, meigos e alegres olhos a brilhar. 
Lanzoner Navegante de Outono



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