segunda-feira, 19 de junho de 2017

VIAGEM

Nessa viagem que faço aproveito pra deixar meu traço em uma folha de papel que antes amassei. Nela escrevi passo a passo o balanço desse trem da vida que descansa meu passo, onde ficou uma lembrança de uma certa pequena, de um tempo que me valeu a pena e que de repente amei. Mas o trem da juventude apressou-me o passo, pois queria ter o mundo em meus braços e de repente em seu coração também passei. Talvez, se não tivesse pressa hoje numa hora dessas a teria em meus braços com a boca mais linda que um dia beijei. Mas meu tempo não me domina e lá vai o trem sob a colina, meu pensamento vai a sua frente espalhando rimas, para quem ainda tem no peito a chama do amor e a ousa usar. O trem é irmão do tempo transportador de sentimentos, traz amor e leva saudades mexendo com a felicidade em seus vagões sem velocidade, mexendo nos corações vigentes de gente que nas estações da vida a máquina que nada sente parou. Assim um amor foi e deixando outro a esperar. Mas quem o amor perdeu, sabe que isso aconteceu só por não o saber segurar. Sinto o corpo impregnado pela essência de sua ausência, estou pensando em você, sou humano a pagar pelas conseqüências deste amor que o trem levou. Mas vejo então pela janela um belo rio em remanso pelos meus olhos passar ligeiro é aí que penso na vida e descanso, lembro quanto você me amou. Por isso a saudade em mim não toma assento pois a ela não dou lugar. Querida pequena não lamente, apenas guarde todo esse nosso antigo amor pra gente, só nós sabemos onde ele irá morar. E no mesmo trem um dia eu volto e desse amor dobrado vou pagar. Sabemos que esse trem do mundo é todo nosso, mas desconhece a humanidade do amor profundo, apenas uma vez  foi em frente e não parou pra nos juntar..
Lanzoner Navegante de Outono






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