terça-feira, 27 de junho de 2017

VOCÊ, ESSA INTERMINÁVEL AUSÊNCIA DE MIM

Essa noite sem luar e sem fim, dona dessa ausência de ti e de mim, essa insanidade que já se fez trigueira e que não comporta loucura, Essa ausência que já conheceu insondáveis atalhos, que me faz procurar no âmago de meu próprio universo. Mesmo que já haja em mim esses dias em cansaços inconfessos dessa interminável procura. Traçarei caminhos nas palavras simples neste meu jeito frontal as vezes sem versos, para que tenham apenas a mais pura essência deste meu eu sincrônico que levará a sepultura esse meu perenal e insofismável traço. Seria incoerente dizer, que esta procura jamais dependeu apenas de um único passo, pois o único culpado  fui eu e esse meu apaixonado jeito de ser em tudo aquilo que faço. Esse caminho está verdadeiramente em mim e nas alamedas desse meu jardim. Sei que me perdi assim como se perde o pintor na aquarela ao pintar a sua obra mais bela, na escolha do toque final da sua mais usada cor, ou no exercido solfejar de um cantor. Perdi-me sim, mas foi de amor, perdi-me por deixar meus anseios em teu corpo abraçar, e no contorno dessa tua pequena e suave boca carmim, haver deixado tudo que havia de melhor em mim, mergulhando assim na profundidade desse teu olhar! Foi em ti que me perdi e será somente em ti que irei novamente me encontrar! Ajuda-me a viver, apenas deixa-me te amar!
Lanzoner  Navegante de Outono




VOA MEU PENSAMENTO

Vá meu audaz pensamento, voa livre por sobre as campinas verdes, pela imensidão que é só tua, vá como quiseres, vá nua, não usas vestes e todo este mundo é teu, toda esta vida é tua, mas toma a mão meu coração, pois és a terceira visão e essa liberdade jamais te tomarão. Só te peço que primeiro incluas meu corpo inútil, nesse teu maravilhoso roteiro. Ah como é boa essa liberdade, assim posso fazer eu as minhas próprias verdades. Veja como parece feliz aquele jovem passarinho que está seu primeiro vôo a alçar, será que ele não tem realmente os nossos dotes de pensar? E aquela alegre criança que em seus primeiros passos sorri alegremente tentando se equilibrar, no que será que pensa, o que será que persegue? O infinito por certo pois em sua realidade, embora ainda não possa dizê-la, só cabe a palavra amar. Vá meu doce pensamento me leva agora para o mesmo lugar, onde andam todos que ainda são puros, embora já não seja ali o meu devido lugar. Só quero mais uma vez assim fazer este meu coração pulsar. Perdão meu querido pensamento vá aonde quiseres estar, sou apenas o teu leme, toma-me, tu me diriges e eu só me deixo levar. Sou de ti apenas um instrumento, uma extensão de qualquer momento, passei tanto tempo amando e escravo de meu coração, tanto amor pude ofertar. Então fui assim me doando e tanto sobre o amor aprendendo, que hoje na solidão vou vivendo e foi então que percebi, que de tudo que aprendi, me faltou aprender a voar por sobre o passado, pois nada e ninguém o passa sozinho. Prendo-me então novamente as tuas asas pensamento, pois de fato só tu me deixas livre ao sair do ninho, para enfim procurar quais as flores do meu jardim andam a precisar de carinho, quais sem medo posso abraçar e do seu fruto provar, sem perder a liberdade de estar certo de não alterar de fato nenhum destino.
Lanzoner Navegante de Outono



VISITASTE-ME EM SONHO

Por um breve momento, visitastes-me a mente recordando-me palavras de juras, que fizemos em um tempo distante. Onde os verões ainda sopravam leves em rápidas brisas quentes, fazendo anunciar em folhas esvoaçantes o aproximar de outonos das suaves brisas mornas que assim como teus doces beijos ao meu pensamento retornas. Hoje sei que nada é eterno e os doces outonos idos, pelos frios momentos da solidão do inverno são sucedidos. Hoje em minha primavera já são diferentes as cores das flores, já não tenho seus amores pueris, isentos de malícia e duradouros em nossas mentes infanto-juvenis. Não sei como tu és agora. Mas estou certo de que ainda lembras da sombra da amoreira, onde conversávamos como adultos com bocas vermelhas e roxas de tão doces brincadeiras! Que saudade de ti que saudade do nosso gosto de amora! Da balança que fizemos nos fortes galhos da goiabeira, eu te empurrava com força e pedias para eu parar, e eu gostava de te ouvir pedir, quase a suplicar. Eu ainda não sabia que aquilo era o nosso tão bom jeito de amar. O tempo nos separou dos sonhos para a razão dar lugar. E seria ideal realidade a razão ou o tempo não deveria interferir e sim deixar, que sejamos os únicos donos dos raios do sol, pingos de chuva, o brilho da lua e o doce orvalhar, que são e sempre serão motivos a dar lugar aos sonhos do que fomos e somos mesmo que o tempo insista em passar. Isso mesmo Senhor Tempo, eu, Lanzoner, simplesmente ouso te desafiar! Passes como quiseres, sou incapaz de te parar, mas não me farás dos bons e maus momentos esquecer. Tudo que fui e vivi e do que ainda sou e não desisti de viver, de lembrar do amor e de amar. Ah tu tempo é que me achas ousado? Porque ir assim tão depressa? Não podias ir mais devagar? 
Lanzoner Navegante de Outono



VIAGEM VIRTUAL

Não sejas tola mulher, porque ser assim tão formal? Deixe sempre uma porta aberta, entre a realidade as vezes cruel e o mundo virtual! Em breve espaço de tempo será o que restará de bom afinal, nesses tempos atuais, onde para uma maioria tudo é tão desigual! Sirva-se então de meus sonhos onde tudo se realiza assim tão feliz e natural! Sou Outonos és Primaveras, venha ser feliz nesse meu mundo de quimeras! Tomara meu Deus tomara, tornar-me insano, nesse mundo de felicidades fugaz e as vezes tão  desumano! Faço-te então uma pergunta: Estás servida dessa loucura que pouco ou mal me chega, ofertada de boa vontade, e só quem tem coragem aceita? Aceitas? Venha! Abra comigo essa porta afinal, deixa flutuar esse corpo já tão pesado de julgado e condenado, analisado de forma tão inapropriada, por mentes que escravizam-nos em uma realidade ultrapassada. Basta aprender a sonhar acordada, Ouça uma música de bons acordes, de vozes melodiosas, viaje em cada nota, deixa fluir em ti o sentimento que te libertar. Se sorrir ou chorar, és pronta para amar. Tens em ti a vitoriosa, veja-se sempre formosa, livra-te então dos errados conceitos que fazes de ti, mantenha erguida da face a fronte, respeita mas não tema quem te afronte, aumenta teu campo de visão e estarás pronta! Venha então agora nessa viagem além do horizonte, lugar que tua mente agora já alcança. Não percas tuas crenças, carrega Deus contigo e viva direito. Só não queiras mudar aquele que já o carrega no peito! Agora embarque já no feliz caminho da esperança, sem que percas do olhar a pureza que neles existiram em teus tempos de criança! Mulher faça o que quiseres, sejas como for, quando abres este sorriso és no meu jardim a mais linda e olorosa flor e seja qual for o teu nome, sempre haverá em teu sobrenome a doce palavra amor, pois tu és o solo fértil onde vidas humanas florescem passando por tua dor. Deixa-me agonizar de amor antes que te atinja a nostalgia e antes que a  brisa final me leve, só tenho um pedido a fazer pois pouco ou quase nada me seduz: Acompanha de perto a tua semente, para que ela seja de ti em nome da cruz um (a) real semeador (a), para que no futuro tenhamos amor nessa esfera, que anda a espera  de vastos campos de luz! Onde muito se diz e desdiz em mentiras  e pouco da verdade se produz
Lanzoner Navegante de Outono



sexta-feira, 23 de junho de 2017

VÍCIO DOS APAIXONADOS

Solidão, vício interminável da alma. As vezes dói, outras, muros intermináveis entre a doce lembrança e a saudade constrói. Alheia a percepção dos mais audazes irmãos siameses, reside com pompa e opção no coração dos sábios e indecifráveis monges chineses. Ela é como uma planta que desistiu de florir na primavera, negando abrigo a uma insólita gota do sereno de uma madrugada chorosa, que teimosamente  presa em suas folhas reluta cair ao chão. Está presa em um coração como em uma cela, manifesta-se no ranger da vida em uma porta ou cancela, insiste em nos mostrar  o apressado rugir do relógio isolado e preso as brancas ou coloridas paredes da sala. Remonta um passado que acorrentado anda há muito em nossa indelével memória.  Faz a conta da lágrima contida no arrepender-se da inerte timidez, que da palavra pensada e não dita assim se fez, do silêncio amargo do poeta a deslizar suas rimas nessa necessidade premente de provar que tudo é amor. Até mesmo a dor da ausência que no coração dos bons se faz presente.  Rude ausência do que se foi, mesmo quando ainda resta uma mínima esperança de imaginar-se desse amor ainda ser o dono do poder. Rude solidão dada aos aflitos, da intolerância de se achar escolhas para o mais feio, o mais bonito, o mais magro, o mais obeso e em cada um por um peso, desde o mais imperfeito até o que carrega todos os quesitos. Vá de retro solidão! O amor é de todos sentimento, o mais digno, real,  profundo e capaz de povoar sonhos, sejam eles os mais irrestritos, desde que para ambos seja a ideal presença de uma única emoção que os alimente.  
Lanzoner Navegante de Outono



segunda-feira, 19 de junho de 2017

VIAGEM

Nessa viagem que faço aproveito pra deixar meu traço em uma folha de papel que antes amassei. Nela escrevi passo a passo o balanço desse trem da vida que descansa meu passo, onde ficou uma lembrança de uma certa pequena, de um tempo que me valeu a pena e que de repente amei. Mas o trem da juventude apressou-me o passo, pois queria ter o mundo em meus braços e de repente em seu coração também passei. Talvez, se não tivesse pressa hoje numa hora dessas a teria em meus braços com a boca mais linda que um dia beijei. Mas meu tempo não me domina e lá vai o trem sob a colina, meu pensamento vai a sua frente espalhando rimas, para quem ainda tem no peito a chama do amor e a ousa usar. O trem é irmão do tempo transportador de sentimentos, traz amor e leva saudades mexendo com a felicidade em seus vagões sem velocidade, mexendo nos corações vigentes de gente que nas estações da vida a máquina que nada sente parou. Assim um amor foi e deixando outro a esperar. Mas quem o amor perdeu, sabe que isso aconteceu só por não o saber segurar. Sinto o corpo impregnado pela essência de sua ausência, estou pensando em você, sou humano a pagar pelas conseqüências deste amor que o trem levou. Mas vejo então pela janela um belo rio em remanso pelos meus olhos passar ligeiro é aí que penso na vida e descanso, lembro quanto você me amou. Por isso a saudade em mim não toma assento pois a ela não dou lugar. Querida pequena não lamente, apenas guarde todo esse nosso antigo amor pra gente, só nós sabemos onde ele irá morar. E no mesmo trem um dia eu volto e desse amor dobrado vou pagar. Sabemos que esse trem do mundo é todo nosso, mas desconhece a humanidade do amor profundo, apenas uma vez  foi em frente e não parou pra nos juntar..
Lanzoner Navegante de Outono






sábado, 17 de junho de 2017

VERDADEIROS AMORES INACABADOS

Um lance sem romance, talvez seja assim que a vida queira que você dance. Sem um sentimento que nos prenda e que queira apenas sempre ter-nos das suas mãos ao alcance. Vivemos a vida assim num breve sentir que a felicidade é como flashes de luz em fotografias guardadas apenas em álbuns que não veremos. Viver profundamente o amor sabendo que ele um dia assim de repente, como em um rápido facho de luz, sem sentir e sem poder interferir, nem impedir, simples e rapidamente passaremos. Pois para o Senhor tempo, anos são segundos, pois é ele afinal o único conhecedor de todos os nossos momentos e de tudo que possa haver  nos mundos. Quisera eu ter esse dom de poder interferir, nem que fosse apenas em meu destino, apenas para poder fazer meus momentos de amor serem assim tão demorados e profundos. Será inoportuno ou heresia, dizer-se hipocrisia que um único amor durante toda uma vida à todos bastaria? Seria mentira de alguns ou de todos a quem um único amor até a mais degradante velhice lhes consola. Temos nossas verdades e é aquela em que teimamos em acreditar, mas ninguém passa uma vida inteira, tendo na lembrança um único e verdadeiro amor a lhe bastar. Amor único e verdadeiro, quero conhecê-lo inteiro? Impossível! Todos temos um amor primeiro para lembrar e momentos de os olhos traírem um amor em pensamentos nem que seja por um simples querer e cobiçar. Um bem torneado corpo jovem que a natureza teimou em modelar, quantas vezes traístes teus ideais de amor eterno, apenas vendo-o pelos seus saudáveis olhos e pondo enfim tua mente a delirar. Que mostre-se agora o único e verdadeiro amor que todos dizem ter encontrado e assim apenas provem que eu sempre imaginei o amor errado! O que posso dizer sobre o amor, senão que todos são únicos, verdadeiros e encantados, quando quem ama, sempre primou por sentir que amou e foi amado.  Ora, não venhas dizer-me de amores, logo tu que sempre fostes assim tão taful, pois o amor é assim como o céu que abriga várias cores estrelas e astros e mesmo em momentos de tempestade e cinzento,  todos dizem-no apenas azul Pois o meu quero-o incolor em meus momentos de o pintar e que seja apenas freqüente e belo como o movimento de ir e vir das inevitáveis ondas do mar que tanto o poeta seduz, que só é verde vermelho ou azul por refletir reflexos de luz. Mas se meu amor quiser ele será assim completamente teu  para que possas pintá-lo da cor desses teus olhos que sempre me seduziu e seduz!
Lanzoner Navegante de Outono




segunda-feira, 12 de junho de 2017

VELHO LOBO

O velho lobo, já não uiva para a lua, ela já não lhe encanta, invadida, também já perdeu suas vestes e já anda agora tão nua! E você velho lobo porque perdestes as vaidades? Sei que ainda deitas em tuas verdades, mas a realidade lhe é cruel e dura! Em silêncio olhas para os verdes e floridos campos do vale, do alto de sua agora exageradamente íngreme montanha. Sabes que ali onde corrias livre e vigorosamente solto, já existe concorrência dos  jovens com ímpetos de força e velocidade tamanha. Sabes, que embora Deus e a vida lhe tenham oferecido o direito de te fazer do amor, conhecedor de todos os atalhos, achas que seria tolice competir ou entrar em confrontos usando apenas sua sutil e incontida artimanha. Já não fazes a jovem loba a corte, pois o tempo lhe tirou além dos acordes da garganta a profundidade do olhar que não esperavas perder. Mas que bobagem velho lobo, ainda tens vigor, não és obrigado a natureza obedecer, esqueça tua alcatéia e apenas ande se não puderes mais correr. Se não puderes uivar mais, ladre como um cão, mas deves sempre aceitar os apelos deste teu jovem e romântico coração. Aceita agora esta tua nova verdade e continue sendo dono de tua sorte, aceita teu destino procura outro caminho, sempre fostes assim tão forte! Mesmo faltando-te o faro para sentir o aroma das flores, sempre encontrarás uma loba que te dê e em amores e te conforte. Sabes que desistir agora seria entregar-se a morte. 
Lanzoner Navegante de Outono



SI NO VENGO

Si a veces no vengo, les pido perdón.
Buenos dias hermocitas de my corazon!
canta el pajarito diciendo asi... Bien te vi, bien te vi.
Mentira de él porque en la calle, hoy no salí. 
Si no me contesta, doy una fiesta, la vida es así
Y el tiempo es una grieta donde me metí
Sólo puedes disfrutar, quién está aquí.
La vida es hermosa, besos para ti
Si crees grandes mis poemas
No son para ti, tomas entonces
En la copa pequeña um beso en esa boca
Rosa o roja, que un día perdí
Lanzoner Navegante de Otoño




domingo, 11 de junho de 2017

UM CONTO DE ALGUÉM QUERENDO ESCREVER

Ela tinha toda a mistura de paz de quem já ousou seus pés machucar andando por caminhos cheio de abrolhos, mas jamais se esquecia de em seu coração todo tipo de amor guardar escondido no brilhar daqueles meigos olhos. E eu a admirar tão delgado rosto onde achava lindo ver que ao raiar do dia quando a brisa insistia em violar seus cabelos longos e negros os empurrando com força pra trás... E sua montaria como se a invejasse esticava o pescoço para que o vento também a sua crina penteasse. Era eu o seu servo, seu ferreiro, seu fiel cavaleiro e seu mais incontido amante, tendo-a em sonhos ao anoitecer meu cansaço. Em meus versos a descrevia em conluio com a lua que ia cheia da luz que ela possuía. Ela detinha o dom e a glória de tantas histórias de amor como se as tivesse vivido e observado com olhos de atriz. Mas cabia sempre a mim descrevê-la tendo apenas uma platéia de estrelas, ali com  todas minúcias bem detalhada, como se fosse só o que o que movia esse meu coração tomado pelo ar puro a acariciar meu nariz. Mas sempre sentia que em alguns momentos lhe tomava o semblante a melancolia de algo que em breve passado viveu. Essa história ela jamais me contou e a mim bastava apenas o pouco que me coube saber. Poder tê-la presa em meus braços e amá-la todo dia, como se fossemos sempre nós os dominantes do historiador escravo que nossa história escrevia. Pois sabia daquilo que meu coração escolhia. Fui apenas do nosso tempo seu dourado coração valente a colher desse amor, esse presente que me levaria ao futuro de uma única verdade de a um grande amor se entregar. Seguiria eternamente apaixonado e longe de castelos, fadas e donzelas, de apagadas aquarelas a sonhar. Pois o mar da má natureza humana, já se encarregou de toda a pureza profanar, fazendo descaso de todos os bons sentimentos  de muitos naufragados, proibindo-os de ser feliz e de sonhar.
Lanzoner Navegante de Outono



quinta-feira, 8 de junho de 2017

UNIDOS NA SOLIDÃO

Mesmo juntos estranhamente as vezes parece que estamos sós e da vida atando e desatando nós.  A solidão é uma doença ou uma virtude, uma solução de atitude, um anoitecer de plena quietude, um envelhecer da juventude. É um sofrer por querer apenas para o amor fazer-se mais terno e puro, onde o pecado comum é uma deliciosa e saudável virtude. As vezes nos afastamos mesmo sabendo que a qualquer momento nos visitará a saudade, apenas para nos mostrar que a nostalgia faz parte desse eterno quebra-cabeças  difícil de se completar. E que é essa louca paixão, que nos eternos jovens corações habita como se fossem sempre necessárias novas emoções. Eternos amores a ir e voltar como elos e correntes soltas de uma consentida escravidão! Embora todo tempo para nós sempre fosse breve, nunca soubemos dizer se o peso desse amor  na balança do tempo seria pesado ou leve. Hoje já vejo deslizarem morenas brisas sobre a imensidão dos oceanos, sempre serão elas a fazer com que brancas espumas à praia venham se espalhar, como se fosse o amor dos anjos a divagar. Em momento algum suponho que mesmo estando juntos, possamos de fato algum dia nos encontrar. É um se perder sem lamentar, é sofreguidão de se querer e languidez sem lamentar. E até acho que seria demais ver todo nosso amor, filho maior de Platão, nesses teus serenos, meigos e alegres olhos a brilhar. 
Lanzoner Navegante de Outono



USE O TEMPO E O PENSAMENTO

Os ponteiros do relógio até podes detê-los, mas o TEMPO! Ah! Este por mais que queiras, nunca conseguirás parar. Então vamos levanta-te, caminha acompanhe-o, erga a cabeça, abra bem esses olhos, veja quanta beleza te rodeia e o que de bom acontece ao largo, veja o pôr-do-sol no horizonte, veja quanta beleza no mundo te aguarda. Aproveite, ame muito, mas deixe-se muito mais ser amada! Não deixe mais que a vida te afronte, não deixe impunemente o tempo apenas e tão somente por você passar. Viva muito bem esta vida ou ainda terás muito tempo para lamentar. Ninguém terá um bom amanhã, se não começar a prepará-lo HOJE! Que o espírito de Deus caminhando sobre espelho de água energize teu coração, livrando-te de tristezas e de qualquer mágoa. Seja dona de seus pensamentos e de seu coração, navegue livremente nas ondas suaves de sua preferida canção e ainda melhor... Vá realizar os sonhos de tua vida e leva contigo no coração, tudo e todos que você ama. Tenha a saúde e a felicidade como medida sana. Adormeça apenas com teus olhos, deite em suas verdades, que a sorte lhe acompanhará nesta doce cumplicidade humana! 
Lanzoner Navegante de Outono


segunda-feira, 5 de junho de 2017

USA BEM TEUS SENTIDOS

Se queres a tua vida dar um melhor sentido,  pois achas que do muito que nela há, pouco tens aprendido. Talvez seja porque apenas a tua voz tens ouvido. Ouça mais quem tem algo a dizer, veja melhor o azul do céu, o verde vivo a crescer da relva fresca. Receba com prazer toda brisa leve que docemente te favoreça, sinta melhor o perfume da vida que há nas flores, para que apenas sigam ao teu coração boas palavras e em troca divida teus amores. Acaricie com a verdade pura das crianças a cabeça de teu filho, abraça teu pai, tua mãe, teu namorado, teu marido, sinta todo o prazer que há no toque bem recebido. Saboreie com prazeres divididos então, toda a doçura que já havia em ti e não havias percebido. Enfim, está na alma, na mente e no coração o amor que não fere e é este, apenas este! O Sétimo Sentido!
Lanzoner Navegante de Outono




UMA NOVA ESTRADA

Na silenciosa mansidão da madrugada, construí uma estrada onde só eu posso caminhar, já sonho de olhos abertos, traço destinos incertos onde só eu posso chegar. Acaricio as estrelas, que não se atrevem ofuscar-me mais os olhos com seu intenso brilhar. Meu brilho as confronta e já deixa a lua tonta com o meu jeito de amar. Só me falta a companhia que ouse caminhar ao meu lado, delirar de amor libertado em brancos lençóis de ternura e na imensidão do destino, suportar todo carinho que tenho para ofertar. Que prometa não fazer promessa, que tenha nos olhos a verdade expressa e responda minhas perguntas apenas com seu olhar. Hoje vou nessa vida sem pressa como nuvem se movendo no céu, Não devo sequer promessa e ao dono do mundo não devo aluguel. Já não ando tão carregado em pecados e de tanto pedir perdão acho que de alguns já fui perdoado. Já não é tão pesado meu fardo, nem provo da vida de amargo pesar. Nunca fui homem de vícios, não enganei com artifícios no meu jeito comum de amar. Talvez sem intenção tenha encantado alguma com meu jeito de falar. Fica pois mulher que amo com essa lua que é minha e tua, as estrelas e também com todo meu céu. Beba então em minha boca todo o bem guardado mel. Começo então aqui um poema, terminar não é para mim nenhum problema. Quem chorou porque sofreu foi Madalena ao sentir de Jesus tanta pena ao vê-lo crucificado e ao léu. Mas ele hoje vive e reina sentado e já sem feridas em seu trono azul lá no céu.
Lanzoner Navegante de Outono




UMA NOITE ESPECIAL

Que esta tua noite seja especial, que suavemente te enterneça, que o luar te dê o doce jeito de amar e amando possas sonhar e finalmente possas entender que:  Amando teu coração se liberta e te faz ser uma mulher completa, pronta para finalmente o amor semear! E é exatamente dessas sementes que este mundo sem amor está a precisar! Desejo que com paz no coração, atinjas o sono breve, que teu adormecer seja tranqüilo e leve, que teus sonhos sejam calmos e que docemente te enleve! E que ao amanhecer os primeiros raios do sol tragam aos teus olhos um brilho exuberante! Que no entardecer todos os teus sóis sejam encantadores, vermelhos e apaixonantes! Que teus olhos possam sempre mostrar ao teu doce coração, que todas as luas tem no brilho os luares dos olhares dos grandes amantes!  
Lanzoner Navegante de Outono




quinta-feira, 1 de junho de 2017

UM PRIMEIRO AMOR DAS ANTIGAS

Mesmo levando a vida amando  e sentindo no peito tantas vezes a faca da desilusão dando o corte, não desisto do amor pois é ele quem me dirige levando-me a um bom norte. Posso não sorrir hoje, mesmo porque sorrir nunca foi o meu forte, mas guardarei o meu melhor sorriso para escancará-lo com ironia e por inteiro,  na horrível cara da morte! Com tanta gente insensível na vida lidei, muita coisa em cadernos velhos escrevi e por causa de uma mulher que algumas coisas rasgou, umas fiz questão de perder e outras orações queimei, pois não sei se na verdade amei ou se apenas andei iludido. Tanto tempo se passou e ainda ando aqui perdido, muito do que  aprendi já fiz questão de haver esquecido. Mas a coisa mais linda no mundo, vem nesse sentimento profundo que alegra, mas também causa dor, que na verdade é um sentir diferente, pois nele anda presente a pureza do primeiro amor. Primeiro amor que é pressentido, quando esse alguém aparece, tremores percorrem o corpo e a alma, o coração acelera quando ela se aproxima, vem um aperto no peito que sobe garganta acima, mas segue-se depois a calma. O teu primeiro amor pressentida, está realmente a dobrar a esquina, que imagem poderia ser mais querida que o primeiro amor da vida minha. Só ela  em mim despertava sentimentos que embora hoje ninguém perceba mais nada,  sentia a sua presença como um lobo que doce aroma farejava. Ao passar pela sua porta era como passasse na igreja, aquele amor que de tão bom me consumia, fazia-o entrar porta adentro e ela em sintonia, á porta ou a janela, simplesmente surgia. Como era bom, puro e doce esse pulsar estranho desse jovem coração. Que de tão incomum, talvez não aprovasse até o próprio Platão. Esse amor pressentido, parecia não fazer sentido e acho que até não tinha. O sincronismo era tão perfeito que eu sabia onde ela tinha ido e de que lado da rua ela vinha. Ah amor primeiro, minha querida princesa, apenas um suave beijo te dei, e te daria se preciso fosse até toda a minha vida. Separou-nos o acaso de uma mudança de endereço. Casei-me com outra e mesmo passados tantos anos, em mim tens apenas Dezesseis, e como simplesmente não te esqueço, faria tudo igual outra vez, apenas te beijaria, muito mais que uma única e inesquecível vez! 
Lanzoner Navegante de Outono


UM PALHAÇO, ESCONDIDO CHORA

Se de alguma forma faço você sorrir o que sou? Sou palhaço na tua vida embora alegre a sua alma, carrego a minha sempre ocupada e ferida. Ah se todos soubessem o valor perdido que há na alma de quem faz tanta gente sorrir, quando seu coração copiosamente chora lágrimas que não se pode enxergar. A lágrima de um palhaço tira parte da pintura que demoradamente em seu rosto faz para as crianças alegrar. E tu mulher que para mim sorri, apaixonante são teus olhos que não canso de olhar e essa pele morena trigueira que me faz embriagar, nada são comparadas aos seus negros e lisos cabelos que já andou o mar a acariciar. Ah Oceano que inveja tenho de ti que podes a todo instante, sem sequer pedir, docemente a abraçar. Que tenhas sempre a te cobrir a lona do bem querer, para que mal algum faça esse teu doce coração sofrer. Toma essa foto de cara pintada quando deste circo eu partir, lembra de mim mas não chore, pois a vida se faz mais feliz quando te vê sorrir. Quanto a mim doce pequena, da vida sou um dilema e quem sabe o mar vendo-me como problema, me atire as ondas e junto das espumas eu ainda vá em qualquer praia distante um dia te visitar.
Lanzoner Navegante de Outono