Solidão, vício interminável da alma, as vezes dói, em certos momentos até alguma esperança constrói em muros intermináveis alheios a percepção dos mais audazes irmãos siameses. Residindo até por opção no coração dos indecifráveis monges chineses. É uma planta que desistiu de florir na primavera de emoção ou uma flor do campo que descobriu não ser rosa, adormecida em campos de lavanda e percebeu que tudo era apenas uma mera ilusão. A solidão é uma linda mulher que se perdeu na madrugada insone, imprecisa como toda a indecisão que a consome, ou é o homem maduro que a mesma mulher procura e não sabe como a achar. Que seja terna e passageira essa quimera e quem me dera se ela nos deixasse na esquina dos sentimentos onde o amor sempre nos espera É uma velha árvore onde uma insólita gota de chuva teimosamente se prende em suas folhas e reluta cair ao chão, vivendo breve como prisioneira, em sua sólida cela de uma fria sombra de verão. Estará noturna, quebrando o silêncio no ranger de uma porta ou cancela, está no rugir do relógio da sala de espera, da palavra pensada e não dita aprisionada em abandono, do silêncio do poeta ao deslizar à pena, rimas da necessidade que o amor em seu coração grita. Vai na escrita a sua necessidade premente de levar à outros, na cura da ausência do que se foi, mesmo quando ainda do poder de uma paixão premeditada, ser único dono de um amor ainda acredita. A solidão nada mais é que a ultima fase de um amor não correspondido, é a presa fácil da ignorância dos aflitos ou na soberba de se achar dono de tudo e não possuir nada. Solidão tem passo leve, solidão também tem alma pura, pode nascer criança mas se prende a gente madura. Para ela há apenas um só remédio e uma única cura. Encontrar em outros caminhos, quem preencha o vazio que um coração chama e que uma alma procura.
Lanzoner Navegante de Outono
Nenhum comentário:
Postar um comentário