E assim foi nosso amor, fazendo até o sol suar de tanto calor, mesmo que fosse dentro do lindo mar azul ou caminhando ao redor, vendo as espumas na areia a se esparramar como se nelas houvesse estupor ou como fosse champanhe cara a brindar, era esse nosso jeito jovem e louco de amar. E depois do pôr do sol a avermelhar esperamos a noite de lua cheia chegar, para ver uma estrela cadente passar e um único desejo a cantar, que esse momento iria em nós sempre ficar. E para que o nosso amor tivesse alcance, de um dia se transformar em romance e nossa vida fosse colorida com nossas próprias nuances e que nada pudesse mudar. E assim foi como deveria ser, entre breves e longos beijos como se houvesse só a nossa vida por viver. Pra nós o dia só terminava ao amanhecer e o hoje começava ao anoitecer. Para nós o amanhã ainda não seria importante, éramos um casal jovem e galante e não havia nada a temer. Jamais fizemos planos, apenas amamos. Nunca quis saber do seu passado e tampouco ela do meu. Nosso amor era um grande jardim, eram só nossos a rosa a orquídea e o jasmim. Eu dava todo o meu perfume a ela e ela espargia suavemente o dela em mim. Vivíamos encantados com nossos bem delineados dotes que a juventude e de graça nos forneceu. Acho até que fui hipnotizado pelo seu jeito delicado e movimentos sensuais. Se pudesse a beijaria até não respirar mais. Mas um dia percebemos que o tempo não parou e todo o cenário do espetáculo de nossa vida mudou, alguma coisa aconteceu. O sol não raiou, não entardeceu a lua se escondeu. Nós ainda estávamos juntos, mas o sonho como todo sonho infelizmente nesse dia esvaneceu. Não quis aceitar me revoltei, mas por fim me dei conta que a lembrança foi o melhor dote que Deus nos deu.
Lanzoner Navegante de Outono
Nenhum comentário:
Postar um comentário