terça-feira, 19 de setembro de 2017

JARDIM DE HIBISCOS

Abro a janela e rá... Sobrados e arranha-céus, enfeiando esse meu bom dia... São Paulo quem te vê, São Paulo quem te via. Porque em tempo não me disseram, que isto aconteceria? Anús colibris, sabiás se encantavam com a cotovia ... E o bem-te-vi  de fato cantava sempre que me via. Me mostrando como era lindo mais um amanhecer desse novo dia. Faço o sinal da cruz e agradeço ao Pai maior, pela grandeza de acreditar que sempre será melhor, o amanhecer de outro dia. Certo vez ouvi um velho monge chinês que sorrindo me dizia: As flores são o jeito que a terra tem de sorrir, então meu jovem rapaz, tenha mais alegria! Mas o rebelde que em mim havia, só se realizava quando apaixonado se abraçava aquela garota e sua contumaz rebeldia. Que seja assim meu amor na beleza que irradias.  E eu... Ora eu... Hoje apenas um velho e branco jasmim, entardecendo velhas histórias, fazendo lendas de minhas memórias, nesse outonal terreno de folhas tombadas da árvore de minha imaginação... No meu jardim que antigamente era real e existia. Coloridas folhas encobertas pelo frio do inverno, sempre a espera de uma trilha de paz que sorriria, como já fosse primavera apenas de amor em toda essa nossa esfera. E aquela mesma rosa, ainda tão jovem e bela ... Estaria a esperar por mim debruçada em sua janela. Então faria meus traços e  entre hibiscos teceria meus riscos, me perderia em amores sugaria do néctar de todas as flores, aceitaria dessa vida as suas dores, aos amigos não negaria favores, pois jamais neguei ajuda a quem precisava de mim. Pois já me perdi em jardins de falsas cores e me apaixonar já não arrisco. Me transformo em potro jovem e galopando vou esperto e arisco, a procura da mais tenra relva, para alisar-me o pelo e recuperar meu viço. 
Lanzoner Navegante de Outono




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