quarta-feira, 13 de setembro de 2017

ATO FINAL

Torço muito pra que um dia o seu momento ideal, seja tal qual um espetáculo que tenha como cenário uma paisagem que esconda um ribeirão de águas claras em um remanso de rara beleza e fluidez perenal. Pois assim junto a minha paisagem, seus largos e tenros lábios da cor carmim que sorriam para mim e eu docemente os beijava noite e dia do verão até a primavera, todas as flores se abriam como se estivessem a nossa espera, os pássaros cantavam a todo instante e galopava em meu pensamento constante o meu alazão já ofegante de tanto a buscar. Mas eis que em um insensato e amargo momento simplesmente a deixei. Hoje espero um dia encontrá-la e prendê-la mais uma vez em meus braços, vendo-me assim como nesses meigos e brilhantes olhos castanhos, onde um dia toda uma vida de carinho espelhei. O destino, nem sempre acerta o ponto, talvez ele tenha errado ao programar o nosso encontro e tudo se perdeu. Apagaram-se as luzes deste teatro de minha vida e eu no meio da escuridão, ainda no centro do palco vejo uma luz intensa, que brilhou e brevemente se perdeu. Era ela a mulher que no roteiro do livro do tempo um dia pra mim o autor escreveu. Acaba o espetáculo assim como tudo um dia se perderá ou até já se perdeu, mas o amor que sinto por ela jamais morrerá pois em meu coração se prendeu. O mundo é um teatro e a vida o espetáculo, onde todos sorriem na abertura e alguns poucos choram ao final do último ato, quando o ator principal que fui eu, sem esse amor que aos poucos se esvaia, finalmente morreu.
Antonio Carlos dos Santos 
Lanzoner Navegante de Outono




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